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Estado de Minas MINERADORA

Serra do Curral: engenheiro v� risco de rompimento de adutora

Constru�da na d�cada de 1920, estrutura para abastecimento de �gua pode romper com circula��o de caminh�es carregados de min�rio de ferro


10/05/2022 18:00 - atualizado 11/05/2022 09:50

vista panorâmica da Serra do Curral
Serra do Curral conta com adutora de 2 metros de di�metro, que se torna um risco com minera��o (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)

Os riscos na constru��o de uma mineradora na Serra do Curral, cart�o-postal de Belo Horizonte, n�o se resumem apenas � destrui��o da �rea verde, � polui��o sonora e o perigo �s v�rias esp�cies de extin��o no local. A amea�a agora � a estrutura de uma adutora da Copasa que serve de abastecimento de �gua para Belo Horizonte, Nova Lima e Sabar�, que poder� desmoronar com o aumento da circula��o de caminh�es carregados com min�rio de ferro. 
 
Especialistas j� avaliam os riscos desde que o Conselho Estadual de Pol�tica Ambiental (Copam) aprovou o pedido de licenciamento da Taquaril Mineradora S.A. (Tamisa) para a explora��o da Serra do Curral. A licen�a ocorreu na madrugada de s�bado (30/4), sob v�rios protestos dos ambientalistas, artistas e populares. 
 
 
A adutora conta com cerca de 2 metros de di�metro que serve para bombear o fornecimento de �gua em Belo Horizonte at� a esta��o de tratamento de Bela Fama. O equipamento � capaz de processar 8 mil litros de �gua por segundo. A estrutura passa no interior do terreno da Tamisa, lobo abaixo da barragem, onde a circula��o de ve�culos pesados � grande.  

 
“As pessoas n�o t�m ideia do tamanho do risco que estamos envolvidos. � assustador. Fiquei abismado com o risco que eles est�o nos colocando. Os consultores da Tamisa disseram que n�o h� plano de emerg�ncia, pois n�o h� risco. Mas n�o existe obra de engenharia sem risco. Veremos caminh�es passando o tempo inteiro em cima da adutora, que � de 1929”, explica o engenheiro ambiental e mestre em sustentabilidade Felipe Gomes, um dos articuladores do movimento “Tira o p� da minha Serra”. 

Ele esteve no local nesta ter�a-feira (10/5) para avaliar o cen�rio de riscos de um poss�vel rompimento da adutora, que est� a apenas meio metro de profundidade. “Se ela desmoronar, � certo que Sabar� ficar� sem �gua e precisar� ser abastecida com caminh�o-pipa”, relata. 

Na situa��o atual, o engenheiro explica que o risco de rompimento ainda � reduzido, mas o problema se torna agravante no futuro. Por isso, ele pedir� nova inspe��o a ser feita por t�cnicos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e pela C�mara de Belo Horizonte para avaliar a gravidade do problema. 

“Ser� necess�rio uma visita t�cnica espec�fica para ver somente a quest�o da adutora. O problema est� sendo totalmente negligenciado pela Tamisa. Hoje n�o h� risco nenhum e estamos seguros. A partir do momento em que a mineradora for implantada, haver� risco enorme”, afirma. 

Gomes tamb�m comparou a situa��o da Serra do Curral com o rompimento de um dique da Vallourec, em janeiro, em virtude das fortes chuvas. Apesar dos riscos ao ambiente, n�o houve mortes. “Na Vallourec, uma pilha de rejeitos filtrados foi colocada acima da adutora. Embaixo dela, h� uma bacia. Com as chuvas, um peda�o do talude se juntou e caiu dentro dessa bacia, o que provocou um tsunami e inundou a BR-040. E pode ocorrer a mesma coisa na Serra do Curral, mas temos uma adutora em vez de uma estrada abaixo. O estudo de impacto ambiental apresentado pela Tamisa j� falava sobre isso, mas n�o apresentou risco”.
 
Questionado pela reportagem sobre o risco apresentado pelo engenheiro, o governo de Minas informou, por meio de nota, que "o projeto fica a jusante da capta��o de Bela Fama e qualquer poss�vel influ�ncia sobre a adutora foi avaliada pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), que definiu as medidas de controle".  

O Estado de Minas tamb�m questionou a Tamisa sobre os planos de seguran�a para a adutora, mas n�o obteve resposta. Essa reportagem ser� atualizada assimq ue obtivermos um retorno. 

Leia a nota do governo de Minas na �ntegra:


A utiliza��o de �gua para a fase 1 do projeto � principalmente para a aspers�o de �gua e controle de poeira. Essa �gua vai ser captada um po�o subterr�neo profundo, e n�o h� previs�o de impacto sobre as nascentes adjacentes, uma vez que o po�o ter� profundidade de 300 metros e far� a capta��o em aqu�fero profundo. 

N�o h� rela��o entre os sistemas de abastecimento de �gua de Belo Horizonte e Nova Lima com o projeto em quest�o, j� que o projeto est� inserido na bacia do C�rrego Andr� Gomes, e que parte do abastecimento de Belo Horizonte e Nova Lima s�o feitos pela capta��o de �gua do Rio das Velhas em Bela Fama, a montante da conflu�ncia com o C�rrego Andr� Gomes. O projeto fica a jusante da capta��o de Bela Fama e qualquer poss�vel influ�ncia sobre a adutora foi avaliada pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), que definiu as medidas de controle. Al�m disso, a �rea que vai ser intervinda, com uma previs�o final, ap�s implanta��o da Fase 2, � pequena frente, primeiro, � �rea da Fazenda Ana da Cruz (100 hectares de interven��o, numa �rea de 1200 ha, o que corresponde a 8,5% da �rea da fazenda), e �nfima frente ao tamanho do aqu�fero da bacia do Rio das Velhas. Dessa forma, n�o h� previs�o de impactos significativos sobre a infiltra��o de �gua na bacia como um todo, bem como n�o h� previs�o de rebaixamento do len�ol fre�tico.


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