
Apesar de, at� o momento, a desativa��o estar confirmada, os moradores temem que a decis�o possa mudar, principalmente ap�s a entrada de autoridades pol�ticas que n�o participavam da discuss�o anteriormente. Por causa da situa��o, os moradores acharam importante reafirmar o desejo de desativa��o do aeroporto, para que n�o haja adiamentos.
Luzia Barcelos, 58 anos, � moradora do bairro Jardim Montanh�s e participa do coletivo “Atingidos Pelo Prates”, na Regi�o Noroeste de BH. Ela contou que o grupo surgiu h� um ano, ap�s a constata��o de que os bairros pr�ximos ao aeroporto s�o muito atingidos pelos ru�dos das aeronaves e onde acontecem os acidentes mais graves.
“Essa manifesta��o de hoje foi idealizada pelo Coletivo Cultural Noroeste BH devido ao temor. A data de fechamento, 1º de abril, vem de uma s�rie de prorroga��es de datas e foi determinada em dezembro. A primeira data de desativa��o era para dezembro de 2021 e depois de tr�s prorroga��es de datas, ficou a atual. A reuni�o � para a gente poder reafirmar que queremos sim a desativa��o”, disse Luiza.
Barcelos contou que a luta dos moradores pela desativa��o do aeroporto � antiga e que outros coletivos foram criados em anos anteriores. “A luta completa 40 anos. Tem um documento arquivado no Congresso Nacional, que � do ent�o deputado federal Pimenta da Veiga, que, em 1981, j� coloca um requerimento para que o aeroporto seja transformado em parque. J� era uma necessidade da �poca”.
Dona de casa atingida por avi�o comparece
Entre os moradores presentes, est� Neuza F�tima Gon�alves, aposentada de 68 anos, dona da casa onde um avi�o caiu, no bairro Jardim Montanh�s, no �ltimo dia 11 de mar�o. O acidente reacendeu as discuss�es sobre o fechamento do Aeroporto Carlos Prates. Ela relatou que tem feito acompanhamento psicol�gico desde o acidente e que seus dias t�m sido muito dif�ceis. “Eu, agora, n�o estou tendo paz. Estou tendo surtos, pavor, um caminh�o que passa na minha rua, eu acho que � um avi�o caindo na minha casa”.
Ela disse esperar que a reuni�o desta tarde sele a desativa��o do local. “(O aeroporto) Tem que ser desativado, em nome de Jesus vai ser. Que todos os envolvidos, tanto Federal, quanto o prefeito, que tirem, desativem, pra eu ter sossego”.

Reivindica��es
Thais Novais, do Coletivo Cultural Noroeste BH, destacou que a regi�o Noroeste de Belo Horizonte possui somente um parque, contra 19 na Centro-Sul, que tem tamanho e popula��o parecida, al�m de poucas pra�as, situa��o que melhoraria com o projeto da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para a �rea do aeroporto.
“� uma quest�o de lutar pelo direito � vida. � por isso que a gente quer a desativa��o do aeroporto. Que ele pare de matar pessoas e que seu espa�o seja usado para dar mais qualidade de vida para as pessoas que moram ali”, disse Thais.
Thais destacou, ainda, a necessidade da regional receber mais investimentos em cultura, sa�de e educa��o. Ela argumentou que a �rea do aeroporto � ideal para receber espa�os que ofere�am esse tipo de servi�o. “A gente quer que o prefeito mantenha seu compromisso de governar para a popula��o que mais precisa e n�o s� para aquela que tem mais dinheiro”, finalizou.

Maria Alice da Silva, 67 anos, � psic�loga e moradora do bairro Padre Eust�quio, “no p� do aeroporto", como ela mesmo afirma. Segundo ela, a regi�o precisa de mais op��es de lazer e mais verde, e teme que a popula��o local continue n�o sendo beneficiada. “Nosso temor � que adie mais uma vez e isso vire uma querela infinita ou que o governador assuma a �rea apenas para, depois, leiloar para empresas fazerem, ali, um grande condom�nio fechado. A gente, ent�o, perderia a �rea naquela regi�o”.
Posi��o da prefeitura � de neutralidade
O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, esteve na reuni�o e afirmou que a decis�o do fechamento ou n�o do aeroporto n�o � da prefeitura e sim do Governo Federal. Ele destacou ainda que a PBH n�o iria se posicionar em rela��o ao destino do aeroporto. “O aeroporto vai fechar? N�s vamos usar o terreno. O aeroporto n�o vai fechar? Continuar� sendo operado. N�s n�o vamos interferir, nem temos compet�ncia para isso, no Governo Federal. Nossa posi��o � de neutralidade nessa quest�o”.
Apesar disso, Fuad afirmou que a PBH ir� respeitar quaisquer que seja a decis�o do Governo Federal e que se a defini��o se manter pelo fechamento do aeroporto, j� h� um esbo�o de projeto para a �rea e que pretende dar suporte aos empres�rios que atuam no local. “Entendo a quest�o dos usu�rios do aeroporto, a gente (PBH), se assumir, estamos dispostos a nos acertarmos com eles e encontrarmos formas de minimizar os efeitos para eles”.
Fuad Noman garantiu, ainda, a seguran�a do local, em caso de encerramento das atividades do aeroporto. Segundo ele, o local ser� cercado e passar� a ser guardado pela Guarda Municipal de Belo Horizonte.