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Estado de Minas PROPILENOGLICOL

Subst�ncia que matou c�es tem uso investigado em produtos para humanos

Ao Estado de Minas, Anvisa confirmou ter identificado f�bricas voltadas para consumo humano que teriam comprado composto de lotes apontados como contaminados


13/09/2022 18:01 - atualizado 13/09/2022 22:51

Entrada de complexo de industrias onde está instalada a fábrica da empresa TecnoClean Industrial
Lotes de propilenoglicol que estariam contaminados com monoetilenoglicol foram vendidos pela empresa TecnoClean Industrial (foto: Gladyston/EM/D.A Press )
Ind�strias que podem fabricar produtos destinados ao consumo de seres humanos foram notificadas por suspeita de comprar propilenoglicol que estaria contaminado com monoetilenoglicol, subst�ncia t�xica para pessoas e animais. A Ag�ncia de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) confirma que identificou empresas que teriam recebidos lotes do composto apontado como contaminado, que pode ter j� matado cerca de 50 c�es em todo o territ�rio nacional

Em nota exclusiva enviada ao Estado de Minas, a ag�ncia informou que a investiga��o ainda est� em curso e visa determinar se as fabricantes receberam, de fato, a subst�ncia, e se os produtos destinados a uso humano foram produzidos com a mat�ria-prima contaminada. 

"A Anvisa enviou notifica��es �s empresas, solicitando informa��es e documentos que comprovem a destina��o dada ao propilenoglicol dos lotes contaminados. A Ag�ncia tamb�m solicitou �s vigil�ncias sanit�rias locais o apoio para este levantamento", diz comuniocado oficial.

Resolu��o do �rg�o j� proibiu a comercializa��o, distribui��o, manipula��o e uso de dois lotes do propilenoglicol, vendidos pela ind�stria Tecno Clean Industrial Ltda., que tem filial em Contagem, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. A medida tamb�m determinou o recolhimento dos lotes AD5035C22 e AD4055C21 da subst�ncia.

No texto, a Anvisa explica que as medidas foram tomadas ap�s investiga��es conduzidas pelo Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento (MAPA) identificarem o uso do composto contaminado nos casos de intoxica��o de cachorros que ingeriram petiscos da fabricante Bassar Pet Food.  

Fonte de contamina��o

Nota entregue pela empresa TecnoClean Industrial
Fonte de contamina��o ainda � incerta (foto: Gladyston/EM/D.A Press)
Na tarde desta ter�a-feira (13/9) a reportagem tentou contato com a Tecno Clean Industrial para que se manifestasse sobre o assunto, mas foi informada de que o expediente na f�brica j� havia sido encerrado. J� na �ltima quinta-feira (8/9), o Estado de Minas esteve na filial da empresa para tentar contato com algum respons�vel. Por�m, a ind�stria n�o quis gravar entrevista e se posicionou por meio de declara��o, que foi entregue pelo porteiro do complexo industrial onde est� instalada. 
 
Conforme o texto, o produto apontado como contaminado foi comprado de uma terceira fabricante, de S�o Paulo. “Cumpre salientar que a Tecno Clean Industrial Ltda. n�o fabrica propilenoglicol, apenas tendo comprado da empresa A & D Qu�mica Com�rcio Eireli, que � importador, e revendeu ao mercado nacional como apenas distribuidor”, afirmou a empresa.
 
Procurada, a Prefeitura de Contagem informou que, a pedido da Secretaria de Estado de Sa�de (SES-MG), esteve na filial da empresa instalada no munic�pio, onde constatou que o local n�o fabrica propilenoglicol, alvo da investiga��o. A administra��o acrescentou que n�o foram identificadas irregularidades no local.
 

Propilenoglicol 

De acordo com o Mapa, o propilenoglicol est� aprovado para uso, sendo seguro para as esp�cies animais de produ��o e de companhia, n�o sendo indicado apenas para gatos. O composto tamb�m � aprovado para emprego ns ind�strias farmac�uticos e aliment�cia voltadas para humanos, o que amplia a preocupa��o com a poss�vel contamina��o de alimentos e rem�dios. 

No caso dos alimentos para consumo animal, o composto � usado como umectante. J� na ind�stria para uso humano o qu�mico serve como espessante e conservante. 

Animais contaminados 

Mallu, ficou internada por 20 dias após comer petisco que estaria contaminados
Cerca de 50 animais morreram v�timas de suposta intoxica��o por monoetilenoglicol (foto: Arquivo pessoal)
Na �ltima atualiza��o da Pol�cia Civil de Minas, 54 c�es morreram em 11 estados brasileiros ap�s a ingest�o de petiscos supostamente contaminados da empresa Bassar Pet Food. Em nota, a corpora��o afirmou que 15 cachorros morreram em Minas Gerais. Doze casos ocorreram em Belo Horizonte, um em Piumhi, e os outros dois em Uberl�ndia.

A princ�pio, dois produtos haviam sido identificados com suspeita de contamina��o: o Every Day sabor f�gado (lote 3554) e o Dental Care (lote 3467). Entre os principais sintomas identificados nos relatos est�o convuls�es, v�mito, diarreia e prostra��o.

Em nota, a Bassar anunciou um recall de seus produtos. A fabricante solicitou aos consumidores que entreguem no local de venda os itens que j� tenham adquirido anteriormente. A empresa confirmou o uso do propilenoglicol e informou que “investiga��es oficiais” ainda est�o sendo feitas em todo o processo de produ��o e maquin�rios de sua planta fabril. 

Na �ltima sexta-feira (2/9) a per�cia da Pol�cia Civil de Minas Gerais confirmou que um dos produtos da empresa estava contaminado com a subst�ncia t�xica. A corpora��o ainda n�o informou o resultado dos demais testes ou qual produto testou positivo para contamina��o por monoetilenoglicol. 
 

Caso Backer

A intoxica��o dos c�es por monoetilenoglicol tem paralelo com das contamina��es de 29 pessoas, parte delas pela mesma subst�ncia, em caso que veio a p�blico nos primeiros dias de 2020. Na �poca, dez pessoas morreram por complica��es renais ap�s consumirem a cerveja Belohorizontina, da cervejaria Backer. Foi indentificado nesse epis�dio ainda a contamina��o pelo dietilenoglicol, tamb�m t�xico. 

Quando ingerido, o monoetilenoglicol pode provocar intoxica��o, com sintomas como insufici�ncia renal e problemas neurol�gicos. Na f�brica de cerveja, a subst�ncia contaminada era usada para agilizar o processo de resfriamento da bebida, mas n�o deveria ter contato direto com o l�quido.

Segundo as investiga��es, a contamina��o das cervejas por monoetilenoglicol e dietilenoglicol ocorreu devido a um vazamento no tanque da f�brica. Em outubro daquele mesmo ano, 11 pessoas foram denunciadas pelo Minist�rio P�blico. 


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