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Estado de Minas JUSTI�A FEDERAL

Chacina de Una�: Ant�rio M�nica ser� novamente julgado nesta ter�a-feira

Fazendeiro � apontado pelo MPF como um dos mandantes da chacina


22/05/2022 20:57 - atualizado 22/05/2022 21:25

Norberto (E) e seu irmão Antério Mânica (D)
Norberto (E) e seu irm�o Ant�rio M�nica (D) (foto: Jair Amaral/EM/DA Press - 16/9/04 Paulo Filgueiras/EM/DA Press)

Apontado pelo Minist�rio P�blico Federal (MPF) como um dos mandantes do que ficou conhecido como a Chacina de Una�, o ex-prefeito de Una� e propriet�rio rural Ant�rio M�nica ser� novamente julgado nesta ter�a-feira (24/5), pelo Tribunal do J�ri da Justi�a Federal.

Em novembro de 2018, a Justi�a Federal anulou o julgamento que o condenou a 100 anos de pris�o por qu�druplo homic�dio. De l� pra c�, a Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Regi�o (TRF1) analisou os recursos de outros tr�s condenados: Norberto M�nica, irm�o de Ant�rio, e os empres�rios Hugo Pimenta e Jos� Alberto de Castro.
O crime aconteceu em 28 de janeiro de 2004 nas proximidades da cidade mineira, quando tr�s fiscais do trabalho e o motorista do Minist�rio do Trabalho que os conduzia foram assassinados em uma emboscada.

A defesa de Ant�rio, condenado em outubro de 2015 pelo Tribunal do J�ri da Justi�a Federal de Minas Gerais, argumentou que o MPF n�o conseguiu provar a participa��o do pol�tico no crime, sustentou que houve erros na condu��o do julgamento.

Um deles foi quando o juiz Murilo Fernandes de Almeida perguntava ao j�ri sobre o assassinato de um dos fiscais, Erast�stenes de Almeida Gon�alves. Eles haviam respondido que o crime ocorreu e que Ant�rio M�nica concorreu para os homic�dios na condi��o de mandante. Por�m, quando o magistrado questionou se eles o absolviam, quatro jurados disseram sim, e tr�s n�o.

O juiz explicou que havia contradi��o nas respostas, pois se era reconhecido que houve crime e que M�nica era um dos mandantes, n�o fazia sentido o fazendeiro ser absolvido. Almeida, ent�o, repetiu a vota��o da terceira pergunta e Ant�rio foi condenado por quatro votos a tr�s.

Na sustenta��o, o advogado do fazendeiro, Maur�cio Leonardo, afirmou que o juiz deveria ter repetido as outras perguntas. Tamb�m argumentou que um dos jurados n�o entendeu se "concorrer" com o crime significava ser suspeito ou ter participa��o.

O desembargador C�ndido Ribeiro, relator do recurso, votou pela manuten��o do julgamento, mas foi vencido pelos colegas N�viton Guedes e Olindo Menezes. No voto, Ribeiro afirmou que o caso foi "suficientemente debatido em 6 mil p�ginas de processo" e negou a fragilidade das provas contra Ant�rio.

Guedes, por sua vez, afirmou que "n�o viu prova m�nima que pudesse sustentar" a condena��o. Menezes, o �ltimo a votar, disse que o "sentimento e a sede de Justi�a que essas fam�lias t�m nunca acaba", mas concordou com a defesa de que havia poucas provas e que o juiz errou ao n�o repetir as tr�s perguntas aos jurados.

O Minist�rio P�blico Federal sustenta que um ve�culo igual ao da esposa de Ant�rio M�nica teria sido visto durante um encontro entre os executores dos assassinatos e os intermedi�rios da chacina.

Essa informa��o foi dada � Pol�cia Federal pelo motorista do grupo, William Gomes, condenado pela participa��o nos assassinatos. O MPF ainda alegou que Ant�rio M�nica era uma refer�ncia para os irm�os e estava insatisfeito com a atua��o dos auditores do trabalho na fazenda dele.

Tempos ap�s o julgamento, Norberto M�nica declarou em cart�rio ser culpado pelo assassinato do auditor fiscal Nelson Jos� da Silva, um dos quatro mortos na chacina. At� ent�o, o fazendeiro, tamb�m condenado a 100 anos, jamais admitira participa��o no crime.

No entendimento do MPF, essa � uma manobra da defesa para eximir Norberto dos outros tr�s assassinatos e, assim, reduzir a pena para 30 anos. O produtor rural aguarda em liberdade o julgamento dos recursos.

Os auditores Erat�stenes de Almeida Gon�alves, Jo�o Batista Soares Lage e Nelson Jos� da Silva investigavam condi��es an�logas � escravid�o na zona rural de Una�, incluindo as propriedades da fam�lia M�nica. O motorista Ailton Pereira de Oliveira dirigia o carro.

Em 28 de janeiro de 2004, eles foram pegos em uma emboscada e mortos a tiros. Al�m dos irm�os M�nica, foram condenados Hugo Alves Pimenta, Jos� Alberto de Castro, Erinaldo de Vasconcelos Silva, Rog�rio Alan Rocha Rios e Willian Gomes de Miranda, que cumprem pena na pris�o. Ant�rio e Norberto, ao contr�rio, est�o em liberdade.


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