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Estado de Minas MAPA DA VIOL�NCIA

Inseguran�a nos centros comerciais de BH: veja as regi�es de maior perigo

Estudo ao qual o EM teve acesso mostra que trecho entre as ruas Itajub� e Pouso Alegre, no Bairro Floresta, � o de maior press�o para ocorr�ncia de crimes


16/11/2022 04:00 - atualizado 16/11/2022 06:17

A dona de casa Maria do Carmo Resende, nas imediações da Floresta
A dona de casa Maria do Carmo Resende, de 62 anos, frequentadora ass�dua das lojas no Floresta, diz que anda sempre com a bolsa junto ao corpo, para n�o dar brecha aos ladr�es (foto: Mateus Parreiras/EM/D.A Press)


Imersos em �reas com grande volume de crimes violentos, os centros comerciais podem ser ilhas de amparo �s pessoas em Belo Horizonte, devido ao grande investimento em vigilantes, c�meras e lan�amento policial. Mas os caminhos e quarteir�es que levam a essa concentra��o de estabelecimentos necessitam de mais seguran�a. � o que mostra estudo sobre o volume de ocorr�ncias dos bairros de Belo Horizonte – de janeiro a julho de 2022, ao qual a reportagem do Estado de Minas teve acesso exclusivo por meio de fonte da Pol�cia Militar de Minas Gerais (PMMG) – e sua incid�ncia sobre a extens�o dos v�rios centros comerciais, com a orienta��o de especialista em seguran�a p�blica.

Por meio dessa raz�o de crimes nos bairros e extens�o dos centros comerciais, a �rea de lojas e estabelecimentos que mais precisa de aten��o das for�as de seguran�a p�blica fica na Floresta, na Regi�o Leste, entre as ruas Itajub� e Pouso Alegre, com uma refer�ncia de 14,08 metros por crime violento.

“Esse c�lculo, com uma mensura��o por extens�o, aponta o n�vel de press�o de um determinado espa�o com alvos valiosos para a criminalidade e, por isso, onde a pol�cia deve ocupar de forma estrat�gica”, observa o coronel Carlos J�nior, especialista em intelig�ncia de Estado e seguran�a p�blica e que auxiliou a reportagem na constitui��o do estudo.

Na sequ�ncia, os cinco centros comerciais sob maior press�o da criminalidade violenta est�o no Bairro S�o Lu�s, na regi�o da Avenida Coronel Jos� Dias Bicalho, na Pampulha, com raz�o de 17,39 metros para uma ocorr�ncia; o Mantiqueira, com refer�ncia na Rua Jos� F�lix Martins, em Venda Nova, onde h� um delito a cada 19,35 metros; o Padre Eust�quio e a rua de mesmo nome, na Regional Noroeste, com 21,05 metros para um crime; e o Santa Am�lia, a partir da Avenida Guarapari, na Pampulha, com 26,92 metros para o registro de um crime violento.

S�o considerados crimes violentos pela Secretaria de Estado de Justi�a e Seguran�a P�blica (Sejusp) o estupro, a extors�o, a extors�o mediante sequestro (incluindo sequestro-rel�mpago), homic�dio e tentativas, roubos e tentativas, sequestro e c�rcere privado e tentativas. Segundo dados da  Sejusp, de janeiro a setembro, o total desses registros caiu 0,78%, de 7.295, em 2021, para 7.238, em 2022.

Desconfian�a nas ruas

Frequentadora ass�dua do centro comercial que se estende nas ruas Pouso Alegre e Itajub�, na Floresta, onde conhece pessoalmente alguns dos donos e funcion�rios de estabelecimentos, a dona de casa Maria do Carmo Resende, de 62 anos, n�o se sente segura no caminho para as compras, mas, sim, quando chega aos locais.

“Ponho sempre a minha bolsa para a frente e a abra�o. Vou andando bem desconfiada mesmo. Tem muito bandido, muita gente traficando drogas e fumando crack nas ruas Salinas, Dona Maria In�s, na Pouso Alegre mesmo, mais embaixo. N�o me sinto segura nem de dia. De noite, n�o passo ali de jeito nenhum. Queria mais pol�cia, mais abordagens nesse pessoal”, afirma a dona de casa.

