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Estado de Minas EM CONFINS

Motoristas de aplicativo reclamam de condi��es prec�rias no aeroporto

Enquanto taxistas possuem espa�o com lanchonete, banheiros e at� sinuca, condutores de app s�o obrigados a aguardar em local apelidado de "chiqueirinho"


20/10/2022 20:42 - atualizado 20/10/2022 21:08

Os motoristas das empresas de transporte por aplicativo denunciam falta de apoio e pedem mais infraestrutura no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Diferentemente do que ocorre com os taxistas, a espera pelas corridas de aplicativo � precariamente organizada em um espa�o sem cobertura ou banheiro. Na falta de uma defini��o mais confort�vel, os motoristas seguem reclamando e aguardando melhorias.

motoristas de aplicativo
Motoristas de aplicativos parados em rua na cidade de Confins. Local sem estrutura serve de ponto para condutores, que alegam n�o ter espa�o no aeroporto internacional. (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
A categoria espera manter um ponto em um posto de combust�veis na entrada do munic�pio de Confins, mas, para isso, as empresas de aplicativo precisam liberar novamente as chamadas demandadas no terminal. Alguns condutores at� preferem arriscar serem multados parando nos arredores do aeroporto ao inv�s de pagar para estacionar no terminal.

No estacionamento do aeroporto, os motoristas aguardam por at� cinco horas debaixo de sol e chuva, enquanto esperam a fila virtual do aplicativo para conseguir passageiros. O espa�o foi apelidado pelos profissionais de ‘chiqueirinho’. “Se existe uma palavra para definir, � abandono. Tem que ter muita ra�a para aguentar isso aqui. S�o coisas que n�s temos que engolir”, declara o motorista Evandro Ara�jo, de 61 anos. Com o carro no sol, eles ainda acabam ouvindo reclama��es dos clientes devido a ‘sauna’ dentro do ve�culo. “Quando fica pr�ximo da nossa hora na fila, a gente tem que ligar o ar-condicionado para ir preparando o carro. A� j� � mais gasto”, comenta Abra�o Santos, de 27, que trabalha h� mais de tr�s anos como motorista de aplicativo. A categoria tamb�m reclama da falta de suporte da empresa de aplicativo.

Motoristas se sentem esquecidos


Para utilizar o banheiro, os motoristas precisam andar mais de 300 metros e utilizar a estrutura oferecida aos taxistas. O ponto de t�xi tem cobertura para os carros, lanchonete, lava jato, banheiros e at� sinuca para as horas vagas. 

A BH Airport, concession�ria que administra o aeroporto de Confins, afirma que o uso da estrutura � aberto tamb�m aos motoristas de aplicativo. Muitos, por�m, se sentem desconfort�veis em usar o espa�o. “A gente pode usar, s� n�o pode ir de carro at� l�. S� que tem que ouvir indireta dos taxistas, da� a gente entra calado e sai calado”, conta Evandro. Segundo a concession�ria, recentemente tamb�m foram instaladas longarinas no estacionamento para que os motoristas possam esperar pelas corridas em um ambiente coberto, livre do calor e da chuva. Tamb�m foram implantadas torres para recarga dos celulares. A BH Airpot afirma, ainda, que tem projetos para amplia��o na infraestrutura dispon�vel, como expans�o da lanchonete e a instala��o de bebedouros no local.

Estacionamento que pesa no bolso


A tarifa para usar o estacionamento no local � de R$5 a cada tr�s horas de perman�ncia. “Parece um valor pequeno, mas, como demora muito para conseguir corrida, a gente tem que pagar dois estacionamentos, �s vezes at� tr�s”, relata Abra�o. Ele conta que ganha, em m�dia, R$50 em uma corrida de Confins at� o Centro de BH. “Tirando o valor do estacionamento, n�o sobra quase nada. N�o tem lucro nisso”, reclama. Por esse motivo, muitos motoristas preferem se arriscar a tomar uma multa parando nos arredores do aeroporto. “A pol�cia vem e taca uma multa de R$290. N�o tem nem conversa. Eu prefiro pagar aqui”, diz o motorista Evandro. 

fila de carros nas proximidades de Confins
A fila de carros de aplicativos aguardando at� que algum passageiros os acione no Aeroporto Internacional de Confins (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press.)
A concession�ria que administra o espa�o ressalta que n�o possui contrato com a empresa de aplicativo de transporte individual. Antes da pandemia, por�m, a empresa tinha parceria com a Uber para oferecer acesso gratuito ao estacionamento. “Antigamente era melhor. A gente, pelo menos, n�o pagava o estacionamento. S� pagava se sa�sse sem corrida”, conta o motorista Dalton Dami�o, de 45 anos.

