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Estado de Minas INVAS�O A DOMIC�LIO

Furto em pr�dio de luxo reflete avan�o das invas�es de resid�ncias em BH

Cidade registra, em m�dia, 15 arrombamentos de casas por dia. Criminalista aponta import�ncia de sistemas de seguran�a


28/10/2022 04:00 - atualizado 28/10/2022 07:57

Vista do prédio invadido
Vista do pr�dio invadido: segundo delegado, a criminosa j� � conhecida da pol�cia e age tamb�m em outros estados da Regi�o Sudeste (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

 

Bel Ferraz, Isabela Bernardes e S�lvia Pires

 

Casas e apartamentos trancados e criminosos ousados: mesmo com a popula��o redobrando os cuidados com a seguran�a, o n�mero de furtos a resid�ncias cresce em Belo Horizonte. Segundo levantamento da Secretaria de Estado de Justi�a e Seguran�a P�blica (Sejusp), BH tem m�dia de 15 arrombamentos por dia. O temor cresceu desde o ano passado, com um salto de 5,7% nos crimes de invas�o a domic�lio seguido de furtos at� setembro, na compara��o com 2021. Ontem, a a��o de uma mulher que invadiu um condom�nio de luxo no Bairro Luxemburgo, Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, e furtou R$ 1 milh�o em joias e duas pistolas – o propriet�rio da casa � colecionador autorizado –, evidenciou essa sensa��o de inseguran�a at� mesmo dentro de casa.

 

As imagens do circuito de seguran�a do apartamento registraram toda a a��o. Bem-vestida e de �culos escuros, a mulher conseguiu se passar por uma moradora e entrou no pr�dio, que tem um forte esquema de seguran�a, sem levantar suspeitas. Segundo a Pol�cia Militar (PM), o porteiro liberou a entrada da mulher por t�-la confundido com uma h�spede do 8º andar. A suspeita seguiu para o elevador de servi�os, que n�o tem c�meras de seguran�a, entrou no apartamento e saiu ap�s 50 minutos dentro do im�vel. No momento do crime, a fam�lia viajava e o im�vel estava vazio.

 

Em entrevista coletiva sobre o caso, o delegado Gustavo Barretta, do Departamento Estadual de Investiga��o de Crimes contra o Patrim�nio (Depatri), disse que a suspeita j� � conhecida da Pol�cia Civil por praticar outros crimes de invas�o e assalto a condom�nios, incluindo em outros estados da Regi�o Sudeste, e que ela n�o agiu sozinha. Pelo menos outras duas pessoas est�o envolvidas, disse.

 

"No momento em que cometia o crime, ela era orientada por telefone. Acreditamos que os outros envolvidos estavam pr�ximos do local e deram fuga � mulher", explicou. Ele acredita que os parceiros sabiam da din�mica do apartamento, mas ainda n�o � poss�vel afirmar se eram pessoas com algum grau de familiaridade com o dono da casa. Ainda de acordo com Barretta, a porta foi arrombada com uma chave de fenda conhecida como lancinha. Agora, a investiga��o vai se concentrar na avalia��o das imagens da a��o para encontrar mais evid�ncias. A expectativa ontem era que a suspeita fosse encontrada “nas pr�ximas horas”.

 

OUTRAS V�TIMAS

 

Especialistas apontam que o perfil do furto de resid�ncia est� muito ligado a bairros com casas, sendo menos comum em pr�dios, mas, com criminosos cada vez mais ousados, essa realidade vem mudando nos �ltimos anos. A servidora p�blica Jussara Cristina Ribeiro, de 48 anos, teve o apartamento invadido no fim do ano passado. Ela mora com o marido em um pr�dio sem porteiro, no Bairro Bet�nia, Regi�o Oeste da capital. “A gente foi passar uns dias na casa dos meus pais, no interior de Minas mesmo, e quando voltamos demos de cara com a porta arrombada”, conta. Eles ficaram fora de casa por apenas tr�s dias, mas isso foi suficiente para que os criminosos levassem a TV, notebooks e aparelho de som. A fam�lia costuma viajar com frequ�ncia. “Eu s� sabia chorar quando vi o que tinha acontecido. Muitas coisas a gente ainda estava pagando no cr�dito”, lamenta. O casal havia se mudado pouco menos de um ano antes do crime para o pr�dio.

