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Estado de Minas PERIGO NA ESTRADA

Mesmo pagando ped�gio, motoristas enfrentam buracos nas estradas em MG

Quem passa por trechos das Brs 040 e 381 concedidos � iniciativa privada tem que encarar vias danificadas a caminho do RJ e de SP


04/01/2023 04:00 - atualizado 04/01/2023 07:27

Caminhão enfrenta asfalto danificado na BR-040, no sentido Rio de Janeiro
Caminh�o enfrenta asfalto danificado na BR-040, no sentido Rio de Janeiro: rodovia conta com tr�s pra�as de ped�gio (foto: Fotos: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press )

Neste in�cio de ano, os mineiros que pretendem viajar ter�o dificuldades mesmo em estradas concedidas � iniciativa privada e com cobran�a de ped�gios. A qualidade da pista nas rodovias que ligam Belo Horizonte �s capitais de  S�o Paulo e do Rio de Janeiro n�o faz jus aos valores pagos �s concession�rias e causa dor de cabe�a nos motoristas.

A Fern�o Dias, trecho da BR-381 entre as capitais mineira e paulista, � administrada pela concession�ria Arteris. Em Minas Gerais. H� seis ped�gios na rodovia onde s�o cobrados R$ 2,70 para autom�veis e caminhonetes; R$ 5,40 para caminh�es leves; e R$1,35 para motocicletas. O valor mais alto do ped�gio � R$ 16,20, aplicado para o tr�nsito de caminh�es com reboque e caminh�es-trator com semirreboque de seis eixos.
Mesmo com v�rias cobran�as ao longo do caminho, os motoristas precisam ter aten��o para desviar de buracos ao longo da maior parte da estrada. A pista duplicada tamb�m � comprometida j� que em diversos trechos parte da estrada fica bloqueada porque as condi��es do asfalto est�o ainda mais cr�ticas.

Leia tamb�m: BR-040: chuva provoca eros�o e interdita parcialmente pista no sentido Rio

A reportagem viajou pelos cerca de 300 quil�metros entre Belo Horizonte e Tr�s Cora��es em 30 e 31 de dezembro e registrou uma grande quantidade de trechos esburacados. No trecho, quatro ped�gios s�o cobrados por quem passa pela Fern�o Dias. Em Itaguara, o caminhoneiro Guilherme Vila�a reclamou das condi��es da pista e disse que a concess�o da Fern�o Dias nunca significou uma pista que condissesse com a cobran�a dos ped�gios.

“Onde precisa mexer eles n�o mexem. Se tem ped�gio e est�o cobrando, precisa de manuten��o. � perigoso ter acidente, os parafusos v�o bambeando, v�o caindo e � perigoso. Os pneus de caminh�o hoje s�o sem c�mara, se pega alguma pe�a na pista, voc� precisa vulcanizar e fica uns R$ 250, R$ 300 toda vez”, reclamou o caminhoneiro de 39 anos.

A reportagem questionou a concession�ria sobre as condi��es da pista e as a��es programadas para resolver os problemas do trecho sob sua administra��o. Em nota a Arteris disse que investimentos s�o realizados periodicamente na estrutura da estrada e afirmou que, nos �ltimos 15 anos de concess�o, mais de R$ 2,8 bilh�es foram aplicados na BR-381. As interven��es incluem servi�o de conserva��o do pavimento e instala��o de sinaliza��o, conforme determina o contrato feito com o poder concedente.

Ainda segundo a Arteris, o n�mero de equipes foi aumentado para acelerar os reparos na estrada, mas a empresa ressalta que o per�odo chuvoso impacta os trabalhos de manuten��o definitiva, que ganhar�o celeridade no per�odo de estiagem.

BR-040 

A situa��o na BR-040 no sentido Rio de Janeiro tamb�m intriga os motoristas que pagam um ped�gio ainda mais caro. S�o tr�s pra�as de cobran�a at� a capital fluminense e a Via 040, que administra a rodovia tamb�m no sentido Bras�lia, tem mais sete pontos de arrecada��o em dire��o � capital federal. As motocicletas pagam R$ 3,15, enquanto carros e caminhonetes, R$ 6,30 nos ped�gios da Via 040. Caminh�es de seis eixos devem pagar R$ 37,80 em cada ped�gio da estrada.

