Folia toma as ruas do Bairro Pomp�ia (foto: Ramon Lisboa/EM/DA PRESS)
O carnaval n�o ficou em sil�ncio no Bairro Pomp�ia, Regi�o Leste de Belo Horizonte. Na Rua Lara, um bloco reuniu a bateria no in�cio da tarde deste domingo (27/2) e aos poucos foi conquistando o p�blico.
Um quarteir�o foi tomado por foli�es que se divertem ao som de m�sicas de carnaval.
Uma mulher, que n�o quis se identificar, disse que n�o deixaria de participar da festa de rua. “J� que pode haver festa privada tamb�m pode haver festa na rua. N�o existe isso de ter um carnaval s�”, afirmou.
“O carnaval faz parte de Belo Horizonte e n�o tem como n�o ser de outra forma. A gente precisa aproveitar sem confus�o. Principalmente porque j� estamos todos vacinados”, disse.
A reportagem conversou com dois ambulantes que tamb�m preferem n�o se identificar. Um deles afirmou que j� sabia que BH n�o ficaria sem carnaval. "A cidade � movida a isso, a festa, a vibra��o. Ent�o eu j� comprei tudo e me preparei. Moro aqui perto e quando vi o movimento vim correndo", disse.
Festa de Carnaval anima o Pomp�ia (foto: ALEXANDRE GUSANZHE/EM/DAPRESS)
O outro reclamou da proibi��o da festa e disse que a data � fundamental para os trabalhadores de rua. Com o carrinho carregado de �gua, cerveja e outras bebidas, ele diz que a alegria dos foli�es significa tamb�m o sustento de sua fam�lia. "A gente que trabalha aqui na rua depende disso. A pandemia j� ferrou com a gente. N�o pode proibir uma festa do povo", disse.
Sem apoio ou oficializa��o do bloco – neste ano, a Prefeitura de Belo Horizonte decidiu desestimular a festa, ao anunciar que n�o ofereceria ajuda financeira nem log�stica �s agremia��es – , os participantes foram �s ruas na cara e na coragem: sem trio el�trico, carro ou caixa de som. Apenas m�sicos acostumados com o carnaval levaram seus instrumentos para agitar a folia e arrastar quem chegasse com ax�.
N�o houve qualquer estrutura, como banheiros qu�micos e desvio de tr�nsito pela BHTrans, j� que, oficialmente, o carnaval foi cancelado.
Vacinados
Apesar de concordar com a atitude da Prefeitura de proibir as organiza��es de rua, Fl�vio Almeida disse que preferiu vir para rua. “Eu sinto que Belo Horizonte est� resgatando aquele esp�rito de Carnaval de antigamente. Quando a cidade come�ou a viver o Carnaval intensamente”, conta.
Fl�vio Almeida e V�tor Vita (foto: Ana Mendon�a/EM/D.A Press)
Ao falar sobre a festa, Fl�vio disse ter sentido muita saudade da comemora��o. “Desde 2020 sem poder aproveitar. Se n�o fosse a vacina, eu n�o estaria aqui. Ent�o se vacine”, disse.
Fantasiado e em clima de festan�a, Matheus Jung, de 31 anos, disse que o Carnaval ainda respira nas ruas de BH. “Era um fato que ia ter Carnaval. � o que a gente precisava. Estou adorando. Estamos dois anos longe da multid�o e eu acho importante a gente voltar a ter esse contato humano. Eu tomei tr�s doses de vacina. N�o tem porque eu n�o estar aqui”, afirmou.
Matheus Jung curtia a festa (foto: ALEXANDRE GUSANZHE/EM/DAPRESS)
Mesmo concordando com a atitude da Prefeitura de proibir as organiza��es de rua, Fl�vio Almeida disse que preferiu vir para rua. “Eu sinto que Belo Horizonte est� resgatando aquele esp�rito de Carnaval de antigamente. Quando a cidade come�ou a viver o Carnaval intensamente”, conta.
Sem a festa de rua desde 2020, Fl�vio disse ter sentido muita saudade da comemora��o e se sente mais tranquilo em ir para a folia por estar imunizado . “Desde 2020 sem poder aproveitar. Se n�o fosse a vacina, eu n�o estaria aqui. Ent�o se vacine”, disse.
Fantasiado e em clima de festan�a, Matheus Jung, de 31 anos, disse que o Carnaval ainda respira nas ruas de BH. “Era um fato que ia ter Carnaval. � o que a gente precisava. Estou adorando. Estamos dois anos longe da multid�o e eu acho importante a gente voltar a ter esse contato humano. Eu tomei tr�s doses de vacina. N�o tem porque eu n�o estar aqui”, afirmou.
Rene Arthur, Jhessy Vilas e Lucas Murilo (foto: Ana Mendon�a/EM/D.A Press)
Lucas Murilo, de 25 anos, disse que o Carnaval de rua iria acontecer de qualquer forma. “Eu me sinto indo para o trabalho. Eu saio de �nibus todo dia. Vou para aglomera��o. N�o faz sentindo eu n�o poder vir para c�”, afirmou.
De acordo com Jhessy Vilas, 26 anos, os eventos privados acabam elitizando o Carnaval. “O Carnaval de rua � importante porque ele atinge qualquer classe”, disse.
J� Rene Arthur, de 24, disse que estava “morrendo de saudades” do Carnaval de BH. “Eu amo isso aqui”, brincou.
Rua de BH foi tomada pelo carnaval (foto: Ramon Lisboa/EM/DA PRESS)
Em nota, a prefeitura informou que "para a fiscaliza��o no per�odo de carnaval, a Prefeitura de Belo Horizonte instituiu 96 equipes de fiscaliza��o Integrada, que contam com fiscais de posturas, guardas civis e agentes de fiscaliza��o sanit�ria". E completou: "essas equipe atuam em apoio as demandas do Centro Integrado de Opera��es, no atendimento de den�ncias e na verifica��o de �reas de com�rcio e o uso de espa�os p�blicos". Em 26 de janeiro, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) anunciou que n�o haveria carnaval oficial em Belo Horizonte.
A PBH n�o proibiu expressamente o carnaval de rua na cidade, mas tamb�m n�o ofereceu apoio financeiro ou liberou alvar� para as festas ocorrerem. Por outro lado, autorizou a realiza��o de festas privadas, contando que sejam cumpridas medidas de seguran�a – como a exig�ncia de documentos que comprovem o teste negativo de COVID-19 ou a vacina��o contra a doen�a.
Festa animava as ruas de BH (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Na sexta-feira, o Minist�rio P�blico chegou a obter uma liminar, concedida pelo juiz Wauner Machado, proibindo as festas, mas a PBH recorreu e a decis�o foi derrubada. O pedido do MP foi feito depois de o �rg�o questionar o munic�pio sobre as medidas a serem adotadas nas festas. A prefeitura informou, segundo o MP, que n�o iria apoiar financeiramente qualquer evento nem impediria que eles ocorressem.
"A prefeitura � obrigada a recorrer, n�o podemos ter interfer�ncia assim. Vamos ao Tribunal de Justi�a. � uma decis�o, temos que respeitar, mas vamos tentar derrubar", afirmou o prefeito Alexandre Kalil (PSD), ao comentar a liminar em entrevista coletiva durante visita �s obras de conten��o de enchentes na Avenida Vilarinho. Logo depois, a Justi�a acatou o recurso da PBH e suspendeu a decis�o, voltando a valer os protocolos definidos pela prefeitura.