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Estado de Minas PATRIM�NIO

Ap�s quase 7 anos fechada, Catedral S� de Mariana � reaberta

Fechada desde 2016 para restauro, igreja erguida no s�culo 18, ser� entregue � comunidade em celebra��es amanh� e nos dias 23 e 24


14/12/2022 04:00 - atualizado 14/12/2022 16:53


Primeira vila, cidade, diocese e capital de Minas, Mariana, na Regi�o Central, une, agora, toda a sua hist�ria pioneira a uma alegria absoluta – e comovente n�o apenas pela espiritualidade, mas, de forma especial, pelo respeito ao patrim�nio cultural. Amanh� (15/12), e em celebra��es tamb�m nos pr�ximos dias 23 e 24, ser� entregue � comunidade, ap�s quase sete anos fechada para obras de restaura��o, a Catedral Bas�lica Metropolitana Nossa Senhora da Assun��o.

Conhecido como S� de Mariana e localizado no Centro Hist�rico, o templo, erguido no s�culo 18, � a primeira catedral do estado, a primeira do interior brasileiro e a sexta do pa�s, com o destaque �nico de conservar os tra�os originais. “Foi constru�da aqui para ser a sede, o centro, a igreja-m�e de nossa arquidiocese”, orgulha-se o arcebispo Dom Airton Jos� dos Santos, que estar� � frente,  com o p�roco e reitor Geraldo Dias Buziani, das cerim�nias religiosas de entrega do bem � Arquidiocese de Mariana pelo Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan).
Vista externa da Catedral Basílica Metropolitana Nossa Senhora da Assunção
Vista externa da Catedral Bas�lica Metropolitana Nossa Senhora da Assun��o: amanh�, o Iphan entrega as obras de restauro do templo, que conserva caracter�sticas originais (foto: Fotos: Caio Amora/Arquidiocese de Mariana/Divulga��o)

“Nossa expectativa � grande, devido ao valor simb�lico,  religioso e afetivo da S�, pois s�o realizados aqui casamentos, batismos, e o fiel que passa na porta sempre entra para rezar. O templo marca a vida da comunidade, tem centralidades geogr�fica e espiritual”, diz o padre Geraldo, que � o titular da Par�quia Nossa Senhora da Assun��o. Certo da for�a da comunidade na prote��o do patrim�nio, o religioso afirma que a obra resulta “de esfor�os e parceria” entre a Arquidiocese de Mariana, Iphan, prefeitura local, par�quia e popula��o. No total, foram investidos R$ 10,5 milh�es de recursos federais.

Novos projetos

A programa��o de amanh� ter� o ato civil de entrega, por parte do Iphan, das obras de restauro dos elementos estruturais e art�sticos da catedral. Ap�s a data, a igreja ficar� fecha- da, a fim de ser preparada adequadamente para as pr�ximas celebra��es, a partir da antev�spera do Natal. (Veja programa��o.) Em etapa posterior, conforme informou o p�roco e reitor, ser�o restauradas as 27 imagens do templo, incluindo a da padroeira, Nossa Senhora da Assun��o, com recursos do Conselho Municipal de Patrim�nio de Mariana (Compat). Na lista de prioridades, o padre cita a remontagem do �rg�o musical Arp Schnitger, presente da Coroa portuguesa, em 1753, ao primeiro bispo de Mariana, Dom Frei Manoel da Cruz.

Tamb�m satisfeita com o t�rmino das obras, a presidente do Compat, Ana Cristina de Souza Maia, refor�a a import�ncia da catedral no cotidiano das pessoas, “por ser um bem cultural, uma refer�ncia na cidade, e estar ligada a todos de maneira afetiva, independentemente da religi�o de cada um”. Lembrando da urg�ncia do restauro, reivindicado pelos moradores havia muitos anos, ela enaltece a participa��o popular, desde o in�cio dos servi�os, at� mesmo na defini��o das cores da fachada. Em 2017, depois de 160 prospec��es pict�ricas (pequenas janelas feitas nas pinturas), os t�cnicos do Iphan se surpreenderam ao encontrar bege-claro nas paredes e vinho nas demais partes da constru��o do s�culo 18. Assim, essas cores, com aprova��o popular, substitu�ram o cinza e o verde anteriores.

Arquitetura original

Pertencente � mais antiga diocese do interior do pa�s e considerada  um dos mais importantes monumentos religiosos e art�sticos do s�culo 18, a S� de Mariana, de acordo com o Iphan, conserva caracter�sticas originais, enquanto a maioria das catedrais contempor�neas a ela foi modificada ou demolida.

Em 2016, por meio do Plano de A��o das Cidades Hist�ricas e de contratos firmados pelo Iphan, a catedral tornou-se alvo de recursos para elabora��o de projetos e execu��es de obras de conserva��o e restaura��o de toda a edifica��o, “assegurando sua salvaguarda e perman�ncia �s gera��es futuras e manuten��o do patrim�nio hist�rico constru�do”, afirma a superintendente do Iphan em Minas, D�bora do Nascimento Fran�a. “Devolver a catedral totalmente restaurada ao povo de Mariana significa a parte mais importante do nosso trabalho, pois se trata de um bem da comunidade. Foi feito um servi�o de restauro completo”, acrescenta a superintendente.

