
O bibliotec�rio Wander Garcia, de 48 anos, acredita que cada munic�pio deve arcar com suas responsabilidades. “N�s tamb�m temos no munic�pio pessoas que demandam habita��o. Elas n�o foram ouvidas antes de trazer fam�lias de outras cidades para c�. N�s temos um problema social aqui. Santa Luzia n�o tem condi��es de receber tantas pessoas assim”, disse.
Propriet�rio de um lote no bairro, ele conta que planejava come�ar a constru��o, mas, agora, vai esperar o desenrolar dessa hist�ria. “� um problema social que vai ser causado na cidade”, afirma.

O l�der comunit�rio Davidson Dourado dos Santos diz que apenas disponibilizar os lotes para as fam�lias n�o resolve o problema. “Eles deveriam se responsabilizar pela constru��o das casas, mas, na verdade, s� est�o jogando as pessoas em um lugar sem infraestrutura nenhuma. N�o queremos impedir ningu�m de ter sua casa pr�pria, mas as condi��es n�o s�o boas”, avalia. Segundo ele, as fam�lias devem receber um aux�lio do estado para a constru��o das casas.
Para o construtor Ricardo Rocha, o valor n�o � suficiente. “Eu acho uma covardia. O CUB hoje gira em torno de R$ 2 mil, ent�o, construir uma casa razoavelmente digna gastaria, no m�nimo, R$ 136 mil. Eles v�o chegar aqui e n�o v�o ter condi��es de construir”, analisa.
Segundo o prefeito Pastor S�rgio, o munic�pio n�o foi comunicado dessa a��o do estado. “N�s n�o participamos da constru��o desse processo. Eles desenvolveram toda uma solu��o e Santa Luzia est� sendo responsabilizada a receber essas fam�lias, sem considerar a infraestrutura da cidade”, declara.
“N�s queremos acolher as pessoas e dar a elas dignidade, n�o apenas oferecer um peda�o de terra. Eles v�o chegar aqui e n�o tem uma escola para atender as crian�as, n�o tem um posto de sa�de”, complementa. De acordo com a prefeitura, a cidade deve receber 90 fam�lias da ocupa��o Vicent�o e 138 da ocupa��o Carolina Maria de Jesus.

O prefeito conta, ainda, que a cidade passa por um processo de regulariza��o fundi�ria. “Hoje, mais de 50% da nossa cidade � considerada irregular. Quero receber em Santa Luzia situa��es que v�o ajudar a resolver os nossos problemas, e n�o nos dar outros problemas para resolver. As pessoas que est�o destinadas a vir para c� s�o bem-vindas, mas eu preciso receb�-las bem. Santa Luzia n�o tem essa estrutura para receber essas pessoas conforme elas merecem”, disse Padre S�rgio.
A Procuradoria do munic�pio deve entrar com a��o para rever o reassentamento das fam�lias no bairro. A prefeitura planeja revitalizar o Bairro Novo Centro. “Queremos construir um imponente Mercado Central da cidade e transform�-lo em um atrativo tur�stico para a cidade para ajudar na economia da cidade”, conta. Procurada pela reportagem, a Cohab Minas n�o respondeu at� o fechamento desta edi��o.