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Estado de Minas DOA��O DE �RG�OS

Transplantes em Minas aumentam e desafio agora � retomar ritmo pr�-pandemia

Saldo de 2022 � positivo, mas ainda � preciso melhorar para alcan�ar os �ndices anteriores � COVID


28/01/2023 07:30 - atualizado 28/01/2023 07:33
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Pessoas segurando coração de borracha
(foto: jcomp/Freepik)

No ano passado, 1.960 transplantes de �rg�os e tecidos foram realizados em Minas Gerais. O n�mero anual � o maior desde o in�cio da pandemia, que atravancou a realiza��o de cirurgias. Com os �ndices de COVID-19 estabilizados, o desafio para 2023 � retomar o ritmo pr�-pand�mico e trabalhar a conscientiza��o da popula��o sobre a import�ncia da doa��o.

Em 2021, foram realizados 1.733 transplantes em Minas, o que indica um aumento de cerca de 13% no ano passado. Os n�meros tamb�m s�o maiores na compara��o com 2020, primeiro ano da pandemia, quando foram feitos 1.573 procedimentos. Ainda assim, � necess�rio um aumento de 28% em rela��o �s opera��es do ano passado para chegar � marcar dos 2.512 transplantes registrados em 2019.

O cirurgi�o e diretor do MG Transplantes, Omar Lopes Can�ado, explica que a pandemia atrapalhou em diferentes frentes. As doa��es foram prejudicadas porque pacientes infectados com o coronav�rus eram automaticamente descartados para o processo e porque o isolamento social afastou familiares do conv�vio direto com pessoas hospitalizadas, o que dificulta a decis�o de doa��o. Al�m disso, a COVID-19 sobrecarregou as estruturas hospitalares durante boa parte dos �ltimos dois anos. O m�dico avalia o desempenho do ano passado e cita mudan�as que podem favorecer um aumento de procedimentos em 2023.

“A gente considera um ano positivo porque houve um aumento em rela��o a 2021, mas ainda foi aqu�m quando comparado a 2019. Isso tamb�m porque a pandemia ainda n�o acabou. Continuamos tendo pacientes positivos, mas agora o Minist�rio da Sa�de autorizou a capta��o de �rg�os em pacientes que tenham PCR positivo, mas sem sintomas. Ainda depende, claro, de as equipes e pacientes aceitarem”, comenta o respons�vel pela estrutura que coordena os transplantes no estado, ligada � Funda��o Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig).

Entre os tecidos, o transplante de c�rnea foi o que liderou os procedimentos no ano passado, com 773 procedimentos. Ele vem seguido da medula �ssea, com 245, e das escleras, com 41. A fila de espera pelas c�rneas � a maior no estado atualmente, com 2.863 pessoas aguardando.

O rim foi o �rg�o mais transplantado em 2022, com 669 opera��es. Na sequ�ncia, v�m os procedimentos de transplante de f�gado, com 150 e os de cora��o, com 63. Na fila, os pacientes que aguardavam um rim at� o fim do ano passado somavam 2.861 pessoas; 87 esperavam um f�gado; 49, um transplante de rim e p�ncreas; 32, um cora��o; e 10, um p�ncreas.

No balan�o final do ano passado, 5.902 pessoas estavam na fila de espera em Minas. Dessas, cerca de 97% esperando por rim ou c�rneas. Segundo Omar Lopes Can�ado, essa propor��o � comum. “Existe uma quantidade maior de pacientes com doen�as que acometem esses �rg�os, elas s�o mais prevalentes. Essa discrep�ncia em rela��o a outras estruturas � esperada”, exlica.

O m�dico ressalta que a fila de espera n�o tem um andamento padronizado e que n�o � poss�vel calcular, para cada paciente, uma previs�o de tempo para o recebimento de um �rg�o. V�rios fatores interferem no processo, como a compatibilidade do �rg�o do doador com o corpo do recebedor e a gravidade do paciente que espera por um transplante.

DOA��O NO FOCO

Um ponto de consenso sobre a quest�o da redu��o da espera por um transplante � que s�o necess�rias mais doa��es. Este � o foco do MG Transplantes, que tem uma meta de aumentar a oferta de �rg�os em 20% ano ap�s ano. O cirurgi�o Omar Lopes Can�ado explica que existem tr�s tipos de doadores poss�veis.

“O doador vivo pode doar um �rg�o ou parte dele para um parente de at� quarto grau, desde que haja compatibilidade. Um segundo tipo � o doador que morre e pode ceder tecidos, com as c�rneas. E tem o doador em morte encef�lica, que � quando o c�rebro morreu, mas os �rg�os est�o sendo mantidos a partir de aparelhos ou drogas. Nesse caso, a pessoa pode doar todos os �rg�os e tecidos, dependendo, claro, das condi��es do paciente”, aponta.

O m�dico salienta que � preciso entender que o diagn�stico de morte encef�lica � uma constata��o de �bito, diferente de um estado de coma, por exemplo. Ele aponta que fatores como receio e a falta de entendimento sobre esSe contexto dificultam que fam�lias autorizem a doa��o de �rg�os. Em Minas Gerais, entre 25% e 30% dos parentes autorizam a retirada de �rg�os para transplante, uma taxa de recusa alta.

Segundo o diretor do MG Transplantes, as estrat�gias para retomar o ritmo pr�-pand�mico em 2023 passam pela conscientiza��o da import�ncia da doa��o de �rg�os e pela capacidade de informar sobre o diagn�stico de morte encef�lica.

“A ideia � incrementar ainda mais o esclarecimento sobre essa condi��o. A legisla��o brasileira � uma das mais rigorosas ao estabelecer a morte encef�lica e a condi��o para doa��o de �rg�os. � seguro. Al�m disso, vamos oferecer cursos para profissionais de sa�de n�o s� de diagn�stico da morte encef�lica, mas tamb�m de comunica��o com familiares dos pacientes em situa��es cr�ticas”, afirma.

Os �rg�os doados em Minas Gerais s�o, preferencialmente, avaliados para transplantes em territ�rio mineiro. No caso de n�o haver compatibilidade, � feita uma consulta � lista de espera de estados vizinhos. O diretor do MG Transplantes explica que o sistema nacional � unificado, com normas feitas pelo Minist�rio da Sa�de e que regem o funcionamento dos processos em todo o pa�s, mas a capta��o de �rg�os � regionalizada para favorecer quest�es log�sticas.


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