(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas DIA DA MULHER

Dia internacional da Mulher: as lutas di�rias de quatro mineiras pela vida

Envolvidas em a��es para melhorar a sociedade, quatro mineiras falam da sua atua��o em BH, dos seus sonhos e de como o trabalho pode transformar o mundo


08/03/2023 04:00 - atualizado 08/03/2023 06:11



Mulheres da vida, sim, com muito orgulho. Da vida humana, comunit�ria, ambiental, cultural, em defesa dos animais, e sempre envolvidas, solo ou coletivamente, em a��es para melhorar a sociedade – plantando sementes, colhendo frutos, e, claro, descascando alguns abacaxis. Neste Dia Internacional da Mulher, quatro mineiras falam da sua atua��o em Belo Horizonte, dos seus sonhos e de como o trabalho, quando desenvolvido em terreno f�rtil, pode mudar consci�ncias e transformar o mundo.
 
E esse vasto mundo est� na mira da cineasta Gabriela Matos, moradora do Morro do Papagaio, na Regi�o Centro-Sul. “Cultura � minha identidade”, afirma. Em outra frente, h� quase tr�s d�cadas com um projeto ligado � crian�ada em atividades ambientais, educativas e comunit�rias, Magda Fonseca Coutinho acredita em solidariedade e participa��o para fortalecer o planeta, pois n�o basta sonhar: “Precisamos praticar os bons valores humanos”.
 
Participa��o e solidariedade, por sinal, n�o faltam no cotidiano de Danielly Neves Veloso, enfermeira obstetra da Maternidade Hilda Brand�o, em BH, onde h� registro de cerca de 300 partos por m�s. M�e de Cec�lia, nascida h� um ano e um m�s em parto normal, ela encoraja outras mulheres a dar � luz dessa forma. “Mulher � sin�nimo de vida”, ressalta
 
Gabriela Matos, cineasta, moradora do aglomerado Morro do Papagaio
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
"Cultura � minha identidade, pertencimento, uma forma de ver o mundo"
Gabriela Matos, cineasta, moradora do  aglomerado Morro do Papagaio 
 
Tamb�m os n�o humanos – c�es, gatos e outros bichos – merecem a solidariedade, pois “t�m sentimentos, demandam cuidados, sofrem viol�ncia”, orienta Silvana Coser, fundadora e integrante da organiza��o n�o governamental (ONG) Brigada dos Animais Sem Teto – Bastadotar. “Levamos adiante essa luta, essa causa. Devemos ter respeito pelos animais.”

Cultura na veia

Uma c�mera na m�o, mil ideias na cabe�a e um universo de arte, manifesta��es populares, tradi��es e comportamentos a ser revelado. Declarando-se “fruto de projetos sociais”, a cineasta Gabriela Matos, de 29 anos, moradora do Morro do Papagaio, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, est� envolvida em cultura at� a raiz dos cabelos “Cultura � minha identidade, pertencimento, uma forma de ver o mundo”, diz a m�e de Isaac, de 12. “Fiquei gr�vida na adolesc�ncia, na �poca pensei que fosse mudar meus planos, mas s� tenho a agradecer a meu filho por tudo”, afirma com alegria.
 
 
Magda Fonseca Coutinho, gestora da Associação Querubins
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
"N�o basta apenas sonhar. Precisamos praticar os bons valores humanos"
Magda Fonseca Coutinho, gestora da Associa��o Querubins
 
 
O ambiente familiar foi fundamental para a trajet�ria de Gabriela, pois contou com bons exemplos para a defini��o do caminho profissional. O tio Ely de Souza participou da funda��o, em 1995, do Grupo do Beco, coletivo de teatro que deu origem � Associa��o Cultural Casa do Beco, hoje respons�vel pela gest�o da Casa da Fazendinha, im�vel do in�cio do s�culo 20 na Barragem Santa L�cia. O pai, Geraldo Matos, fazia roteiros para as encena��es da Paix�o de Cristo na Semana Santa, enquanto o tio Elci de Souza se dedicava � fotografia e a m�e da garota, Marlene de Souza, estimulava suas escolhas.
 
De in�cio, a menina, ent�o com 11 anos, enveredou pela cultura hip hop, enamorou-se do rap, come�ou a estudar direito, engravidou, deixou de lado o sonho de ser advogada e foi cursar faculdade de cinema. Hoje est� � frente da Renca Produ��es e Intera��es Culturais, com trabalhos nas �reas audiovisual e de fotografia. O lan�amento mais recente � o longa “Matriarcas da Serra”, narrando a hist�ria de mulheres mais velhas do Aglomerado da Serra, e “A f� que canta e dan�a”, com o foco no congado do Morro do Papagaio. Para abril, est� programado o festival Papagaio Cultural, tipo virada cultural, “contemplando apenas artistas do Morro”, ressalta Gabriela, cujo objetivo � trabalhar em todos os cantos de BH.

Terreno f�rtil

Plantio de �rvores, projetos educativos, oficinas e in�meros outras a��es fazem parte da Associa��o Querubins, entidade sem fins lucrativos criada h� 29 anos e voltada para o desenvolvimento, por meio da arte, de crian�as e jovens das comunidades da Vila Acaba Mundo, Morro do Papagaio e Olhos D’�gua, na Regi�o Centro-Sul de BH. Na gest�o, est� Magda Fonseca Coutinho, autora da iniciativa ap�s a tr�gica morte do irm�o. Para aplacar a dor da perda, ela come�ou a caminhar na Pra�a JK, no Sion, viu o grande n�mero de crian�as tomando conta de carros, muitas �reas degradadas, lixo jogado pelos canto – e decidiu agir.
 
