
Com flores e uma apresenta��o musical em mem�ria aos quatro colegas mortos em uma emboscada, cerca de 50 auditores se manifestam no local pedindo justi�a. Em 2015, o r�u foi condenado a 100 anos de pris�o, mas a senten�a foi anulada em 2018. De acordo com a defesa de Ant�rio, o Minist�rio P�blico Federal (MPF) n�o conseguiu provar a participa��o dele, que � ex-prefeito de Una�. Al�m disso, os advogados sustentaram ter havido erros na condu��o do julgamento.
Por�m, entre os auditores fiscais a expectativa � de que o j�ri chegue � mesma conclus�o de sete anos atr�s. "O caso vem se arrastando ao longo desses anos em raz�o da condi��o econ�mica do r�u. H� uma ampla gama de provas. Nossa expectativa � positiva, acreditamos que o j�ri ir� chegar ao mesmo resultado de 2015", disse o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), Bob Machado. "De l� para c� tem sido uma busca incessante por justi�a", complementa.
Os servidores acreditam que os advogados do r�u v�o tentar v�rias manobras para evitar uma nova condena��o de M�nica, mas afirmam que mant�m expectativa positiva. "Nosso desejo � que isso se encerre de uma vez por todas. N�o podemos ficar esperando mais. Essa � uma dor de todo servidor p�blico", disse Edesia Barros, auditora fiscal.
Os auditores dizem ainda que, depois da chacina, eles cada vez mais sentem medo de sair para cumprir o trabalho de fiscaliza��o. Uma condena��o de Ant�rio M�nica �, para eles, uma revers�o da sensa��o de impunidade. "� uma inseguran�a para n�s. Eles estavam representando o Estado. Muitos empres�rios v�em os auditores como um impecilho para o crescimento econ�mico. O que n�s queremos � garantir emprego com dignidade", comenta a auditora fiscal.
Para acompanhar o julgamento, vieram para BH auditores de v�rios estados, como Distrito Federal, S�o Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. "N�s carregamos conosco o peso dessa dor e desse medo de exercer o nosso trabalho. Esses servidores foram brutalmente assassinados, porque n�o se dobraram. Precisamos mostrar que a lei vale para todos", afirma Bob Machado.
A Chacina de Una�
Em 28 de janeiro de 2004, Erat�stenes de Almeida Gon�alves, Jo�o Batista Soares Lage e Nelson Jos� da Silva foram assassinados a tiros em uma emboscada quando investigavam condi��es an�logas � escravid�o na zona rural de Una�, incluindo as propriedades da fam�lia M�nica. O motorista Ailton Pereira de Oliveira, que acompanhava o grupo, tamb�m foi morto.
Al�m de Ant�rio M�nica, o irm�o dele, Norberto, foi condenado como outro mandante da chacina. Ele, por�m, est� em liberdade. Outros condenados pelos crimes foram Hugo Alves Pimenta, Jos� Alberto de Castro, Erinaldo de Vasconcelos Silva, Rog�rio Alan Rocha Rios e Willian Gomes de Miranda, que cumprem pena na pris�o.