
A fam�lia do pouso-alegrense Miguel Reimberg, de 15 anos, iniciou uma campanha no m�s passado para doa��o de medula ao adolescente, diagnosticado com Aplasia de Medula �ssea, uma doen�a grave que tem cura por meio de um transplante. A campanha tomou uma propor��o gigante e a m�e, Gabriela Reimberg, fez quest�o de agradecer a ajuda ao filho e falar como est� o tratamento dele.
De acordo com ela, a campanha se espalhou t�o r�pido que muita gente come�ou a enviar mensagem querendo saber sobre o menino e como ajudar. Ela contou que, al�m do Sul de Minas, recebeu mensagens de pessoas de Belo Horizonte, Uberaba e de outras cidades mineiras.
“A gente come�ou a campanha quando recebemos os resultados e as pessoas come�aram a compartilhar; os amigos foram espalhando e foram buscando, por iniciativa pr�pria, formas de que chegasse ao maior n�mero de pessoas”, conta a m�e.
Al�m das redes sociais, empresas e autoridades entraram na campanha. Um exemplo � o Pouso Alegre F.C., que aderiu � a��o com posts nas redes sociais e entrando com uma faixa em campo em jogos do Manduz�o. O garoto tamb�m participou de um podcast no YouTube, denominado #podecrente, onde falou sobre a campanha e seu tratamento.
“Vereadores tamb�m compartilharam, isso deu bastante visibilidade. � uma campanha de menos de um m�s e foi alavancando bem. Algumas empresas fizeram post para divulgar, estimulando seus funcion�rios a ajudar”, completou.

Av� viaja mil quil�metros para pedir ajuda
Em 31 de maio, a av� de Miguel, Nena Reimberg, viajou cerca de mil quil�metros para encontrar o empres�rio Luciano Hang (dono da empresa Havan) e pedir ajuda na busca por um doador.
“Vim em busca de ajuda, pois sei da visibilidade do Luciano e queremos encontrar novos doadores. N�o precisamos de dinheiro e sim, da sensibilidade das pessoas em ser doadoras. Essa corrente do bem pode salvar o meu neto e muitas outras pessoas”, destacou a av�.
Luciano Hang ficou muito comovido com a busca de dona Nena, que foi de longe pedir apoio a ela nessa corrida contra o tempo. Ele reiterou a import�ncia de as pessoas atenderem o clamor dessa av�.
“A cura do Miguel e todas essas pessoas que aguardam por uma medula compat�vel pode estar em cada um de n�s, basta a gente ajudar. Vamos fortalecer essa corrente do bem!”, disse o empres�rio.

Como est� o Miguel?
Com o excesso de divulga��o, a m�e contou que muitas pessoas chegaram a questionar se isso n�o atrapalharia a imagem de Miguel, pois sua foto estava rodando em todos os locais. Ela ent�o afirma que ele sabe da import�ncia da a��o.
“Isso n�o incomoda o Miguel. Ele entende a import�ncia da campanha, n�o s� pra ele, mas para todas as pessoas que est�o na situa��o dele. E ele fica feliz”, contou. “Ele est� bem seguro e confiante, animado. O Miguel n�o se abala. Ele conhece a gravidade da doen�a dele, n�s n�o escondemos nada. A gente n�o conversa com o m�dico em particular, a gente conversa com ele. Ele � um menino extremamente maduro, tranquilo e confiante”, completou.
A fam�lia est� aguardando o in�cio do tratamento com medicamentos. Miguel est� fazendo o tratamento em Campinas-SP, atualmente. A m�e conta ainda que o garoto est� est�vel.
“� um menino que � muito firme na f� em Deus. Clinicamente falando, o Miguel est� est�vel. A Aplasia � uma doen�a rara, e no Miguel tem um comportamento diferente das demais aplasias. Ele est� com tudo liberado pelo conv�nio para come�ar o tratamento medicamentoso, que � extremante agressivo”, comentou.
As c�lulas do Miguel morrem e n�o t�m reposi��o, por isso ele necessita de transfus�es sangu�neas. Ela conta que o filho fica bem debilitado e depois da transfus�o, ele fica renovado. “� como se fosse um brinquedinho que acaba a pilha e a gente vai l� e troca a pilha”, enfatiza a m�e.
