
O cen�rio para quem depende dos �nibus em Belo Horizonte segue ca�tico e passageiros que precisam da condu��o perdem v�rias horas do dia se programando para conseguir se adequar aos hor�rios das viagens. Enquanto isso, a falta de acordo entre prefeitura e empresas sobre subs�dios e tarifas e a imin�ncia do aumento do pre�o do diesel surgem como elementos agravantes para a oferta de coletivos na capital.
quinta (28) e sexta-feira (29) da �ltima semana, o Estado de Minas acompanhou a luta dos usu�rios do transporte p�blico na capital ap�s o an�ncio de que as empresas reduziriam o n�mero de viagens fora do hor�rio de pico. Mesmo com o recuo da medida, passageiros seguiram reclamando de intervalos longos entre um ve�culo e outro e de �nibus superlotados.
Na Dados disponibilizados pela BHTrans mostram que h� uma defasagem entre o n�mero de viagens oferecido pelas empresas e o n�mero de passageiros que demandam o servi�o. A �ltima atualiza��o divulgada pela autarquia mostra que na �ltima semana, entre segunda (25) e sexta-feira (29), a rela��o nunca foi parit�ria.
Em todos os dias do per�odo, o n�mero de passageiros foi superior a 76% da m�dia di�ria de usu�rios do servi�o antes da pandemia. Em contrapartida, as viagens n�o superaram a marca de 68% do que era oferecido pr�-COVID em nenhuma ocasi�o.
Nas ruas, usu�rios do transporte p�blico contam como se programam para n�o perder os hor�rios e reclamam especialmente da oferta de coletivos com a chegada do fim de semana. A auxiliar de servi�os gerais, Erc�lia Aparecida Almeida dos Santos, de 56 anos, reclama do tempo aguardando pela condu��o que precisa tomar para sair de casa no Bairro Vista Alegre, Oeste de BH, e ir at� o trabalho no Bairro Funcion�rios, Centro-Sul da capital.
“Final de semana � uma tristeza. S�o quase duas horas esperando �nibus. Pego servi�o �s 8h, ent�o, preciso sair de casa 6h30 ou antes para conseguir chegar no hor�rio”, conta. Ela diz que o atraso acontece, principalmente, nas linhas de bairro. “� um caos. De manh�, eu venho praticamente pendurada na porta. O �nibus est� sempre lotado, � desconfort�vel”, relata.

O aposentado Jos� Souza, 81, que mora no bairro Nova Vista, costuma sair aos fins de semana para resolver problemas pessoais e afirma que a sexta-feira e s�bado s�o os piores dias para pegar �nibus.
“A situa��o n�o est� f�cil. Mesmo no fim de semana, a gente vai se gangorrando, porque n�o tem lugar para sentar. E ainda tem a quest�o de as pessoas n�o respeitarem a prioridade dos idosos”, disse. O aposentado reclama, ainda, que muitos motoristas passam direto quando v�em que ele usa bengala. “Ai s�o mais duas horas esperando no ponto. Se reclamar, ainda � pior”, comenta.

Em nota, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH), disse que far� um esfor�o para oferecer viagens extras � popula��o da capital neste fim de semana do Dia das M�es (8). A entidade reiterou que a opera��o especial ser� realizada apesar da “insufici�ncia de recursos financeiros gerados pelo sistema de transporte”.
Sem acordo. De novo
Na �ltima quinta-feira (5), vereadores da capital, o prefeito Fuad Noman (PSD) e empres�rios de �nibus de BH se reuniram para tentar chegar a um acordo sobre a situa��o do transporte na cidade. O acerto, no entanto, n�o aconteceu.
Uma nova reuni�o foi marcada para a pr�xima ter�a-feira (10) para discutir um projeto de libera��o de R$ 163,5 milh�es em subs�dio para as empresas. Em contrapartida, elas devem aumentar o n�mero de viagens em, ao menos, 30% durante dias �teis, renovar a frota de ve�culos de at� 10 anos.
A C�mara Municipal promete intervir para fiscalizar o repasse dos valores �s empresas para garantir sua utiliza��o em melhorias no transporte p�blico. A fiscaliza��o do uso dos recursos foi ponto de entrave na negocia��o.
O imbr�glio entre Legislativo, Executivo e empresas � de longa data. As concession�rias afirmam que o contrato vigente com a prefeitura � ultrapassado e que impede o funcionamento das empresas sem um aumento da tarifa, fonte �nica de financiamento das companhias. Elas conseguiram uma decis�o judicial favor�vel que determina o aumento de 30% na passagem de �nibus na capital, com a tarifa principal podendo chegar a R$ 5,85.
Para evitar a aplica��o do reajuste tarif�rio, a prefeitura tenta aprovar um projeto de lei que estabelece subs�dio das gratuidades previstas em lei �s empresas e a redu��o da tarifa em R$ 0,20. A proposta, no entanto, n�o avan�ou na C�mara Municipal.