 

Jussara faz parte dos 4.100 belo-horizontinos que tiveram as resid�ncias invadidas e furtadas entre janeiro e setembro do ano passado. Em 2022, o n�mero saltou para 4.337 crimes. Minas Gerais computa m�dia de 158 furtos em domic�lio por dia. S� neste ano, foram 43.395 casos, contra 42.561 em 2021. Os dados n�o t�m informa��es espec�ficas, como a divis�o por bairros. A secretaria diz que evita a estigmatiza��o de um local em detrimento de outro, mas que eles podem ser acessados via Lei de Acesso � Informa��o.

 

Esse, no entanto, n�o � um problema somente dos mineiros. Na semana passada, imagens do circuito de seguran�a de um pr�dio, em S�o Paulo (SP), flagraram um adolescente de 15 anos suspeito de furtos milion�rios em condom�nios de luxo da cidade. Nas imagens, o jovem dan�a no elevador pouco antes de invadir o apartamento. Ele levou cerca de R$ 200 mil entre joias e dinheiro em esp�cie.

 

Vizinha de porta de Jussara, a dona de casa Fernanda de Oliveira Pires, de 49, conta que o pr�dio n�o tinha sinais de arrombamento e que nem ela nem outros vizinhos viram nada fora do comum no per�odo em que o casal esteve fora. “Eu s� percebi o que tinha acontecido quando vi a pol�cia chegando no pr�dio. Eu estava em casa todos esses dias e n�o ouvi nada. Na hora, congelei. Imagina se tivessem tentado entrar aqui?”, disse. Depois disso, ela passou a vigiar o apartamento da vizinha sempre que o casal viaja. “Agora ela deixa a chave comigo e sempre dou uma passada por l�”, disse. O pr�dio tamb�m instalou c�meras de seguran�a nas portas de entrada.

 

PERFIL E PROTE��O

 

Na avalia��o do advogado criminalista e pesquisador em seguran�a p�blica Jorge Tassi, crimes como esses s�o praticados por pessoas de confian�a da fam�lia. “Tem algu�m que deu todas as letras, todas as indica��es para que o crime viesse a acontecer, como burlar a seguran�a. O bandido n�o escolheu nada. Ele foi escolhido”, afirma. Ele refor�a a import�ncia de um sistema de seguran�a pr�prio, ainda que o condom�nio conte com esse servi�o. “A gente acha que o sistema de seguran�a do pr�dio � suficiente para cobrir os problemas dos nossos apartamentos, mas, � fato, que precisamos de um sistema de vigil�ncia interno para ser um backup, que vai cuidar quando voc� n�o est� cuidando. Se voc� tiver, por exemplo, um alarme com uma c�mera, j� acaba criando um fator de dificuldade para essa pessoa”, considera.

 

Ele tamb�m pondera que o sistema de seguran�a permite que a pessoa se antecipe a poss�veis riscos. “Voc� consegue olhar sua casa do seu celular, fazer o acompanhamento do que est� acontecendo no entorno. Isso � muito bom para voc� chegar em casa e, por exemplo, ver que carro est� parado do lado de fora, quem est� pr�ximo, j� sabe tudo isso antes mesmo de chegar na rua”, disse. Tassi defende que as pessoas sejam mais criteriosas com o que postam nas redes sociais. “A gente precisa ser menos imediato. Eu realmente acho que a exposi��o nas redes sociais � exagerada. Voc� n�o vai exibir que instalou um sistema de c�meras em casa”, observa.

 

As for�as de seguran�a destacam que os casos de arrombamentos – e todos os demais crimes – devem ser registrados pela popula��o. A partir dos dados, as pol�cias Militar e Civil organizam as estrat�gias de preven��o e repress�o aos crimes. A PM garante que rondas rotineiras s�o feitas em toda a cidade. 


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