Minas tem mais de 3 mil obras de moradia popular paralisadas

Minas Gerais tem 3.142 obras de unidades habitacionais de moradia popular do governo federal paralisadas. Segundo o Minist�rio das Cidades, os empreendimentos est�o divididos em 41 munic�pios (veja lista no fim da mat�ria) e o objetivo da atual gest�o � retomar as interven��es que ficaram estacionadas durante o governo anterior.

Em todo o Brasil, de acordo com lista enviada pelo minist�rio ao Estado de Minas, h� 83.884 obras paradas. Os n�meros s�o referentes � moradias da Faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida, que beneficia fam�lias de renda mais baixa.  

A retomada do programa de moradias populares � apontada, desde o in�cio do mandato de Luiz In�cio Lula da Silva (PT), como uma das prioridades da gest�o. O ministro das Cidades, Jader Filho (MDB), anunciou em janeiro o n�mero de 83 mil obras paradas e garantiu que 5 mil ser�o retomadas imediatamente.

Nesta ter�a-feira (14/2), Lula teve agenda em Santo Amaro, na Bahia, para inaugurar 864 unidades do Minha Casa, Minha Vida. Em Minas Gerais, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), esteve em Contagem, na Grande BH, para o lan�amento de 600 casas populares.

Outros quatro estados tiveram casas populares inauguradas nesta ter�a - Goi�s, Para�ba, Pernambuco e Paran� -, somando 2.745 unidades ao todo. 

Os empreendimentos inaugurados nesta ter�a-feira n�o s�o os que figuram entre as obras paralisadas. A expectativa � que Lula anuncie hoje a retomada da constru��o de 5.562 casas populares, sendo 240 delas em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce.

Minas re�ne 3,7% de obras paradas no Brasil, mas ainda assim o n�mero simboliza a ang�stia de milhares de mineiros que esperam a finaliza��o da constru��o de um lar em condi��es para pagamento.

� reportagem, o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Jairo dos Santos, explicou que existem as paralisa��es em obras que sequer sa�ram do papel e come�aram a ser erguidas e as que tiveram os trabalhos interrompidos j� na fase de constru��o. Da mesma forma, h� fam�lias que j� chegaram a ser sorteadas pelo programa de habita��o, mas a casa n�o foi entregue.

Jair sinaliza confian�a em um avan�o na discuss�o sobre moradia no atual governo federal, mas salienta que o debate deve ser mais profundo e oferecer aos brasileiros n�o apenas a habita��o, como tamb�m boas condi��es de viv�ncia em �reas urbanas.

“A melhor not�cia do minist�rio � que pela primeira vez temos um olhar que n�o pensa s� no d�ficit habitacional, mas olha, com a Secretaria de Periferias, para a urbaniza��o, regulariza��o fundi�ria, projetos de saneamento e demais caracter�sticas do que toca a precariedade da vida do povo perif�rico no Brasil”, comenta. 

O coordenador do MTST usa o exemplo da forma��o do movimento em Minas para salientar que a aplica��o de programas habitacionais como o Minha Casa, Minha Vida no estado deve levar em considera��o uma caracter�stica que difere a forma��o de centros urbanos mineiros dos demais no pa�s. Segundo Jairo, esse cen�rio exige uma abertura maior �s demandas espec�ficas de cada comunidade.

“Diferentemente de outros estados, o MTST em Minas foi constru�do do interior para a capital. Belo Horizonte foi a �ltima cidade que chegamos, com o projeto da Cozinha Solid�ria. Isso se deu pelo perfil s�cio populacional do estado, em que voc� tem  grandes cidades com caracter�sticas de polo. Em Ouro Preto, por exemplo, voc� tem o debate para fam�lias v�timas de deslizamento, gente que est� h� mais de 20 anos vivendo de aluguel social. A� voc� vai para Uberl�ndia, que tem uma concentra��o populacional grande, mas um valor de �rea urbana acima da realidade nacional, a� tem gente em terras sem regulariza��o, gente morando perto de esta��es da Cemig”, exemplifica.