
Uma assembleia dos metrovi�rios est� marcada para as 17h desta ter�a-feira (14/3) e pode definir o fim da greve. Mas a indefini��o faz com que os usu�rios do transporte tenham que buscar alternativas para a falta do metr�. "Como todo brasileiro, vamos nos acostumando e aprendendo a nos virar”, diz uma delas, entrevistada pela reportagem do Estado de Minas, na Esta��o Vilarinho.
Mais tempo para chegar ao servi�o
A empregada dom�stica L�cia da Concei��o, de 55 anos, leva quase tr�s horas para chegar ao servi�o. Com o metr�, o tempo de deslocamento � de cerca de uma hora e meia. Moradora do Bairro Industrial, em Contagem, ela est� usando o Move para chegar ao trabalho, em Ribeir�o das Neves, na Grande BH.
“Est� sendo muito dif�cil, tenho que acordar bem mais cedo e estou gastando quase tr�s horas para chegar ao servi�o.” Al�m do tempo, ela precisa pegar mais condu��es e tem aumento de gastos com passagens. Atualmente, pega tr�s �nibus e sem a greve usa o metr� e um �nibus.

Outra que precisa sair mais cedo de casa e volta mais tarde do trabalho, por causa da paralisa��o do metr�, � a t�cnica em nutri��o Karine Gabriele, de 39. Ela trabalha no Bairro Eldorado, em Contagem e mora no Bairro Serra Verde, em Venda Nova.
“Pego um �nibus, fa�o a integra��o e vou para o Eldorado. Com a greve continuo pegando quatro condu��es, s� que o meu trajeto aumentou em duas horas e meia”, reclama. “Sa�a de casa por volta das 16h para chegar no Eldorado �s 18h. Agora, preciso sair �s 14h30. Saio do servi�o �s 6h e estou chegando aqui (Esta��o Vilarinho) quase �s 9h. Normalmente, �s 7h30 eu estaria em casa. ”
Al�m do tempo, ela tamb�m gasta mais dinheiro com o transporte. “O metr� custa R$ 4,50 e o �nibus que eu estou pegando para o Eldorado � R$ 7,20.”
Outro problema relatado pela t�cnica em nutri��o � a lota��o dos �nibus. “No metr�, eu venho sentada. Agora n�o, o �nibus vem lotado. Hoje, eu vim sentada no degrau e peguei um tr�nsito terr�vel”, desabafa.

O t�cnico em manuten��o de celulares, Edmilson Rocha, de 41, tamb�m reclama dos �nibus lotados que pega. “Tenho a op��o do �nibus, mas a greve causa um transtorno. Est� p�ssimo porque os �nibus est�o ficando lotados.”
Ele usa o metr� para trabalhar no centro de BH. Precisa sair de casa cerca de 40 minutos mais cedo e chega mais de uma hora depois, em casa, do que chegava sem a paralisa��o.

Indefini��o e paralisa��o justa
Os usu�rios reclamam ainda da falta de defini��o sobre o fim da greve dos metrovi�rios. Mas, Karine Gabriele considera que a paralisa��o � por uma causa justa. Ela tem dois parentes que trabalham na Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).
“� ruim para mim, mas para eles est� sendo muito pior. � uma causa justa. Um deles tem 23 anos de empresa, � concursado e corre o risco de ficar sem emprego. Por isso, acho mais do que justo. Como s�o 1.600 funcion�rios parece pouco, mas s�o pais e m�es de fam�lia impactados.”
Ela acredita que o servi�o pode melhorar com a privatiza��o do metr�, mas n�o ser� uma melhora imediata. “Vai demorar e o pre�o da passagem vai aumentar”, conclui.
Outra que reclama da falta de previs�o para o retorno do servi�o � a estudante Laura Ribeiro, de 25. “Estamos sem saber o que vai acontecer, n�o temos previs�o nenhuma da volta do metr�. E isso � bem ruim.”
Ela mora no Bairro Palmares, na Regi�o Nordeste, e faz est�gio na administra��o do Shopping Esta��o. “Est� sendo dif�cil. O �nibus tem uns hor�rios, mas o metr� passa em mais hor�rios no per�odo da manh�. Ent�o, � mais f�cil vir para o trabalho. Al�m disso, ele � mais r�pido. Mesmo o Move pega um tr�nsito, tem sinal fechado. Acordo cerca de 40 minutos mais cedo e pego mais tr�nsito na volta para casa.”

Apesar dos transtornos, n�o gasta mais com transporte porque precisa pegar um �nibus s�. “Mas v�rias pessoas que trabalham comigo est�o tendo que se virar para chegar aqui.”
Monitoramento do tr�nsito
Sobre o impacto da paralisa��o do metr� no tr�nsito da capital, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informa que “h� uma oferta maior do n�mero de viagens do transporte coletivo para absorver a demanda.”
Al�m disso, diz que a BHTrans monitora o tr�nsito no Centro Integrado de Opera��es de Belo Horizonte (COP-BH) e com os agentes nas ruas. “Essas a��es permitem aprimorar as tomadas de decis�o, como aumentar o quantitativo de viagens e interferir nas mudan�as semaf�ricas, por exemplo.”
Impasse
Para p�r fim � paralisa��o, o Sindicato dos Empregados em Transportes Metrovi�rios e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro) espera que o BNDES envie um documento garantindo o adiamento da assinatura do contrato de repasse da CBTU � iniciativa privada.
O objetivo da categoria � ganhar tempo para conseguir uma resposta diante da inseguran�a em rela��o aos 1.600 postos de trabalho. Nesse sentido, o sindicato articula a possibilidade de transfer�ncia dos metrovi�rios para outras unidades da CBTU no Brasil ou empresa p�blica federal dentro da Grande BH.
Mesmo com as constantes reivindica��es dos metrovi�rios, o leil�o do metr� da capital aconteceu em 22 de dezembro do ano passado, sendo arrematado por R$ 25.755.111 pela empresa paulista Comporte Participa��es S/A.
Em assembleia feita na sexta-feira (10/3), os metrovi�rios definiram que, caso o documento fosse entregue at� essa segunda-feira (13/3), o servi�o poderia ser retomado � meia-noite de hoje. Por�m, segundo o Sindimetro, at� esta tarde o documento n�o havia sido entregue aos representantes sindicais. Uma nova assembleia est� marcada para �s 17h e define se a paralisa��o continua.