O entrevistador Felipe Gabriel de Souza, de 30, tamb�m ressalta a necessidade de amplia��o da seguran�a que nos corredores que levam aos centros comerciais: “Comprando aqui na (Rua) Itajub� ou na Pouso Alegre nunca tive problemas. Nem not�cias de pessoas que sofreram crimes. Mas, quando estou mais longe e preciso chegar passando por algumas ruas, como a Sapuca�, a� sim, sinto que estou em situa��o de inseguran�a”.

Movimentada e com grande press�o de crimes no seu entorno, a Padre Eust�quio e arredores que formam o centro comercial local tem casos de crimes, mas j� foi muito pior, segundo moradores e comerciantes. “Com as redes sociais e redes da pol�cia e da C�mara de Diretores Lojistas de Belo Horizonte ( CDL) ficou muito mais seguro dentro dos centros de com�rcio. As pessoas sentem isso e procuram vir nesses locais. As redes sociais deixaram as pessoas um pouco paranoicas, porque acontece uma coisa e todos ficam sabendo. Antigamente, t�nhamos muito mais crimes e n�o havia c�meras, pol�cia presente”, afirma Juarez Campos, dono de uma �tica na regi�o.

“O problema aqui passou a ser o roubo de carros. Acho que � porque perto a gente escuta dizer que tem muitos desmanches. Meu pai teve um carro roubado da sua oficina enquanto trabalhava nele. � complicado, porque tem a viol�ncia e o transtorno com o cliente depois”, afirma Sandro Eust�quio Camisas, de 47, que trabalha com martelinho de ouro.

Na regi�o da Pampulha

No Bairro Santa Am�lia, na Regi�o da Pampulha, um ativo centro comercial � a Avenida Guarapari. Morador e taxista da regi�o, Zeferino M�ximo Neto, de 70, acha que os problemas relacionados � inseguran�a se devem � sa�da dos bares.

“De madrugada n�o tem policiamento, e os barzinhos lotam. Muita gente vai buscar o carro na rua e acaba roubado, agredido. Se n�o tiver uma pol�cia ativa nesse hor�rio, n�o adianta. Mas, de dia, � tranquilo demais. As pessoas fazem caminhadas, comem nos restaurantes, compram nas lojas normalmente”, afirma Zeferino.

A dona de restaurante Ana Paula Nunes de Souza Silva investiu pesado para manter a seguran�a no seu restaurante e diz nunca ter sido v�tima de roubos, arrombamentos ou qualquer outro crime na Avenida Guarapari.

“A gente se precaveu, at� para ter esta seguran�a ao nosso cliente. Instalamos alarme de sensor, cerca el�trica, concertina e 24 c�meras de monitoramento. Isso tudo parece ter inibido muito, porque os bandidos procuram lugares com facilidades”, pondera a comerciante.

“Acho aqui muito tranquilo. Quando chego cedo, vejo muito lixo e coisas espalhadas depois pelos frequentadores dos bairros, mas de dia � muito pac�fico”, define a aut�noma Ariane Feitosa, de 22, que de dia passeia tranquilamente pela avenida com o filho Altair, de 1 ano e 3 meses.
 
Região do Padre Eustáquio
Um dos problemas na regi�o do Padre Eust�quio pr�ximo ao fim da Avenida Dom Pedro II � o hist�rico de recepta��o de produtos roubados (foto: Mateus Parreiras/EM/D.A Press)
 

Oportunistas rondam locais movimentados

A proximidade com o Centro de Belo Horizonte � o que mais pressiona a viol�ncia no entorno do centro comercial da Floresta, compreendido pelas ruas Itajub� e Pouso Alegre, segundo avalia��o do coronel Carlos J�nior, especialista em intelig�ncia de estado e seguran�a p�blica.

Como a reportagem do EM j� mostrou, a �rea central da capital mineira � a que contabiliza mais registros de crimes violentos da cidade, com 474 ocorr�ncias entre janeiro e julho de 2022, segundo dados de fonte da Pol�cia Militar.

