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Estado de Minas REVIRAVOLTA

M�e de crian�as abandonadas em BH diz ter sido mantida em cativeiro

Mulher disse a seus advogados que foi aliciada por uma fam�lia que a ofereceu trabalho, mas que a manteve presa em casa em S�o Joaquim de Bicas


24/02/2023 20:39 - atualizado 24/02/2023 21:04

Imagem ilustrativa de cárcere privado
Mulher afirmou ter sido mantida em cativeiro por mais de um ano, em casa em S�o Joaquim de Bicas (foto: PIxabay / Reprodu��o)
A m�e das duas crian�as, de 6 e 9 anos, que foram encontradas com quadro de desnutri��o e abandonadas em uma casa no Bairro Lagoinha, na Regi�o Noroeste de Belo Horizonte, na ter�a-feira (21/2), e do menino de 4 anos que morreu em S�o Joaquim de Bicas, na regi�o metropolitana, com sinais de maus-tratos, afirma ter sido aliciada e mantida em cativeiro por uma fam�lia h� pelo menos um ano e meio. As informa��es foram repassadas pelo advogado da mulher, que est� presa desde o in�cio de fevereiro, suspeita pela morte do filho, no pres�dio de Vespasiano, tamb�m na Grande BH. 

K�tia Cristina Alves relata que chegou � capital mineira h� cerca de um ano e meio, gr�vida e junto com o marido e os quatro filhos. De acordo com o representante legal da mulher, ainda na Rodovi�ria de BH a fam�lia teria sido abordada por uma mulher que lhe ofereceu trabalho em seu s�tio em S�o Joaquim de Bicas. Ao chegarem no local, os documentos da fam�lia teriam sido guardados pela suposta aliciadora. 

Depois de um tempo trabalhando no local, a mulher teria dito a K�tia que ela precisava ir at� Belo Horizonte para arrumar seus documentos e, assim, continuar recebendo o Aux�lio Brasil. Ainda conforme o advogado, mesmo recebendo o benef�cio o dinheiro seria recolhido pela dona do s�tio em que a fam�lia morava.

“Na ocasi�o, a K�tia e os dois filhos mais velhos, que s�o os que foram encontrados na casa aqui no [ bairro ] Lagoinha, foram trazidos pela mulher para BH. Mas, segundo ela, na volta para S�o Joaquim de Bicas, a aliciadora disse que as crian�as voltariam em carros separados. Desde ent�o, a K�tia n�o sabia do paradeiro dos filhos, ela soube que eles estavam vivos ontem, quando n�s contamos para ela”, relata Greg Andrade, defensor da mulher. 

Desaparecimento 

Ainda segundo o relato de K�tia, depois de dois meses de sua vinda para a capital, ao voltar para o lote em que vivia com a fam�lia, ela percebeu que seu marido n�o estava mais no local. Ela contou aos advogados que perguntou a dona do im�vel e seu filho sobre o paradeiro do homem primeiro foi informada que o mesmo havia fugido com uma mulher, mas depois de duvidar da resposta e pressionar a mulher, foi avisada que o marido havia morrido em decorr�ncia de uma infec��o pela Covid-19, e que j� havia sido enterrado.  

Desde ent�o, a mulher afirmou que foi mantida em cativeiro e afastada dos outros tr�s filhos, incluindo o rec�m nascido. Conforme os advogados, ela conta que era alimentada por um buraco na porta, e que v�rias vezes desmaiou ap�s comer a comida que era oferecida. 

“Eu posso estar muito enganado mas essa mulher n�o matou ningu�m. Ela contou que o filho da mulher que fazia a comida e que muitas vezes ap�s comer ela apagou e acordou com ele em cima dela a estuprando. Ela relatou que contou os epis�dios para a dona do lote, mas que ela n�o fez nada”, disse o defensor da m�e das crian�as.

�bito por maus-tratos

No dia 6 de fevereiro, K�tia foi presa em flagrante suspeita de maus-tratos contra seu filho de 4 anos. A crian�a j� chegou sem vida � Unidade de Pronto Atendimento de S�o Joaquim de Bicas, e apresentava sinais de agress�o e desnutri��o. A mulher contou aos seus advogados que, na ocasi�o, acordou com o filho ao seu lado e j� desacordado. 

“Ela disse que ficou desesperada com o filho que, segundo ela, j� n�o estava respirando direito. Ela teria procurado a dona do im�vel que mandou o filho lev�-la � UPA. Mas antes, com muita calma, a mulher teria trocado a roupa da crian�a, que j� estava desmaiada”, relata Greg Andrade. 

De acordo com o defensor de K�tia, quando j� estava presa, ela escreveu uma carta contando tudo que teria acontecido com ela. O documento teria sido entregue a uma coordenadora do pres�dio de Vespasiano, que entregou o texto � diretora do local. “Eles n�o me disseram quais procedimentos foram feitos em rela��o ao relato escrito, mas me informaram que fizeram o encaminhamento necess�rio”. 

Troca de nomes 

Na tarde de ter�a-feira (21/2), os dois filhos mais velhos de K�tia foram encontrados com quadro de desnutri��o em uma casa em BH. A Pol�cia Militar foi acionada por uma vizinha que percebeu as crian�as abandonadas h� tr�s dias dentro do im�vel. Ela lhes ofereceu comida e �gua por uma fresta na parede da casa e, como nenhum parente apareceu durante o per�odo, decidiu chamar os militares.

Ao chegar ao local, os policiais encontraram as crian�as sozinhas, magras e com as roupas sujas. O ambiente n�o apresentava condi��es b�sicas para alimenta��o e higiene pessoal. 

O garoto mais velho contou � PM que ele e o irm�o estavam sob tutela de uma av� de cria��o, mas ela saiu para uma consulta m�dica e n�o retornou. A mulher tamb�m os orientou a fornecer nomes falsos caso algu�m tentasse contato. Segundo o menino de 9 anos, uma tia chegou a passar uma noite na casa, mas saiu e n�o voltou.
 

As crian�as foram levadas para atendimento no Hospital Odilon Behrens, em BH, onde foram diagnosticadas com um quadro de desnutri��o e febre. Elas est�o sob cuidado de uma assistente social. Mais tarde, os militares retornaram ao hospital para saber do estado de sa�de das crian�as. Foi quando elas forneceram seus nomes reais e foi feita a identifica��o de que se tratavam de filhos de K�tia, que j� estava presa. 

Segundo Greg Andrade, a av� de cria��o citada pelos meninos no momento do resgate seria a mulher que aliciou a fam�lia para o lote em S�o Joaquim de Bicas e os manteve em c�rcere privado. Ele explicou que toda a fam�lia, desde que come�aram a viver no local, era tratado por nomes diferentes. 

“Os meninos eram chamados de Jo�o e Gabriel, o pequeno que faleceu era chamado de Vitor, a menina era Vit�ria e a ca�ula n�o havia recebido nome fict�cio ainda", afirmou. 


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