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Estado de Minas BH N�O TEM MAR, MAS TEM BAR

Bar de BH que abre 24h h� 22 anos fecha pela primeira vez; saiba porqu�

No domingo passado, clientes deram de cara com as portas fechadas; mas encontraram um cartaz na porta e descobriram: motivo era alegre


20/09/2022 11:33 - atualizado 20/09/2022 13:18

Cledir segurando as plaquinhas escrito FIQUEI NOIVA, QUEM COMEU, COMEU! QUEM NÃO COMEU NÃO COME MAIS e FECHADO POR MOTIVO DE LUTO, MINHA VONTADE DE PERMANECER SOLTEIRA MORREU
Cledir ficou noiva, e devido a festa de noivado, fechou o bar por dois dias (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

 

O Bar da Cledir abre dia e noite h� 22 anos, invariavelmente. O tradicional ponto de encontro fica na Av. Augusto de Lima, 685, no  Centro. Mas, no �ltimo domingo (18/9) o bar fechou por um motivo inusitado, e muito alegre.

Cledir de F�tima da Silva, de 46 anos, ficou noiva e resolveu fechar o bar para comemorar o noivado com amigos e funcion�rios. A festa foi t�o grande que, no dia seguinte, o bar ainda estava fechado. “Eu tinha que levar eles comigo, eles s�o meus companheiros na alegria e na tristeza”, disse a dona. 

 

Uma cliente chamada Cibele Maia relatou que “eu trabalho ao lado do Minascentro, do Mercado Central. Eu paro o carro ao lado do bar da Cledir. Ela nunca fecha! Antes da Ara�jo ser 24 horas, Cledir j� trabalhava 24 horas. Todos os dias da semana! Cledir vende almo�o, jantar e bebida. Cledir vende torresmo cabeludo e acolhe as pessoas. Cledir arrumou um quartinho e acolheu um morador de rua que estava desempregado. Agora ele � eternamente grato � Cledir e recicla papel, papel�o etc na regi�o.


Cleidir tem uma parede inteira de fotos dela preta e branca com celebridades: Obama, Jay-Z, coisa fina. Ela fez photoshop na cara da Michelle e colocou a dela no lugar, colocou o rosto no lugar da Beyonc� e por a� vai. Hoje pela primeira vez na vida o bar da Cledir fechou.”


Cledir em frente ao estande de comidas segurando as plaquinhas escrito FIQUEI NOIVA, QUEM COMEU, COMEU! QUEM NÃO COMEU NÃO COME MAIS e FECHADO POR MOTIVO DE LUTO, MINHA VONTADE DE PERMANECER SOLTEIRA MORREU
Cledir funciona 24h, vende almo�o e petiscos (tira gosto) (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


A dona contou que as plaquinhas foram uma brincadeira dos funcion�rios, em comemora��o ao cas�rio. “Eu espero conseguir fazer o casamento no meio da Augusto de Lima. Tomara que o prefeito libere a rua.”


Belo Horizonte � considerada a capital dos botecos, pela quantidade de bares tradicionais espalhados pela cidade, e por lei - sancionada pelo prefeito M�rcio Lacerda - em 24 de junho de 2009.


O bar abriu em uma segunda-feira, no dia 4 de setembro de 2000. De acordo com Cledir, sempre foi o sonho dela ter um bar para receber as pessoas. “ A minha ideia de ter um bar que n�o fechasse veio porque, quando eu trabalhava de gar�onete aqui na regi�o, via o pessoal sair da balada procurando outros bares para ir. E quando eu comecei, era tudo muito dif�cil, ent�o eu queria trabalhar 24h para ganhar o m�ximo de dinheiro poss�vel”, disse.


Ela abriu o bar a partir de gorjetas que conseguiu no outro emprego. “Naquela �poca o Centro de Belo Horizonte era lotado de bar 24h, foi dif�cil”. 


Ainda de acordo com Cledir, sua clientela sempre foi muito fiel. “Meu p�blico desde o come�o sempre foi muito diverso, o pessoal sai das baladas e vem pra c�, conversa comigo, se diverte mesmo. O p�blico LGBT s�o os que mais aparecem por aqui, eu adoro”. Al�m deles, gar�ons e gar�onetes tamb�m frequentavam o bar ap�s o expediente. 

 

Paulo e Cledir segurando as plaquinhas escrito FIQUEI NOIVA, QUEM COMEU, COMEU! QUEM NÃO COMEU NÃO COME MAIS e FECHADO POR MOTIVO DE LUTO, MINHA VONTADE DE PERMANECER SOLTEIRA MORREU
Paulo ficou preocupado e achou que Cledir tinha morrido, devido a plaquinha de "luto" (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


Paulo Donizete Costa, entregador do a�ougue Rei da Carne - fornecedor de Cledir - disse que frequenta o bar desde o come�o. “L� � tudo �timo, tem almo�o e tira gosto. Tudo uma del�cia!! Tem um torresminho �timo”, disse. 


Quando Paulo viu a placa dizendo “luto”, ficou preocupado, pensando que tinha acontecido algo de ruim com Cledir. Assim que entendeu a hist�ria, ficou muito feliz por ela estar “mais viva do que nunca”. 

 

Cledir explica ainda que sempre dizia que n�o iria se casar devido � rotina e ao tipo de trabalho que faz. “N�o � qualquer rapaz que aceita n�o, trabalho � noite e, em bar, s�o algumas dificuldades”.


Para ela, o carinho das pessoas � essencial. “Inclusive os convidados que eu chamei s�o casais LGBT, que eu j� tenho muita intimidade. E se tudo der certo, eu quero que eles fa�am o meu vestido. De onde eu vim e at� onde eu cheguei, eu preciso ter total gratid�o a esse p�blico”. 


*estagi�ria sob supervis�o do editor Benny Cohen


 


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