“A equipe m�dica est� adiando um pouco o in�cio desse tratamento medicamentoso, a gente achava que j� iria iniciar nesta semana, porque o Miguel tem padr�es diferentes, ent�o est� se estudando a melhor forma de come�ar, para que a gente n�o comprometa demais o estado que o Miguel est� hoje, que � est�vel, embora ele precise das transfus�es de sangue regulamente”, encerrou.
O diagn�stico
Miguel foi diagnosticado h� pouco tempo com Aplasia de Medula �ssea, uma doen�a grave, mas que tem cura atrav�s de transplante. O jovem � de Pouso Alegre e descobriu a doen�a ap�s algumas queixas de dores.
De acordo com a m�e do adolescente, neste caso, o doador tem que ser 100% compat�vel, caso contr�rio n�o � poss�vel realizar o transplante. E ningu�m da fam�lia tem a compatibilidade, por isso foi necess�rio que ele entrasse na fila para o transplante.
De acordo com o Instituto Nacional de C�ncer (Inca), pelo menos 650 pessoas aguardam por um transplante de medula �ssea no Brasil. Miguel faz parte dessa angustiante espera.
“E o mais importante, as idades para doadores de medula foram alteradas. Antes podia ser ate%u0301 55 anos, atualmente e%u0301 dos 18 aos 35 anos, o que se torna mais difi%u0301cil, pois infelizmente esse pu%u0301blico na%u0303o costuma se cadastrar para doac%u0327a%u0303o”, completou a m�e.
Miguel � o mais velho de tr�s irm�os. Para contato com a fam�lia, o telefone � (35) 99919-6219 (Gabriela – m�e).
Possibilidade � de 1 para 100.000
Constitu�da por tecido l�quido-gelatinoso e encontrada no interior dos ossos, a medula �ssea produz os componentes do sangue, incluindo as hem�cias ou c�lulas vermelhas, respons�veis pelo transporte do oxig�nio na circula��o, os leuc�citos ou c�lulas brancas, agentes mais importantes do sistema de defesa do nosso organismo, e as plaquetas, que atuam na coagula��o do sangue.
O transplante de medula �ssea beneficia pacientes com produ��o anormal de c�lulas sangu�neas, geralmente causada por algum tipo de c�ncer no sangue como leucemias e linfomas, al�m de portadores de aplasia medular, entre outras doen�as.
De acordo com o Hemominas, a chance de encontrar um doador compat�vel entre irm�os, filhos de mesmo pai e mesma m�e, � estimada em 25% a 30%, aproximadamente. Entre pessoas n�o aparentadas, essa possibilidade pode chegar a 1 para 100.000 candidatos cadastrados.
“A compatibilidade � verificada pela semelhan�a entre os ant�genos dos leuc�citos do doador com os do receptor, por meio do exame de HLA (Ant�genos Leucocit�rios Humanos). Portanto, quanto mais candidatos cadastrados, maiores as chances de se encontrar o doador ideal para os pacientes que precisam de transplante”, explica.
“Se o candidato for considerado compat�vel com um paciente, ele ser� consultado, mais uma vez, para decidir sobre a doa��o. Com a confirma��o do doador, outros testes sangu�neos ser�o feitos para confirmar a compatibilidade. Em seguida, o candidato passa por rigorosos exames para avalia��o da sua sa�de e, se tudo der certo, ele se tornar� um doador”, completa.
Como doar?
Para se tornar um doador de medula �ssea basta procurar o hemocentro da sua cidade ou regi�o, ter idade entre 18 e 35 anos e um bom estado de sa�de em geral. Durante a inscri��o como doador volunt�rio, ser� retirado uma pequena quantidade de sangue (10ml) para testes gen�ticos.
Essas informa��es v�o para o Registro Nacional de Doadores Volunt�rios de Medula �ssea (REDOME) e ser�o cruzadas com os dados de pacientes que necessitam de transplantes para determinar a compatibilidade. Todo o procedimento � feito gratuitamente, tanto para doadores, quanto pacientes.
O cadastramento de candidatos a doadores de medula �ssea � feito pela Funda��o Hemominas. Saiba como se cadastrar em Minas Gerais: Cadastramento de candidatos a doa��o de medula �ssea.
“N�o h� agendamento – os candidatos � doa��o devem se informar diretamente no setor de capta��o das unidades e ser�o atendidos nos hor�rios definidos por cada uma delas. Da mesma forma, n�o est� disponibilizado o agendamento online para esse tipo de atendimento”, explica o Hemominas.
Iago Almeida / Especial ao EM