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Estado de Minas FESTA 'NORMAL'

Foli�es ignoram recomenda��o, v�o �s ruas e festejam carnaval em BH

Bairro Santa Tereza, na Regi�o Leste, contou com cortejo de bloco que se diz 'independente'. Sem apoio da prefeitura, n�o houve trio el�trico ou caixa de som


26/02/2022 15:36 - atualizado 26/02/2022 19:26

Carnaval de rua no Bairro Santa Tereza
Multid�o se aglomera e sai em desfile pelas ruas do bairro Santa Tereza (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)


Surpreendente foi o primeiro dia de Carnaval em Belo Horizonte de 2022. Sem nenhum an�ncio pr�vio ou convocat�ria de foli�es, teve sim festa colorida com bateria e muita alegria na cidade.

Neste s�bado (26/2), centenas de pessoas se reuniram no Bairro Santa Tereza, Regi�o Leste de BH, para celebrar o primeiro dia do feriad�o. A festa aconteceu mesmo com a recomenda��o do Comit� de Enfrentamento da COVID-19 de que n�o houvesse carnaval de rua este ano, em fun��o da pandemia.



A reportagem do Estado de Minas acompanhou a festa, que segundo integrantes que n�o se identificam, � um "movimento independente". A multid�o de foli�es concentrou na Pra�a Duque de Caxias, e saiu em cortejo improvisado pelas ruas do bairro.

Sem apoio ou oficializa��o do bloco, os participantes enfrentaram na cara e na coragem: sem trio el�trico, carro ou caixa de som. S�o apenas m�sicos acostumados com o carnaval que levaram seus instrumentos para agitar a folia e arrastar o p�blico caminhando com ax� e dan�a.


No meio da alegria e festejo, infelizmente, ver algu�m com m�scara facial – prote��o essencial para conter a pandemia do coronav�rus – foi uma cena rara em meio � aglomera��o.


N�o houve qualquer estrutura, como banheiros qu�micos e desvio de tr�nsito pela BHTrans, j� que, oficialmente, o carnaval foi cancelado. Policiais militares que passaram pr�ximo ao bloco disseram que estavam apenas acompanhando e n�o iriam interferir enquanto n�o recebecem ordens.

Em nota, a prefeitura afirmou que "para a fiscaliza��o no per�odo de carnaval, a Prefeitura de Belo Horizonte instituiu 96 equipes de fiscaliza��o Integrada, que contam com fiscais de posturas, guardas civis e agentes de fiscaliza��o sanit�ria". E completou: "essas equipe atuam em apoio as demandas do Centro Integrado de Opera��es, no atendimento de den�ncias e na verifica��o de �reas de com�rcio e o uso de espa�os p�blicos".

Em 26 de janeiro, o Prefeito Alexandre Kalil (PSD) anunciou que n�o haveria carnaval em Belo Horizonte. Na ocasi�o, o gestor municipal fez apelo para que lojas abram no per�odo que seria de feriado prolongado, a fim de evitar a expans�o de casos do coronav�rus. 
 
 

Protesto

A arquiteta Joseana Costa, de 44 anos, descreve bem como est� o carnaval este ano: uma surpresa. "Um carnaval surpreendente e imprevis�vel, como a vida", afirma, feliz pelo clima "gostoso". "Carnaval pra mim � uma festa onde a gente consegue ocupar a rua, comemora a vida, ocupa espa�o p�blico", acrescenta. Com fantasia colorida e sem tirar o sorriso do rosto, Joseana diz que participar da festa improvisada na rua � "uma resist�ncia ao carnaval particular autorizado".
 
O professor Wudson Carvalho, de 39, diz que s� se sentiu seguro em participar da festa pois j� garantiu as tr�s doses da vacina contra a COVID-19. "Al�m de j� me sentir protegido, fico pensando: os eventos pagos est�o liberados. Acho que tinha que liberar todos ou n�o libera nenhum", reclama.
 
Ele conta que mora em Itabirito e, mesmo sem saber de nenhum bloco com anteced�ncia, preferiu vir a BH e ficar de "sobreaviso". "Dentro das possibilidades est� gostoso, divertido. S� estou achando que poderia ser bem melhor porque foi proibido. A gente podia ter todos os blocos e inclusive escolher, mas infelizmente n�o tivemos muitas op��es este ano". 

Refrescos na folia

Enquanto o bloco secreto pegava fogo, quem refrescava os foli�es era Jovita Queiroz Rodrigues, de 81 anos, contente em poder acompanhar a festa da varanda de casa. "Depois de dois anos, matei a saudade", confidencia. "Hoje fui pegar de surpresa. Mas todo ano eu fico aqui esperando o bloco passar. O povo adora."

Entenda

A Prefeitura de Belo Horizonte n�o proibiu expressamente o carnaval de rua na cidade, mas tamb�m n�o ofereceu apoio financeiro ou liberou alvar� para as festas ocorrerem. Por outro lado, autoizou a realiza��o de festas privadas contando que sejam cumpridas medidas de seguran�a – como a exig�ncia de documentos que comprovem o teste negativo de COVID-19 ou a vacina��o contra a doen�a. 

Nesta semana, o Minist�rio P�blico chegou a entrar com o pedido na Justi�a ap�s questionar o munic�pio quais medidas contra a COVID-19 seriam adotadas nas festas de carnaval marcadas para ocorrer na cidade.

A prefeitura informou, segundo o MP, que n�o iria apoiar financeiramente qualquer evento nem impediria que eles ocorressem. 

O MP ressaltou que o Comit� de Enfrentamento � COVID-19 emitiu nota t�cnica de que n�o era o momento de trazer milh�es de pessoas em curto espa�o de tempo para a capital. 

"A prefeitura � obrigada a recorrer, n�o podemos ter interfer�ncia assim. Vamos ao Tribunal de Justi�a. � uma decis�o, temos que respeitar, mas vamos tentar derrubar", afirmou o prefeito Alexandre Kalil (PSD), em entrevista coletiva durante visita �s obras de conten��o de enchentes na Avenida Vilarinho.

A declara��o foi feita ap�s o juiz Wauner Machado acatar parcialmente pedido do Minist�rio P�blico de Minas Gerais e proibir a realiza��o dos eventos. 

Logo depois, a Justi�a acatou o recurso da PBH e suspendeu tal decis�o, voltando a valer os protocolos definidos pela prefeitura.


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