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Estado de Minas CHACINA DE UNA�

Empres�rio nega participa��o no crime e aponta irm�os M�nica como mandantes

Hugo Alves Pimenta prestou depoimento como r�u colaborador no julgamento de Ant�rio M�nica


24/05/2022 17:15 - atualizado 24/05/2022 20:50

Manifestantes exigem que o crime seja punido
Manifestantes em frente ao local onde ocorre o julgamento de Ant�rio M�nica exigem puni��o para o crime (foto: Jair Amaral/EM/D.A press)
A segunda testemunha a prestar depoimento no julgamento de Ant�rio M�nica, na tarde desta ter�a-feira, foi o empres�rio Hugo Alves Pimenta. Ele � r�u colaborador no processo. Negou ter financiado o crime e hesitou afirmar que Ant�rio seria o mandante da Chacina de Una�, apontando a autoria dos irm�os. 
 
Manifestantes exigem que o crime seja punido
Manifestantes em frente ao local onde ocorre o julgamento de Ant�rio M�nica exigem puni��o para o crime (foto: Jair Amaral/EM/D.A press)
 
 
O empres�rio chegou a ser preso, em junho de 2006, pelo envolvimento no crime, mas foi solto e aguarda o julgamento em liberdade.
 
Leia: 
Chacina de Una�: ex-delegado confirma principal prova contra Ant�rio M�nica
 

De acordo com o Minist�rio P�blico, ele agiu como intermedi�rio na contrata��o de matadores de aluguel para a execu��o dos fiscais do Minist�rio do Trabalho. Hugo Pimenta confessou que foi procurado pelo fazendeiro Norberto M�nica para contratar um matador de aluguel para assassinar um dos auditores, mas negou a participa��o no crime.

“Pago um pre�o alt�ssimo. At� 2004, nunca tive um processo. De l� pra c�, tenho 40. Tudo relacionado a essa a��o.” 

Pimenta come�ou o depoimento dizendo estar com dengue e estava internado em um hospital de Una� desde segunda-feira. 

Apresentou uma escritura p�blica de Norberto M�nica confessando a morte do fiscal Nelson Jos� da Silva. O documento teria sido feito quatro dias antes do julgamento de Norberto, com o objetivo de livrar o irm�o, Ant�rio, das acusa��es. 

Pimenta disse n�o saber nada relacionado � morte dos fiscais. Mas de outros crimes de Norberto.
 
“Quando fiz a dela��o premiada, n�o falei nada sobre Ant�rio M�nica porque n�o quis ser injusto com ningu�m. No meu entender, foi tudo acertado entre eles para pressionar o Norberto a dizer que eu estava dentro do Marea.” Ele alega que n�o estava no carro, que seria da esposa de Ant�rio. 

“Nunca falaram comigo sobre a participa��o dele (Ant�rio). Eles quiseram me colocar como mandante.” Pimenta confirmou que Norberto frequentava sua empresa todos os dias. Confirmou ainda que Ant�rio conhecia Jos� Alberto de Castro, empres�rio que confessou a participa��o no crime. 

Pimenta disse que n�o participou da reuni�o em sua empresa para tratar do crime com a presen�a de Ant�rio. Afirmou que o alvo da chacina era o fiscal Nelson Jos� da Silva, odiado pelos irm�os. Os outros fiscais foram mortos porque n�o se separavam dele, segundo a testemunha. 

A motiva��o do crime seria a fiscaliza��o nas fazendas da fam�lia M�nica, com pagamento de multas consideradas exorbitantes. “O Ant�rio era o chefe (da fam�lia) e faziam tudo sempre juntos (os irm�os). Na regi�o, todo mundo era fiscalizado. N�o escapava ningu�m. N�o s� os M�nica.” 

Confirmou o depoimento dos pistoleiros dizendo que Jos� Alberto de Castro ordenou as mortes, a mando dos irm�os M�nica. 

Questionamentos da defesa

Perguntado pelo advogado de defesa, Marcelo Leonardo, se sempre disse a verdade em todos os depoimentos, Pimenta afirmou que sim. N�o soube dizer se o carro Marea prata estava registrado em seu nome ou de sua empresa. E que n�o tinha um carro da mesma marca de cor preta. 

O advogado de defesa quis saber como ele teve acesso a escrita p�blica de Norberto M�nica apresentada no julgamento. Pimenta respondeu que foi passada por seu advogado. 