“� tamb�m uma das maiores concentra��es de com�rcio depois do Centro, atraindo muito a aten��o dos criminosos oportunistas, com repercuss�es tamb�m provenientes da Avenida Cristiano Machado”, afirma o especialista.

No Bairro S�o Lu�s, na Pampulha, o problema, segundo o especialista, s�o os entornos de eventos. “N�o � nas lojinhas que se vai ter problemas, mas nas �reas ermas da Pampulha”, observa.
 
Em Venda Nova, no Bairro Mantiqueira, a Rua Jos� F�lix Martins acabaria afetada, de acordo com o coronel Carlos J�nior, pela proximidade com o Morro Alto (Vespasiano). “� um local muito pujante e que se encontra pr�ximo a um local onde j� se tem um problema de seguran�a p�blica e aus�ncia do Estado”, avalia.

Dinheiro vivo

No entorno da Rua Padre Eust�quio, o hist�rico de recepta��o de produtos roubados nos arredores e na proximidade com a Avenida Dom Pedro II cria uma atmosfera, segundo o especialista, que propicia v�rios n�veis de crimes.

“Ali h� grande volume de coisas roubadas sendo negociadas. S�o espec�ficos, como pe�as de retrovisor de carro, rodas, pneus, portas e macacos que podem ter sido roubados. O fluxo de pessoas com intuito de comprar e vender ve�culos ou pe�as, muitas vezes vindos do interior com dinheiro vivo, atrai criminosos e por isso t�m sido combatidos na regi�o”, afirma Carlos J�nior.

 
Praça na Região da Savassi
C�mara de Dirigentes Lojistas de BH anuncia que desenvolver� plano em parceria com a Pol�cia Militar na Savassi (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press - 01/01/22)
 

Promessa de projeto para a Savassi

A seguran�a nos centros comerciais pode receber mais incremento, de acordo com a C�mara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), que tem atuado em v�rias regi�es importantes de com�rcio, como no Centro, em parceria com a pol�cia e a prefeitura, onde foram feitas as instala��es de c�meras do sistema Olho Vivo e grupos de colabora��o e monitoramento de seguran�a no com�rcio (Rede de Comerciantes Protegidos).

Um dos pr�ximos alvos � a Savassi, segundo o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva. “A capital possui 30 centros comerciais, e a Savassi � um dos principais, com mais de 500 estabelecimentos. Em parceria com a Pol�cia Militar, iremos elaborar projetos para que consumidores, lojistas e funcion�rios sintam ainda mais tranquilidade e seguran�a em frequentar uma das principais regi�es da cidade”, destacou Marcelo de Souza e Silva.

A Opera��o BH Mais Segura, por exemplo, � sempre intensificada nas v�speras de datas comemorativas, pontua. “Al�m disso, constantemente estamos fazendo reuni�es peri�dicas para discutir a melhoria da seguran�a p�blica nos centros comerciais da cidade”, complementa Marcelo de Souza e Silva .

Vigil�ncia

Para a prote��o dos comerciantes a Pol�cia Militar recomenda que procurem participar de redes de prote��o preventivas, como a da corpora��o e da CDL/BH.

“A vigil�ncia m�tua � muito eficaz e preventiva. Para maiores informa��es, procure a Base de Seguran�a mais pr�xima. Instale em seu com�rcio fechaduras e travas de qualidade, dispositivos sonoros que acionam e avisam a entrada de alguma pessoa na loja, c�meras de seguran�a em pontos estrat�gicos, como a entrada da loja e o caixa, que identifique os rostos das pessoas”, indica a PM.

A corpora��o tamb�m orienta ao comerciante que crie v�nculos com outros lojistas da regi�o e combinem a��es em conjunto, como abrir e fechar as lojas juntos, de maneira a se precaver dos crimes.

“Antes do in�cio do expediente e no final, n�o deixe a porta da loja semiaberta, demonstrando que voc� est� sozinho. Exponha os produtos mais caros sempre no fundo da loja. Nunca coloque o caixa perto da porta de sa�da e de costas para a rua. Isso atrai os infratores e a fuga � facilitada. Nunca deixe quantias de dinheiro � mostra. Evite deixar objetos pessoais de valor, como bolsas e celulares, expostos sobre o balc�o”, recomenda a pol�cia.


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