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Estado de Minas JULGAMENTO

'Para mostrar todas as cicatrizes', diz v�tima em depoimento do caso Backer

Ao todo ser�o 28 testemunhas que prestam depoimento sobre a contamina��o da cerveja 'Belorizontina' at� quinta-feira (26/5)


23/05/2022 17:44 - atualizado 23/05/2022 18:53

Vanderlei de Paula Oliveira, vítima do caso da cervejaria Backer
V�tima Vanderlei de Paula Oliveira foi presencialmente prestar depoimento. Ele ainda tem dificuldade de locomo��o e usa muletas (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
A Justi�a de Minas Gerais come�ou a ouvir, nesta segunda-feira (23/5), v�timas e testemunhas no caso da contamina��o da cerveja "Belorizontina", da cervejaria Backer. A audi�ncia teve in�cio na manh� de hoje, na 2ª Vara Criminal de Belo Horizonte, no F�rum Lafayette, no Barro Preto, Regi�o Centro-Sul da capital. A previs�o � que as audi�ncias aconte�am at� a quinta-feira (26/5), com o depoimento de 28 testemunhas arroladas pelo Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG).

 

 


Nesta segunda, foram ouvidas seis pessoas, sendo quatro v�timas e duas testemunhas. Considerando os riscos de contamina��o pela COVID-19, algumas delas preferiram prestar depoimento por videoconfer�ncia.  

A primeira a prestar depoimento on-line foi a v�tima Giani Cl�udia Setto Vieira. Ela contou, ao juiz Alexandre Magno de Resende Oliveira, que comprou as cervejas no final de 2019 e que elas foram consumidas at� o in�cio de janeiro do ano seguinte. A v�tima disse que teve epis�dios de v�mito, dores lombares e na regi�o dos rins. Diante dos sintomas procurou um m�dico na cidade de Vi�osa, onde mora. 

Giane contou emocionada que os exames de sangue mostraram altera��es. Ela foi encaminhada para a nefrologia, precisou ficar internada e passar por hemodi�lise. 

O segundo a ser ouvido, tamb�m por videoconfer�ncia, foi Josias Moreira de Mattos. Ele ainda tem problemas de sa�de em decorr�ncia da ingest�o da cerveja contaminada. A v�tima apresenta tamb�m dificuldade de fala, por isso as perguntas est�o sendo feitas de forma que a resposta seja Sim ou N�o.


A terceira v�tima ouvida on-line foi Cristiano Mauro Assis Gomes. Ele recebeu um rim da esposa em setembro de 2020 e por isso n�o precisa mais fazer hemodi�lise. Por�m, Cristiano continua em tratamento, tomando imunossupressores que causam efeitos colaterais. Ele tem ainda restri��es de movimento na face como sequela e est� em licen�a m�dica.

No depoimento, a v�tima contou que a esposa comprou as cervejas na Black Friday de 2019 e que todo o consumo de �lcool feito por ele, no per�odo, foi das cervejas da Backer. 

Cristiano foi internado com insufici�ncia renal e teve sintomas neurol�gicos, como paralisia e alucina��es auditivas. Ao todo, ficou 44 dias internado no CTI. 

Volumes do processo do caso Backer
Processo iniciado em 2020 tem ao todo 11 volumes (foto: TJMG/divulga��o )

 

“Espero realmente que a justi�a seja feita”


A quarta v�tima a ser ouvida foi Vanderlei de Paula Oliveira. Ele foi o �nico que compareceu ao f�rum para prestar depoimento. “Espero realmente que a justi�a seja feita. Principalmente pelas v�timas que n�o est�o aqui para contar a hist�ria e que faleceram por causa desse veneno”, disse ao sair da audi�ncia. 

Em depoimento, ele revelou ter sofrido sequelas ap�s consumir a cerveja Belorizontina. Disse que, na �poca, n�o tinha condi��es de saber o que estava acontecendo com ele. Vanderlei sofreu uma parada respirat�ria que paralisou todos os nervos perif�ricos do corpo. Ele ainda est� em processo de recupera��o dos movimentos e usa muletas para se locomover. Al�m disso, faz hemodi�lise quatro vezes por semana, fisioterapia, fonoaudiologia e come�ou um tratamento psicol�gico. 
 
“Fiquei seis meses internado, seis meses no CTI. Internei e sai da interna��o sem saber que era isso. No in�cio de 2020, estouraram os casos e os m�dicos que me trataram, fizeram a correla��o com os sintomas e (perceberam) que n�o tinha outro diagn�stico a n�o ser essa intoxica��o”, afirmou ap�s deixar a sala de audi�ncia. 

Sobre a autoriza��o da Backer para voltar a produzir, ele diz que n�o tem compet�ncia para julgar a decis�o. “Se os �rg�os competentes j� atestaram que est� tudo ok, n�o tenho nada a dizer.”

A v�tima ainda n�o recebeu qualquer indeniza��o da cervejaria, apenas uma ajuda de custo mensal para os tratamentos de sa�de. Ele ressaltou que fez quest�o de prestar o depoimento presencialmente no f�rum. “Para mostrar todas as cicatrizes.”

A v�tima Ant�nio Carlos Lisboa foi dispensada de prestar depoimento.

Subst�ncia estranha no processo de produ��o da cerveja


As �ltimas testemunhas ouvidas foram t�cnicos do Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento (Mapa) que n�o tiveram os nomes divulgados. O primeiro funcion�rio disse que os t�cnicos do minist�rio constataram uma subst�ncia estranha no processo de produ��o da cerveja. 

Resultados preliminares comprovaram a contamina��o dentro da f�brica por etilenoglicol e laudos de compras da subst�ncia tamb�m foram encontrados. Segundo ele, esses fatos levaram os t�cnicos a notar uma situa��o suspeita. 

De acordo com o funcion�rio, eles constataram lotes da cerveja sem nenhuma rela��o entre si e contaminados. N�o havia padroniza��o em rela��o �s contamina��es. Disse que a subst�ncia etilenoglicol tende a se depositar no fundo dos tanques de produ��o e, por isso, pode ter contaminado v�rios lotes. 

As investiga��es do minist�rio conclu�ram que a contamina��o ocorreu dentro da cervejaria e que nenhuma contamina��o de produtos aconteceu fora da empresa.

Ao ser questionada pela defesa dos r�us, a testemunha afirmou que a utiliza��o da subst�ncia n�o era proibida na ind�stria aliment�cia.
 
A segunda t�cnica do Mapa prestou depoimento presencial. Ela afirmou que o consumo das subst�ncias de resfriamento estava at�pico. Por ser um sistema fechado, n�o deveria ter necessidade de reabastecimentos, como estava ocorrendo. Ela ainda confirmou que todas as ind�strias de bebidas foram comunicadas para n�o utilizarem mais o dietilenoglicol, ap�s o caso de contamina��o na Backer. 

A data para ouvir as testemunhas da defesa e os r�us ser� marcada posteriormente, segundo o Tribunal de Justi�a de Minas Gerais (TJMG). 
 


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