O espanto foi tanto, que a moradora Maria Jane Vieira da Silva estava ao telefone e saiu correndo para a rua. "N�o entendi nada, sa� desesperada, de pijama. N�o soube o que estava sendo falado no alto falante, s� ouvi algo sobre defesa civil, e quando n�s fomos pra fora, achei que fosse risco de inunda��o ou barragem. Eu e os vizinhos n�o entendemos, s� corremos para o meio da rua", diz.
Segundo ela, o alarme soou duas vezes e, ao retornar para casa, n�o quis ligar a TV ou o r�dio para saber se algo aconteceu, por medo de n�o ouvir um novo barulho.
Moradores de bairros pr�ximos, como Mangueiras e Mineir�o, tamb�m disseram em redes sociais que ouviram o som da sirene. Dagmar Dutra, moradora do Independ�ncia, bairro vizinho do Vale do Jatob�, foi uma das pessoas que escutaram o barulho. "Fiquei com medo. N�o sabia o que estava acontecendo", afirma.
Enquanto Jenifer Silva, moradora do bairro Santa Rita, comenta que na hora do ocorrido s� pensou em correr: "Eu e minhas clientes est�vamos assustadas, no meu est�dio de beleza. S� lembro que foi um barulho de sirene muito alto, e eu entendi na mensagem 'aten��o, aten��o, todos devem sair', a voz estava muito embolada", relata.
O que eram as sirenes?
Os alarmes que soaram eram da EKM Sirenes, que fica no bairro Vale do Jatob�, enquanto era realizado um teste de sirene e mensagem de responsabilidade. De acordo com o diretor da empresa, Andreas Baumgart, geralmente esse procedimento � comum, mas quase inaud�vel, por se tratar de uma verifica��o dos aparelhos que ser�o instalados em outros locais, como regi�es de barragem.
"Somos representantes de uma empresa alem�, e as sirenes n�o v�m montadas. Precisamos constru�-las; nossas instala��es ficam no Barreiro. Todos os materiais est�o soltos, fazemos as montagens e depois os testes de condicionamentos. N�o h� sirenes instaladas no Barreiro, elas est�o na regi�o provisoriamente, at� que fiquem prontas para lev�-las aos clientes", explica.
Baumgart tamb�m afirma que a situa��o j� foi corrigida internamente. "Foi feita uma revis�o interna de procedimentos, para que os testes de sistemas sejam feitos em volumes m�nimos. Tanto que hoje foi realizado novamente, e quase ningu�m ouviu. Entendemos perfeitamente o susto, j� que houve (as trag�dias de) Mariana e Brumadinho. Inclusive, viemos para o Brasil em 2017, por causa do acidente em Mariana."
"Temos muitas sirenes instaladas em Minas, e isso n�o vai mais acontecer. Os testes continuam, mas de maneira silenciosa, e os moradores n�o v�o perceber. Nossa inten��o n�o � assustar os moradores", finaliza.
* Estagi�rio sob supervis�o do subeditor Thiago Prata