Questionado pelos advogados de defesa sobre a dela��o premiada que fez, Pimenta disse que n�o confessou sua participa��o no crime e que n�o era “testa de ferro” de Norberto M�nica. Negou ainda que tenha financiado os assassinatos. 

Os advogados de defesa questionaram ainda o fato de Hugo negar participa��o nos crimes e s� ter ouvido falar dos preparativos para as execu��es. 

S�o 14 testemunhas de acusa��o previstas para serem ouvidas nesta ter�a-feira. A defesa arrolou outras seis testemunhas que devem ser ouvidas nos pr�ximos dias.


Testemunhas


Mais tr�s testemunhas foram ouvidas no primeiro dia de julgamento de Ant�rio M�nica. Uma delas confirmou que um carro igual ao da mulher do r�u foi visto no local onde estavam os executores e intermedi�rios do crime.

Ap�s um intervalo de uma hora do segundo depoimento, o julgamento foi retomado com a oitava de Afr�nio Gon�alves Soares, auditor fiscal do trabalho. A defesa do r�u pediu que o depoente n�o fosse ouvido como testemunha, j� que ele era colega das v�timas.

Al�m disso, tinha um relacionamento de amizade com D�cio Santos Lima, presidente da Associa��o dos Auditores Fiscais. D�lcio � marido de uma das procuradoras da Rep�blica envolvidas no julgamento, Mirian Moreira Lima.

A ju�za n�o entendeu que havia uma rela��o de proximidade que pudesse desqualificar o depoimento de Afr�nio.

O fiscal disse que s� ficou sabendo depois dos crimes que Nelson sofria amea�a. "Tenho conhecimento pelo relat�rio dos fiscais que seria o sr. Ant�rio (o autor das amea�as)."

Afr�nio relatou que n�o participou das fiscaliza��es, mas estaria trabalhando no dia do crime se n�o tivesse de f�rias.

Afirmou ainda que n�o tinha conhecimento do auto de infra��o contra a filha de Ant�rio, M�rcia.

"Tive dificuldade de voltar a fiscalizar nos mesmos carros que us�vamos. Depois, passamos a fiscalizar com seguran�a."


Corpos baleados e ainda com cinto de seguran�a


O pr�ximo depoimento foi de Vilmar da Silva Ferreira, policial militar e comandante do policiamento da cidade de Una� na �poca do crime.

Ele contou que receberam a informa��o de uma caminhonete branca parada com tr�s corpos dentro, provavelmente sem vida, e uma quarta v�tima sendo socorrida.

Vilmar disse que se deslocou para o local e viu outra caminhonete levando a quarta v�tima para o hospital. Conversou com a v�tima, que era motorista do Minist�rio do Trabalho.

O policial lembrou que os fiscais mortos estavam dentro da caminhonete, todos baleados na cabe�a ainda usando cinto de seguran�a. Afirmou que pela situa��o n�o tinham como se defenderem.

Disse ainda que um ve�culo igual ao da mulher do r�u foi visto no local onde estavam os executores e intermedi�rios dos assassinatos.

Sentimento de culpa pelas mortes

A testemunha ouvida a seguir foi Carlos Calazans. Na �poca da chacina era o superintende-regional do Minist�rio do Trabalho em Minas.

O advogado de defesa contraditou a testemunha e lembrou que Carlos chegou a comemorar a primeira condena��o de Ant�rio M�nica. Ele, por�m, negou que tivesse interesse na condena��o do r�u.

"Tenho reagido sempre de forma correta e ponderada. Era respons�vel por todas as a��es do Minist�rio do Trabalho em Minas Gerais. Sempre busquei esclarecimento da verdade e justi�a."

Calazans disse que n�o participou de forma direta das investiga��es sobre o crime.

Menos de um ano antes do crime, ele conta que Norberto M�nica j� havia reclamado das fiscaliza��es e dito que aquilo s� acabaria quando "um fiscal tomasse um tiro".

Calazans disse que o fato foi relatado para as autoridades. Apesar disso, segundo ele, o fiscal Nelson Jos� da Silva nunca disse que se sentia amea�ado ou pediu prote��o.

Ele ainda revelou que se sente culpado pelas mortes dos fiscais. "Poderia ter feito mais para evitar aquilo e n�o consegui."


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