Reclama��es de moradores


A categoria deseja manter um ponto em um posto de combust�veis na entrada de Confins, a menos de 3 km do aeroporto. Para isso, o aplicativo precisa liberar novamente as chamadas vindas do terminal. Rodeado por �rvores, o local tem restaurante, lava jato e at� um estacionamento coberto, que pertence ao posto. O sinal foi retirado dali devido a reclama��es de moradores da cidade, que levaram a reivindica��o � Prefeitura de Confins. 

vendedores ambulantes em Confins
Espa�o sem cobertura serve de improviso aos motoristas de aplicativo, vendedores ambulantes frequentam o local (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
As den�ncias se queixavam de motoristas urinando na rua e porta de casas, al�m de ve�culos parados na porta de garagens residenciais. “Tinham problemas, sim, mas acredito que eles generalizaram, julgando todos os profissionais como errados”, avalia Graziele Ferreira Figueiredo, dona do restaurante no local. Ela afirma que a mudan�a trouxe impactos para o com�rcio. “Tive que demitir tr�s funcion�rios devido a baixa no movimento. Aqui ficava lotado”, revela.

Motoristas deslocados para lote vago


Com o sinal interrompido, os motoristas foram enviados para uma �rea de lotes vagos, na Rua Lindonor Ribeiro, a pouco mais de 600 metros do posto de combust�veis. “Se precisar de alguma coisa, sair pra comer, tem que deixar o celular com algu�m para n�o correr o risco de sair da fila. �s vezes tem que deixar at� com quem a gente n�o conhece, confiar num cara. � dez minutos que n�s temos para ir l� e voltar”, conta o motorista Wellington Roberto Diniz. 

De shorts e chinelos, muitos motoristas deixam para vestir a roupa social somente quando acionados para uma corrida. “� uma realidade bem deprimente. � humilhante voc� ficar no sol o dia inteiro, passar por necessidades fisiol�gicas. Tem que voltar o sinal pra l� o mais r�pido poss�vel. Ali tem um banheiro, um espa�o onde podemos conversar com os amigos, para essas horas de espera n�o ficarem t�o cansativas”, cobra o condutor.

Para Graziele, o sinal para as chamadas deveria ser liberado em toda a cidade. “Da mesma forma que � em Belo Horizonte, Vespasiano e outras cidades do estado. Eles n�o liberam e fica esse problema. Todo mundo aglomerado, aquele tanto de carro em um s� lugar”, avalia. 
Resposta da prefeitura
O munic�pio pro�be que ‘pontos’ de perman�ncia sejam criados na cidade. A alega��o � de que a cidade � de pequeno porte, com pouco mais de 6 mil habitantes, e n�o tem estrutura para abrigar uma frota t�o grande de ve�culos. A Prefeitura de Confins tenta, inclusive, restringir a atua��o de motoristas de aplicativos no munic�pio. A partir da lei 874/18, os profissionais passam a necessitar de um credenciamento para operar na cidade, que abriga o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte. Em caso de descumprimento, est� prevista uma multa que pode chegar a R$ 3 mil.

O sindicato v� com preocupa��o essas medidas adotadas pela prefeitura do munic�pio. “Isso � totalmente inconstitucional, tira o nosso direito de ir e vir. Se fossem placas s� do munic�pio de Confins, mas existem placas de todo estado”, aponta Simone Almeida, presidente do Sindicato dos Condutores de Ve�culos que Utilizam Aplicativos do Estado de Minas Gerais (Sicovapp). 

A categoria busca a implanta��o de uma lei federal para regulamentar a atividade e evitar esses problemas com os munic�pios. “Essas leis municipais caem por terra com uma lei federal. Essa � a nossa luta. N�o tem condi��es de sairmos de Belo Horizonte e cair em outra lei em Confins, outra em Contagem, e por a� vai. � uma coisa totalmente louca. N�s temos tentado di�logo com a prefeitura do munic�pio, mas sem sucesso”, argumenta Simone.


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