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Estado de Minas REGI�O NOROESTE

Aeroporto Carlos Prates, em BH, segue sem destino

Enquanto aeronave que caiu sobre duas casas � retirada, prefeiturarefor�a pedido ao governo federal para assumir a �rea para constru��o de moradias e escolas


14/03/2023 04:00 - atualizado 14/03/2023 07:28

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Trabalho delicado de i�amento do monomotor durou o dia todo (foto: fotos: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A.PRESS)


O acidente do �ltimo s�bado, quando um avi�o caiu sobre duas casas no Bairro Jardim Montanh�s, reacendeu uma antiga discuss�o sobre a seguran�a do Aeroporto Carlos Prates e a rotina de medo e indigna��o dos moradores de seu entorno. H� mais de 70 anos em atividade, o terminal foi espremido pelo crescimento da Regional Noroeste e os acidentes a�reos motivam discuss�es recentes pelo fim das suas atividades.

Ap�s os adiamentos, o impasse parece rumar, enfim, para uma solu��o definitiva e cria-se, ent�o, nova discuss�o: o que fazer com a �rea do aeroporto? A aeronave que caiu no s�bado era pilotada pelo oftalmologista Jos� Luiz de Oliveira Filho, de 65 anos, que morreu depois de socorrido a um hospital, e a filha dele, J�ssica de Oliveira Carvalho, de 33, segue internada no Hospital de Pronto-Socorro Jo�o XXIII. A aeronave acidentada foi retirada do local ontem.
A trag�dia aumenta uma lista que assusta moradores da regi�o. Entre 2004 e 2020, foram houve 47 ocorr�ncias relacionadas ao terminal, sendo sete acidentes, cinco mortos e seis feridos, segundo levantamento da Casa Comum, escola de forma��o pol�tica do N�cleo de Estudos Sociopol�ticos da PUC Minas.

O recorte hist�rico do levantamento para em 2020, ano em que a repercuss�o de duas quedas de avi�o na mesma rua do Bairro Cai�ara, ocorridas em 2019 e que causaram quatro mortes, suscitou a pauta do fechamento do terminal. Em janeiro de 2021, o ent�o ministro da Infraestrutura, Tarc�sio de Freitas, publicou uma decis�o que determinava que a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportu�ria (Infraero) encerraria as atividades no terminal at� o fim daquele ano.
 
A seis dias do prazo que determinava o fim da gest�o da Infraero no aeroporto, a decis�o foi adiada pelo Minist�rio da Infraestrutura at� maio de 2022. � �poca, a Prefeitura de Belo Horizonte j� manifestava interesse em assumir a opera��o do terminal e dar uma utiliza��o social ao espa�o, em compara��o ao projeto federal de entregar a �rea para leil�o imobili�rio. Em abril de 2022, a Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil (Anac) estendeu o prazo para janeiro de 2023. Em portaria publicada a dias do vencimento, novo adiamento determinou que a gest�o federal do aeroporto fosse encerrada em 1º de abril deste ano. Nenhum dos adiamentos foi justificado nos documentos.
 
No s�bado, ap�s mais um acidente com v�timas, Fuad Noman (PSD) foi incisivo ao anunciar que pretende municipalizar o terminal e mudar a destina��o do terreno. “N�o podemos mais permitir que acidentes assim aconte�am. Por isso, sigo com minha proposta de utilizar a �rea do aeroporto para constru��o de moradias, parques, escolas, centro de sa�de e toda a infraestrutura urbana necess�ria para a popula��o”, disse ele pelas redes sociais.
 
Ontem, Noman se encontrou com o governador Romeu Zema (Novo) e o futuro do aeroporto foi colocado na pauta. O prefeito tamb�m aproveitou a visita do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) a Belo Horizonte para pedir apoio na cess�o da �rea do terminal ao munic�pio. “Vou me dedicar � quest�o do Aeroporto Carlos Prates com projeto de moradia e um parque para a cidade”, disse o vice-presidente.
 
Para a arquiteta urbanista e coordenadora da Casa Comum, Rachel Almeida, a municipaliza��o � um sinal, ainda que incipiente, de que os moradores do entorno do aeroporto poder�o ter dias mais tranquilos. “Certamente a gente acredita que a municipaliza��o � o melhor caminho, mas qualquer projeto tem que ser coletivo e democr�tico. N�o pode ser um projeto de gabinete ou que atenda exclusivamente a um interesse imobili�rio”, avalia.
 
Rachel Almeida conta que o Casa Comum foi convidado por moradores de bairros pr�ximos ao aeroporto para produzir materiais e uma base argumentativa para que grupos locais sustentassem os pedidos de encerramento das atividades na �rea em audi�ncia p�blica na C�mara dos Deputados, em dezembro de 2021. O resultado dos trabalhos levanta pontos importantes no planejamento para uso da �rea no futuro. Para ela, destinar a �rea a fundos imobili�rios significaria adensar um local que j� � muito populoso e que tem demanda por equipamentos culturais e ambientais n�o respondida pela estrutura atual da regi�o.
 
A arquiteta ressalta que os bairros da Regional Noroeste come�aram a ser populados nos anos 1950 e t�m hoje uma l�gica residencial j� consolidada, mas que precisa de investimentos em outros servi�os urbanos. “N�s come�amos a fazer esse diagn�stico do processo de ocupa��o dessa �rea, do patrim�nio material e imaterial e do significado dessa paisagem urbana consolidada. Por tudo isso, temos que cuidar da destina��o do aeroporto, uma �rea tr�s vezes maior que a do Parque Municipal, por exemplo. Sabemos que n�o h� condi��es de manter um parque do tamanho da �rea, mas tem de haver uma destina��o multiuso, com habita��o social, horta comunit�ria, espa�os p�blicos de qualidade, espa�os destinados a pr�ticas cultural”, analisa.
 
O levantamento realizado pelo N�cleo de Estudos Sociopol�ticos da PUC Minas mostra que a Regional Noroeste tem a menor quantidade de �reas verdes da cidade e o aeroporto pode ser uma das �ltimas alternativas de criar um espa�o desta natureza na regi�o. Em 2020, a Mata dos Morcegos, pen�ltima grande �rea verde dos arredores, foi destinada � constru��o do est�dio do Atl�tico.



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