A reportagem percorreu cerca de 70 quil�metros da estrada saindo de Belo Horizonte rumo ao Rio de Janeiro e registrou condi��es menos graves do que na Fern�o Dias, mas, ainda assim, uma pista com buracos de grandes propor��es e riscos aos motoristas.

Durante a volta de uma viagem a Cabo Frio, o empres�rio Guilherme Rodrigues foi surpreendido na estrada antes de chegar ao seu destino, em Sete Lagoas. Junto da fam�lia, o homem de 26 anos, se assustou ao ouvir um barulho alto vindo da lateral do carro. “Est�vamos voltando e vimos que um ferro entrou no pneu, amassou toda a lateral. Acho que � um arame que caiu de algum caminh�o”, contou � reportagem enquanto trocava o pneu do ve�culo. O arame ficou preso na roda traseira e amassou a lateral direita do carro.

Guilherme ainda relatou que o acidente n�o foi completamente inesperado, j� que as condi��es da estrada o incomodaram durante todo o trajeto de f�rias. “A rodovia tem bastante buraco. Vi um pessoal trabalhando na BR, mas tapando buraco eu n�o vi. Vi limpando a estrada, pintando de novo. Tem muito buraco. � ruim, porque a gente perde algumas horas consertando. Gra�as a deus eu tinha tudo que precisava, porque sen�o precisaria chamar um reboque”, disse.

A reportagem tentou contato com a VIA 040, mas n�o houve resposta at� o fechamento desta edi��o. Desde 2017, a empresa passa por um processo de rescis�o do contrato de concess�o da rodovia e um pedido de relicita��o do trecho para que outra concession�ria assuma a administra��o.

Guilherme Rodrigues teve que trocar pneu, furado por barra de ferro que estava na pista
Voltando de Cabo Frio para Sete Lagoas, Guilherme Rodrigues teve que trocar pneu, furado por barra de ferro que estava na pista

Preven��o e reclama��es

Embora o per�odo chuvoso seja particularmente complicado para a manuten��o de estradas, � poss�vel que as concession�rias fa�am a��es de preven��o contra as avarias na pista que colocam os viajantes em risco. Segundo o engenheiro civil e consultor em transporte e tr�nsito, Silvestre de Andrade, tanto poder p�blico como concession�rias privadas devem agir antes que as estruturas sucumbam �s intemp�ries.

“A chuva � um problema, mas � esperado, n�o tem surpresa. Uma parte desses problemas a gente resolveria com sistemas de drenagem e bons projetos de pavimenta��o. � poss�vel minimizar as avarias com a��es como limpeza nos sistemas de drenagem, ver se n�o h� trincas no pavimento, checar a seguran�a dos taludes. Isso � o que se espera de quem administra uma rodovia”, explica.

Ele cita o processo de rescis�o de contrato da Via 040 e um valor baixo oferecido pela Arteris no per�odo da assinatura da concess�o, mas afirma que ambas as situa��es n�o podem eximir as empresas de deixar as pistas em boas condi��es para os usu�rios. Andrade aponta que as concess�es s�o uma alternativa para que os usu�rios tenham canais mais r�pidos de atendimento e que a administra��o privada n�o significa a falta de ag�ncia do poder p�blico na cobran�a das concession�rias.

“Faz parte do contrato que o usu�rio seja ouvido. Faz parte da lei das concess�es que, durante toda a vig�ncia do contrato, o usu�rio seja ouvido e o Estado possa cobrar o cumprimento do que foi combinado. Os usu�rios devem saber que podem usar os sistemas pr�prios de reclama��o da empresa e tamb�m a ANTT (Ag�ncia Nacional de Transportes Terrestres)”, comenta.

A concess�o de rodovias est� entre as prioridades da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade Urbana (Seinfra-MG) para o pr�ximo mandato do governador Romeu Zema (Novo). Em relat�rio enviado � equipe de transi��o de governo do presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) ainda no fim de 2022, a pasta indicou interesse em que trechos das BRs 381, 262, 040, 251 e 116 fossem administrados por empresas privadas.


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