
Com o pr�mio, a cientista ganhou um MBA em Lideran�a e Negocia��o na Universidade de Monterrey (EUA).
O programa “25 Mulheres na Ci�ncia: Am�rica Latina” � uma iniciativa que busca reduzir a desigualdade de g�nero, incentivar o maior acesso das mulheres �s disciplinas de Ci�ncia, Tecnologia, Engenharia e Matem�tica (STEM, na sigla em ingl�s) e garantir maior diversidade nessas �reas. Na segunda edi��o, foram recebidas mais de 550 candidaturas, analisadas por um j�ri de destaque formado por acad�micos, l�deres e/ou especialistas. Seis das 25 vencedoras s�o brasileiras, inclusive a passense.
“Fiquei extremamente feliz quando recebi o e-mail dizendo que estava na segunda fase (aproximadamente um m�s depois de ter enviado minha inscri��o). 150 candidatas passaram para segunda etapa, e nesse momento tivemos que responder in�meras quest�es divididas em dois temas: quest�es pessoais e quest�es sobre o projeto em si. 50 candidatas passaram para a terceira etapa, que consistia em entrevistas com os profissionais da 3M. Fiquei em �xtase quando recebi o e-mail com o agendamento da entrevista e j� estava me sentindo vencedora, afinal, ficar entre as 50 mulheres cientistas da Am�rica Latina j� era algo incr�vel. Algumas semanas depois recebi uma liga��o com o an�ncio que eu tinha sido escolhida para fazer parte desse grupo de 25 mulheres, 6 brasileiras, que seriam premiadas no ano de 2022. A partir desse momento foi s� envio de material para o marketing e comemorar. Assim que soube, liguei pros meus pais e meus irm�os para contar. Ficamos todos muito felizes e orgulhosos com o reconhecimento”, conta Gabriela.
Questionada sobre como foi receber esse pr�mio, Gabriela diz: “Ah! Foi muito emocionante! Devido � pandemia, n�o pudemos nos reunir pessoalmente para receber o certificado e o trof�u (est�o sendo enviados por correio, ainda n�o chegou), mas participamos de uma live de premia��o com todas as 25 mulheres latino-americanas. Foi uma sensa��o de reconhecimento, de que algu�m olhou para o nosso esfor�o, para todas as horas passadas dentro de laborat�rio, as horas de estudo, as dificuldades, e a faltas que a ci�ncia vem encarando no pa�s. Eu entendo que represento v�rias cientistas que merecem estar nessa posi��o e fico extremamente honrada com essa escolha”.
A pesquisa de Gabriela torna mais r�pido o diagn�stico em casos de infarto. A pesquisa da cientista tentava descobrir alguma mol�cula que indicasse que a pessoa estava iniciando um infarto de maneira mais r�pida e espec�fica que os m�todos atuais. “E n�s descobrimos”, conta. Problemas de cora��o e circula��o, de maneira geral, s�o as principais causas de morte em todo o mundo.
Hoje em dia, se uma pessoa chega no pronto socorro com uma dor no peito, o m�dico precisa entender se ela tem apenas uma dor no est�mago ou se ela est� iniciando um infarto. Parte das pessoas que est�o sofrendo com infarto podem ter altera��es em seus exames, que s�o capazes informar que, de fato, elas est�o tendo um infarto e ent�o iniciar os procedimentos adequados. Mas existem outros indiv�duos que chegam no hospital com dor no peito e n�o apresentaram altera��es nos exames que est�o dispon�veis atualmente.
Nesse caso, o protocolo � permanecer em observa��o no hospital por 6 a 8 horas, tendo o sangue analisado de hora em hora para observar alguma potencial altera��o nos exames. A realidade � que os hospitais p�blicos est�o em sua maioria lotados e esses indiv�duos n�o t�m condi��o de serem observados por um longo per�odo, acabam voltando para suas casas e podendo infartar horas depois, resultando em morte ou grandes sequelas. Ou, por outro lado, os custos de se manter um paciente por horas ocupando um leito e realizando repetidos exames s�o muito altos para os sistemas de sa�de j� colapsados.
A identifica��o de uma mol�cula que fosse marcadora de uma les�o no cora��o de maneira mais r�pida e qualitativa, ou seja, capaz de dizer se est� ou n�o acontecendo algo, poderia diagnosticar mais rapidamente os casos de les�o e tratar antes de um acometimento mais grave, reduzir os gastos e tempo de leito hospitalar e monitorar, principalmente em regi�es com menos acesso, pacientes com les�es card�acas.
"Descobrimos que tem uma prote�na que ganha uma modifica��o, como se ela ganhasse um acess�rio, ap�s acontecer essa les�o. E com isso, mesmo poucos minutos ap�s ter uma pequena les�o de isquemia, � poss�vel identificar essa prote�na modificada no sangue na pessoa. Como eu trabalhava no Incor (Instituto do Cora��o de S�o Paulo), nessa �poca, conseguimos que alguns pacientes aceitassem a doar seu sangue para confirmarmos os resultados obtidos nas c�lulas”, diz. “Depois disso passamos a desenvolver um m�todo que pudesse medir essa prote�na alterada de maneira comercial, r�pida e economicamente vi�vel. A pesquisa encontra-se nessa etapa no momento”, finaliza.