
Na porta do Tribunal do J�ri de Minas Gerais, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, onde � realizado o terceiro dia de julgamento de Ant�rio M�nica, apontado como um dos mandantes do crime, eles celebraram a mem�ria de Erast�tenes com um bolo e reza.
No ato, quatro fiscais deitaram no ch�o simulando uma cruz com o corpo, representando os tr�s colegas e motorista que foram mortos em uma emboscada na cidade mineira. "J� s�o 18 anos e at� hoje n�o temos uma resposta definitiva. Os mandantes continuam livres", afirma a vi�va Erast�tenes, Maria In�s Lina de Laia, de 58 anos.
Segundo presidente do presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), Bob Machado, o protesto � uma forma de humanizar o julgamento. "� despeito do que est� acontecendo l� dentro, estamos falando de vidas que foram brutalmente interrompidas", afirma.
Cerca de 30 auditores de v�rios estados mant�m vig�lia na porta do tribunal, desde o primeiro dia de julgamento, que come�ou na ter�a-feira (24). "� um fantasma que se arrasta. Enquanto o caso fica parado os familiares n�o conseguem enterrar seus entes queridos", comentou o advogado e assistente de acusa��o, Roberto Tardelli.
Hoje, os promotores do processo e defesa do r�u apresentam imagens e v�deos durante o julgamento de Ant�rio M�nica. A previs�o � de que o fazendeiro d� seu depoimento nesta tarde. Ao longo de dois dias de julgamento foram ouvidas 14 testemunhas de acusa��o e seis de defesa.
A Chacina de Una�
Em 28 de janeiro de 2004, Erat�stenes de Almeida Gon�alves, Jo�o Batista Soares Lage e Nelson Jos� da Silva foram assassinados a tiros em uma emboscada quando investigavam condi��es an�logas � escravid�o na zona rural de Una�, incluindo as propriedades da fam�lia M�nica. O motorista Ailton Pereira de Oliveira, que acompanhava o grupo, tamb�m foi morto.
Al�m de Ant�rio M�nica, o irm�o dele, Norberto, foi condenado como outro mandante da chacina. Ele, por�m, est� em liberdade. Outros condenados pelos crimes foram Hugo Alves Pimenta, Jos� Alberto de Castro, Erinaldo de Vasconcelos Silva, Rog�rio Alan Rocha Rios e Willian Gomes de Miranda, que cumprem pena na pris�o.