Igrejas de Belo Horizonte mant�m a tradi��o no dia de S�o Francisco

Um dia especial para saudar S�o Francisco de Assis, o santo protetor da natureza e dos animais. Depois da pandemia, a tradicional b�n��o de c�es, gatos, coelhos, p�ssaros e outros bichos, incluindo at� um cavalo, se fortalece nas igrejas e capelas cat�licas, numa movimenta��o que traduz o carinho aos pets.

No in�cio da noite desta ter�a-feira (4/10), dezenas de pessoas levaram seus bichos de estima��o para manter a tradi��o no Santu�rio Arquidiocesano S�o Francisco de Assis, mais conhecido como Igrejinha da Pampulha, em Belo Horizonte. O tema deste ano � "Viver a comunh�o, a fraternidade e a solidariedade”.

Na celebra��o da missa, o padre Ednei Almeida Costa lembrou que o templo comemora um ano como santu�rio arquidiocesano e n�o imp�e mais restri��es sanit�rias. "Esta data re�ne a dimens�o espiritual de S�o Francisco de Assis e o cuidado com a 'casa comum', que � a natureza, ainda mais em meio a um jardim t�o bonito como o da Pampulha", afirmou padre Ednei. Ele destacou ainda a mem�ria de Juscelino Kubitschek, o JK (1900-1976), que teria completado 120 anos em 12 de setembro. Foi na administra��o de JK como prefeito de BH, na d�cada de 1940, antes de ele ser governador de Minas e presidente da Rep�blica, que o Conjunto Moderno da Pampulha foi edificado.

A estudante de veterin�ria e amazona Samira Lobo, de 20 anos, moradora do Bairro Xangril�, na Regi�o da Pampulha, tem muitos animais em casa, incluindo c�es, gatos e galinhas, mas resolveu levar, pela primeira vez, para a b�n��o, o seu cavalo Kamikaze, que fica no Haras Para�so.

Ao lado de Samira, estava a tia dela, Eliane dos Santos, que comentou, sorrindo, que o cavalo at� abaixou a cabe�a na hora de receber a �gua benta.

Carregando os c�ezinhos Lion, de 12 anos, e Jolie, de quase 14, a funcion�ria p�blica federal Francis Martins, moradora do Bairro Cai�ara, contou que foi batizada com esse nome em homenagem a S�o Francisco de Assis. "Minha m�e era devota de S�o Francisco. Desde crian�a, tenho paix�o pelos animais e trouxe os dois aqui, pois os bichos tamb�m precisam de prote��o", afirmou.

�gua benta

As b�n��os dos animais, na capital, come�aram na parte da manh�, na Capela Santo Ant�nio, ao lado do Col�gio Santo, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte. Aspergindo �gua benta, estava o frei Adilson Corr�a da Silva, da Ordem dos Frades Menores. A b�n��o se repetiu �s 17h30.

J� � tarde, os bichos tiveram seu momento especial na Par�quia S�o Francisco das Chagas, no Bairro Carlos Prates, na Regional Noroeste.

Meio ambiente 

Crian�as, jovens e idosos amparados pelas a��es sociais da Arquidiocese de Belo Horizonte participaram, nesta ter�a-feira, de uma iniciativa socioambiental, em homenagem a S�o Francisco de Assis. A programa��o ocorreu na Casa de Francisco, institui��o da Arquidiocese que promove atividades de educa��o ambiental. 

Os grupos foram recebidos pelo padre J�lio Amaral, que conduziu momento de ora��o. Em seguida, foram declamadas poesias e entoados c�nticos com a tem�tica ambiental.  A Arquidiocese de Belo Horizonte ampara 1,8 mil crian�as no Projeto Provid�ncia, com sedes em vilas e favelas. 

J� as idosas residem na Casa Santa Zita, dedicada a mulheres pobres sem v�nculos familiares.

Vida do santo

S�o Francisco nasceu em Assis, It�lia, em 1182, sendo filho de um pr�spero comerciante. Ao completar 16 anos, foi chamado para defender o Pontificado dos germanos, mas, durante a batalha, sentiu que deveria regressar a Assis.

Comovido pelo sofrimento alheio, o jovem Francisco come�ou a pegar os bens de seu pai para oferec�-los �s igrejas necessitadas, por�m, sua generosidade foi logo castigada, uma vez que seu pai o levou a ju�zo. Francisco, ent�o, devolveu os bens, despojou-se de suas vestes e abandonou a casa paterna. Reconstruiu igrejas pobres e iniciou sua tarefa de evangelizar. Em 1208, uma voz lhe recitou uma m�xima do evangelho que aconselhava uma vida austera. Francisco compreendeu, ent�o, seu destino e atraiu um grupo de mission�rios.

Em 1209, peregrinou at� Roma com seus irm�os para pedir aprova��o da Irmandade. O papa aceitou verbalmente uma regra segundo a qual Francisco e seus disc�pulos se guiariam nos primeiros anos de exist�ncia. Assim fundou-se a primeira ordem franciscana, a Ordem dos Frades Menores. A segunda ordem nasceu em 1212 da inicia��o de Santa Clara, que acolheu a regra dos Irm�os Menores e fundar a Ordem das Clarissas. Passado um tempo, S�o Francisco abandonou Assis para pregar no Oriente. Ao regressar, escrever uma regra que acolhe os seculares que desejavam praticar a pobreza. Dessa maneira, surgiu a terceira ordem franciscana: a Ordem Secular.

A partir de 1224, Francisco instalou-se no Monte Alverne para jejuar e orar na solid�o. Nesse local, experimentou �xtases e estigmas da Paix�o, e, como as feridas n�o cicatrizavam, seus irm�os o levaram � Porci�ncula (pequena igreja fora de Assis) onde faleceu na noite de 3 para 4 de outubro de 1226.