Documento do Iphan mostra que, nos quase sete anos de conserva��o e restaura��o do templo barroco, houve interven��es estruturais e arquitet�nicas e restauro dos elementos art�sticos e integrados. O Estado de Minas acompanhou todo o processo de interven��es, a exemplo das reivindica��es da popula��o para ter de volta, restaurada, uma das joias do seu patrim�nio.

Hist�ria

Imposs�vel visitar Mariana sem ver, fotografar ou se encantar com a Catedral Bas�lica Metropolitana Nossa Senhora da Assun��o. Ela teve sua hist�ria iniciada em 1704, quando o ent�o bispo do Rio de Janeiro, Dom Frei Francisco de S�o Ger�nimo, com jurisdi��o sobre Minas, criou a par�quia – nessa �poca, havia no arraial apenas as capelas Nossa Senhora do Carmo e Nossa Senhora da Concei��o. Tr�s anos depois, ocorreu a instala��o da matriz, transferida da Igreja do Ros�rio Velho (atual Capela Santo Ant�nio) para a Capela Nossa Senhora da Concei��o, por oferecer mais espa�o e estar no centro urbano, que n�o parava de crescer.

Ap�s a cria��o da Vila do Ribeir�o do Carmo (nome primitivo de Mariana) em 8 de abril de 1711, a Coroa portuguesa determinou que a C�mara se empenhasse na constru��o da matriz. Assim, em 14 de maio de 1714, os “not�veis” da Vila do Carmo se reuniram para garantir os recursos. A obra � confiada ao mestre Jacinto Barbosa Lopes, ent�o vereador da C�mara. No arquivo do Legislativo, est� um documento, datado de 1716, convidando o mestre “a vir concluir as obras da matriz” comandadas pela Irmandade do Sant�ssimo Sacramento.

Entre 1716 e 1718, foram conclu�das as obras da matriz, no sistema construtivo de madeira e taipa. Em 1734, a igreja foi alvo de uma interven��o radical: a reedifica��o arrematada pelo pedreiro Ant�nio Coelho da Fonseca, sendo, nesse per�odo, inclu�da no projeto a divis�o em tr�s naves e conclu�das a fachada e as torres. Doze anos depois (1745), o ent�o rei de Portugal, Dom Jo�o V, elevou a Vila do Ribeir�o do Carmo � categoria de cidade, dando-lhe o nome de Mariana. Em 6 de dezembro daquele ano, pela bula Candor Lucis Aeternae (Resplendor da Luz Eterna), do papa Bento XIV, � criada a Diocese de Mariana, a primeira do interior do pa�s e primaz de Minas.

CRONOLOGIA

Primeira catedral de Minas

» 1704 – Cria��o da par�quia por Dom Frei Francisco de S�o Ger�nimo, bispo do Rio de Janeiro, com jurisdi��o sobre Minas. Na �poca, havia as capelas Nossa Senhora do Carmo e N. S. da Concei��o

» 1707 – Instala��o da matriz, transferida da Igreja do Ros�rio Velho (hoje Capela Santo Ant�nio) para a Capela Nossa Senhora da Concei��o, que era mais ampla e no meio urbano

» 1711 – Cria��o da Vila do Carmo e determina��o, pela Coroa portuguesa, de que a C�mara se empenhe para a constru��o da nova matriz

» 1713 – In�cio da constru��o da matriz, hoje Catedral Bas�lica Nossa Senhora da Assun��o, mais conhecida como Catedral da S� de Mariana

» 1745 – Em 6 de dezembro, pela bula Candor Lucis Aeternae, do papa Bento XIV, � criada a Diocese de Mariana, a primeira do interior do pa�s e primaz de Minas

» 1753 – Chega a Mariana o �rg�o Arp Schnitger, presente da Coroa portuguesa ao primeiro bispo de Mariana, Dom Frei Manoel da Cruz

» 1906 – Em 1º de maio, a diocese � elevada � categoria de arquidiocese e s� metropolitana pelo papa S�o Pio X, por meio da bula Sempiternam Humani Generis

» 1961 – Eleva��o da Catedral Nossa Senhora da Assun��o, pelo Vaticano, � categoria de bas�lica menor


PROGRAMA��O

Reabertura da Catedral de Mariana

Amanh� (15/12)
17h – Ato civil de entrega, pelo Iphan, das obras de restaura��o dos elementos estruturais e art�sticos da Catedral Bas�lica Metropolitana de Mariana para a Arquidiocese.

Dia 23
19h – Missa presidida pelo arcebispo metropolitano de Mariana, dom Airton Jos� dos Santos, no Santu�rio de Nossa Senhora do Carmo. Em seguida, haver� prociss�o com a imagem de Nossa Senhora da Assun��o em dire��o � catedral.

20h30 – Entrada dos fi�is na catedral, b�n��o, homenagens e canto solene de A��o de Gra�as.

22h – Apresenta��o do Quinteto Minas, na Pra�a da S�.

Dia 24
22h – Missa Solene do Natal e reabertura da catedral, com a presen�a de pastorais, movimentos e irmandades da Par�quia Nossa Senhora da Assun��o.


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