
A Rota das Doceiras ficar� mais perto para quem quer conhecer a tradi��o da produ��o de doces e quitandas e poder saborear as iguarias mineiras feitas pelos moradores do Distrito de Lapinha, em Lagoa Santa, a 35 quil�metros de Belo Horizonte.
Um peda�o do vilarejo poder� ser apreciado na primeira feira da Rota das Doceiras, que vai acontecer neste s�bado (9/4), das 8h �s 16h, na rec�m revitalizada Pra�a Doutor Lund, Centro.
As 12 doceiras atuantes no distrito v�o comercializar uma variedade de doces que, desde 2017, atrav�s do Conselho Municipal de Cultura e Patrim�nio Hist�rico, tem o registro da pr�tica de produ��o de doces e quitandas da Lapinha como Patrim�nio Imaterial do munic�pio.
Junto com as 12 expositoras, no local vai ser montada uma cozinha rural que remete � vida do campo e promove um espa�o para as pessoas tirarem fotos do cen�rio e levarem de recorda��o da primeira feira.
De acordo com a coordenadora do Receptivo Tur�stico da Lapinha, subordinado � Secretaria de Cultura e Turismo de Lagoa Santa, Marta Soares, a pr�tica de produ��o dos doces passou por gera��es.
O in�cio da t�cnica remete ao s�culo 18, por meio das jovens solteiras que no processo de prepara��o para o casamento aprenderam com as freiras dos conventos e, a partir dali, ensinaram �s escravizadas que trabalhavam nas fazendas.
O in�cio da t�cnica remete ao s�culo 18, por meio das jovens solteiras que no processo de prepara��o para o casamento aprenderam com as freiras dos conventos e, a partir dali, ensinaram �s escravizadas que trabalhavam nas fazendas.
A escolha do local se deu como forma de facilitar o acesso das pessoas a conhecer os produtos e sentirem vontade de conhecer o vilarejo que ficou fechado para visita��o devido � pandemia da COVID-19.
“A feira da Rota das Doceiras faz parte da retomada das atividades econ�micas do distrito e � uma entrega de um projeto aprovado pela Lei Aldir Blanc”.
Sabores e mem�rias da Lapinha

Marta Soares conta que a Rota das Doceiras � uma iniciativa que visa promover a amplia��o da economia local ,que est� em uma regi�o onde est�o o Parque Estadual do Sumidouro, a Gruta da Lapinha e o Museu Arqueol�gico da Lapinha.
Com isso, foi organizado um roteiro tur�stico, com o mapeamento dos domic�lios de diversos produtores locais. Nesse roteiro � poss�vel visitar as casas, conhecer os quintais de onde saem as frutas dos doces, das geleias e dos licores, acompanhar e conhecer um pouco mais a respeito da produ��o de doces, quitandas e artesanatos da regi�o da Lapinha.
“O projeto Rota das Doceiras surgiu da necessidade de proteger o patrim�nio por meio do turismo gastron�mico e de experi�ncia. Vimos que pod�amos oferecer ao turista que visita a Gruta da Lapinha tamb�m conhecer a rota dos doces”, afirma Marta Soares, que tamb�m � moradora do distrito e aprendeu com a m�e o gosto pela gastronomia local.
A coordenadora do Receptivo Tur�stico da Lapinha conta que um de seus trabalhos tem como objetivo desenvolver projetos que promovam o local de forma a orientar os empreendedores do turismo de experi�ncias a pensarem em suas pr�ticas e identificarem formas de incrementar os neg�cios, transformando os servi�os em experi�ncias memor�veis para o visitante.
“� faz�-lo se sentir em casa, apreciar uma mesa de caf� colonial mineiro, visitar a horta cultivada pela fam�lia e sair dali com o cora��o envolvido na mem�ria afetiva”.
Tradi��o e renda

Dentro da fam�lia de Sebastiana Lourdes, conhecida como dona Fiota, tudo come�ou quando os sogros trabalhavam na fazenda Samambaia, pioneira na fabrica��o e comercializa��o de goiabadas na regi�o.
Dona Fiota, de 63 anos, conta que para completar a renda da fam�lia os sogros vendiam doces caseiros e rosquinhas para os oper�rios que trabalhavam no asfaltamento da estrada at� a Gruta da Lapinha.
“Durante esse per�odo, eu e meu esposo aprendemos as receitas e ficamos por mais de 20 anos trabalhando juntos”.
A mais experiente atuante em vida da Rota das Doceiras, Laurinda Augusta, conhecida como dona L�ra, de 86, conta que o fazer dos doces foi aprendido ainda crian�a, quando era preciso subir em um banquinho para poder observar a tia preparando os bolos, biscoitos e sobremesas.
Com 40 anos de experi�ncia em comercializar os sabores da fam�lia, dona L�ra conta que a vitalidade vem justamente da tradi��o que envolve a transmiss�o dos saberes tradicionais da fam�lia.
“Vou poder levar para a feira no Centro de Lagoa Santa um pouco da tradi��o que aprendi com a minha tia. Meu carro chefe ser� o doce de pau de mam�o, mas levarei tamb�m para a feira o doce de lim�o recheado com doce de leite, doce de ab�bora com coco, doce de laranja da terra e o doce de pequi com leite”.
Protegido pelo estado
A diretora de Turismo e Cultura conta que o atual registro da pr�tica de produ��o de doces e quitandas da Lapinha como Patrim�nio Imaterial do munic�pio ainda n�o est� de acordo com as exig�ncias do Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha) para ter o reconhecimento em n�vel estadual.
Para obter o registro estadual com o prop�sito de aumentar a pontua��o do ICMS Cultural, a diretora de Turismo e Cultura de Lagoa Santa est� trabalhando um dossi� que vai registrar todo o m�todo de fazer e toda hist�ria centen�ria dos doces da Lapinha.