
O centro hist�rico de Ouro Preto � famoso por sua arquitetura colonial convidativa para um passeio a p� pelas ladeiras. Um trecho bastante conhecido por moradores e turistas � o que fica entre a Bas�lica de Nossa Senhora do Pilar at� a pra�a Tiradentes - 750 metros de dist�ncia de escadarias e ladeiras - que pode apresentar desafios para o pedestre.
um formul�rio online, fruto de um projeto de inicia��o cient�fica que faz a pergunta: “A cidade � convidativa para o caminhar?”
Interessado em saber quais as condi��es de deslocamentos a cidade oferece, o Departamento de Engenharia Urbana da Universidade Federal de Ouro Preto, (UFOP) disponibilizou A Professora na �rea de Planejamento e Organiza��o do Sistema de Transporte, do Departamento de Engenharia Urbana da UFOP, B�rbara Matos, conta que a pesquisa quer ouvir do caminhante acima de 18 anos que tenha andado pelas ruas da cidade hist�rica nos �ltimos tr�s anos o que ele considera importante para a mobilidade urbana a p�.
“Quando pensamos em mobilidade urbana ou quando se v� alguma a��o sendo aplicada nessa �rea, usualmente est� relacionada ao transporte motorizado, como autom�veis e �nibus. No entanto, a pesquisa busca trazer o foco para o pedestre e, com isso, promover discuss�es sobre o caminhar em �reas de importante interesse hist�rico-cultural”.
A pesquisadora percebe que cada vez mais � poss�vel notar que os modos ativos, como a p�, tem ganhado espa�o nos debates sobre mobilidade urbana. Por isso, a pesquisa visa contribuir em colher dados de opini�o p�blica entre pessoas que circulam ou j� circularam na regi�o e, a partir dos resultados, identificar os pontos de alerta e propor melhorias para os pedestres.
Os impactos da topografia, locais de descanso como bancos, ilumina��o das ruas, arboriza��o nos trechos, piso t�til para pessoas com defici�ncia e estruturas ciclovi�rias s�o alguns dos temas abordados no question�rio.
O objetivo � colher 380 entrevistas e para o grupo da pesquisa que tamb�m � coordenado pela professora de M�todos Estoc�sticas em Engenharia, B�rbara Reis, � fundamental saber a opini�o dos idosos que hoje compreende a 11% dos ouro-pretanos segundo dados do �ltimo censo do IBGE.
“Consideramos imprescind�vel obter a opini�o dessa parcela da popula��o para identificar os desafios nos deslocamentos a p�, por isso, h� a previs�o de complementarmos a amostra com pesquisas presenciais ap�s a aplica��o do question�rio virtual, destaca B�rbara Reis”.
Resultados
B�rbara Matos conta que faz parte do Conselho Municipal de Transporte e Tr�nsito de Ouro Preto (CMTT) como representante suplente da UFOP e ap�s os resultados da pesquisa, o grupo pretende divulgar os dados no meio acad�mico, entregar � prefeitura as impress�es colhidas pela popula��o e propor melhorias para os pedestres.
“A equipe do projeto buscar� di�logo com a prefeitura de Ouro Preto para apresentar os resultados do projeto de forma a contribuir com o planejamento e gest�o da mobilidade a p� na regi�o”.
Desafios
Parte da constru��o da antiga Vila Rica, as rochas e minerais podem ser apreciadas ao caminhar pelas cal�adas da cidade. Uma delas � a quartzito, rocha usada nas primeiras constru��es de muros, pisos e cal�adas que comp�em o conjunto arquitet�nico tombado pelo Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan).
Para B�rbara Matos, devido � import�ncia de garantir a preserva��o do patrim�nio hist�rico algumas interven��es nas cal�adas podem ser limitadas por descaracterizarem o ambiente constru�do.
� importante lembrar que na Vila Rica do s�culo 18, as ruas eram frequentadas em sua maioria por pedestres e com o passar do tempo foram modificadas para atender o fluxo de ve�culos. A professora sugere que a cidade hist�rica no s�culo 21 busque um uso mais equitativo do espa�o urbano e que a prefer�ncia seja para pedestres e ciclistas.
“A Ouro Preto de hoje pode ter adapta��es do espa�o aos pedestres seguindo as normativas estabelecidas por �rg�os competentes, como o IPHAN, e exemplos podem ser notados em outras �reas de tombamento hist�rico no Brasil, como Paraty (RJ) e Salvador (BA)”.