“Acreditamos nesse trabalho como de transforma��o social, pois atuamos para complementar a escola e oferecer �s crian�as uma s�rie de atividades, incluindo a��es ambientais, aulas de ingl�s, dan�as, m�sica e outras”, diz Magda, que tem tr�s filhos e tr�s netos.
 
Na sede da associa��o, no Bairro Sion, em �rea de 10 mil metros quadrados, ela se recorda dos primeiros tempos, em 1994, quando promoveu um mutir�o de limpeza na Pra�a JK, revitalizando a parte degradada com o plantio de 100 �rvores. Diante dos resultados, recebeu o pr�mio Gentileza Urbana, concedido pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-MG).
 
Diante dos servi�os prestados voluntariamente, imposs�vel n�o perguntar sobre qual � o papel do ser humano neste mundo. Eis a resposta: “Precisamos fazer algo em prol da sociedade, e a melhor via est� na solidariedade. Estou sempre refletindo sobre isso, e, no meu caso, que sou mulher e m�e, dou exemplo aos meus filhos de participa��o. Afinal, n�o basta sonhar, precisamos de a��o e pr�tica de bons valores humanos.”
 
 
Danielly Neves Veloso, enfermeira obstetra da Maternidade Hilda Brandão
 
"Mulher � sin�nimo de vida, for�a, supera��o. Toda mulher � capaz de fazer tudo"
Danielly Neves Veloso, enfermeira obstetra da Maternidade Hilda Brand�o

Coragem 

Em dezembro, o Grupo Santa Casa BH, com atendimento 100% SUS, inaugurou, na Maternidade Hilda Brand�o, o Centro de Parto Normal Irm� Dulce, oferecendo �s gestantes todas as condi��es para dar � luz de forma humanizada, cercada de carinho e cuidado. Nesse setor, trabalha a enfermeira obstetra Danielly Neves Veloso, de 31 anos, que n�o faz ideia de quantas mulheres ajudou e de quantos beb�s j� viu chegar ao mundo. “S�o centenas. Imagine que s�o cerca de 300 partos por m�s na Santa Casa”, conta a belo-horizontina graduada h� nove anos.
 
Junto ao trabalho de assistir as mulheres na hora do parto normal, Danielly tem as palavras certeiras para esse momento de extrema delicadeza e carga emocional: “Coragem. Voc� � capaz. N�o tenha medo!”. Assim, est� pronta para “empoderar” as mam�es, baseada na pr�pria experi�ncia, pois, h� um ano e m�s, deu � luz a primeira filha, Cec�lia, sem recorrer � cesariana.
 
“O Brasil � um dos pa�ses, no mundo, que mais fazem cesarianas. As pessoas n�o querem ter os beb�s nos domingos e feriados, preferem agendar, marcar o dia e a hora. O parto normal � geralmente mais longo e demorado, pode durar muitas horas, mas a cesariana � uma cirurgia e seus riscos s�o consideravelmente maiores. Sendo assim, j� no pr�-natal, as mulheres deveriam ser encorajadas a tentar o parto normal”, observa a enfermeira obstetra.
 
Cada vez mais, Danielly se convence da grandeza das mulheres, independentemente de ser m�e ou n�o. “Elas s�o sin�nimo de vida, for�a e supera��o. Cada uma pode fazer o que quiser.”

 
 
Silvana Coser, voluntária da Brigada dos Animais Sem Teto %u2013 Bastadotar
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
"Os n�o humanos tamb�m t�m sentimento, demandas, precisam de respeito"
Silvana Coser, volunt�ria da Brigada dos Animais Sem Teto – Bastadotar
 

Em alerta 

A gatinha Pagu est� doente, exigindo, nos �ltimos tempos, aten��o redobrada de Silvana Coser, moradora do Bairro Santo Ant�nio, na Regi�o Centro-Sul de BH. No apartamento, vivem tamb�m os felinos Frida, Einstein, Freud, Martina e Dilma, que recebem o mesmo afeto que ela dedica aos animais, � espera de ado��o, no abrigo da organiza��o n�o governamental (ONG) Brigada dos Animais Sem Teto – Bastadotar.
 
Volunt�ria na ONG e devotada defensora de c�es, gatos e outros bichos, Silvana, natural de Resplendor, na Regi�o do Rio Doce, afirma que os animais continuam sofrendo todo tipo de viol�ncia, embora tenha havido uma mudan�a importante. “Pelo menos, de uns tempos para c�, existe o questionamento sobre se o homem � realmente o centro do universo. Os n�o humanos tamb�m t�m sentimento, demandas, precisam de respeito. Se n�o t�m voz, falamos em sua defesa.”
 
A luta contra a crueldade animal exige uma palavra que, nesta mat�ria especial sobre o Dia Internacional da Mulher, foi citada v�rias vezes pelas entrevistadas: solidariedade. E � esse olhar solid�rio que Silvana espera da humanidade. “As mulheres s�o agredidas diariamente, s�o dados alarmantes contra tamb�m outras pessoas. Devemos nos conscientizar, cada um, sobre o valor social. Se existe vida, deve haver respeito”, proclama ao se voltar, com cuidado, para a gatinha Pagu, chamada assim em homenagem � escritora Patr�cia Galv�o (1910-1962), que tinha esse apelido.



receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)