

O terminal est� sendo fechado ap�s press�o de moradores preocupados com os acidentes e mortes nos �ltimos anos. Por outro lado, tristeza, preocupa��o, des�nimo e incertezas marcaram o �ltimo dia de funcionamento do terminal entre as empresas que atuam no local, como escolas de pilotagem e oficinas de manuten��o de aeronaves, ter�o suas atividades paralisadas.
O ambiente foi de desola��o e questionamentos entre usu�rios. Caroline Vel�squez, de 38 anos, diretora e s�cia-propriet�ria da VelAir, escola de avia��o civil, relatou o des�nimo e afirmou que uma pequena parte dos avi�es do Aeroporto Carlos Prates ir� para o aer�dromo de Par� de Minas, no Centro-Oeste de Minas. Segundo ela, o da Pampulha j� est� fechado para novas aeronaves. “Cora��o muito apertado, todo mundo preocupado, sem saber o que vai fazer. D�vidas, contas para pagar, de alunos e nossas. Foi um prazo muito curto, invi�vel para todos n�s”.
Caroline contou que com a impossibilidade de esvaziar os locais, h� um temor de que aconte�am furtos de maquin�rio. Segundo ela, nenhum dos usu�rios sabe o que fazer em rela��o ao problema. “A preocupa��o � gigante e o medo de invas�es tamb�m. N�o foi poss�vel tirar muitas coisas, ferramentas, pe�as, todo o administrativo. Estamos sem saber, n�o temos not�cias. Estamos esperando alguma resposta de algu�m”.
Cl�udio Jorge da Silva, de 56 anos, � propriet�rio da Claro Avia��o, empresa de Manuten��o e Hangaragem de Aeronaves. Ele disse que o momento � de tens�o, pois cerca de 500 funcion�rios perder�o o emprego e as empresas n�o t�m para onde ir. “Est� impactando mais de 2 mil pessoas, se contarmos as fam�lias dos funcion�rios, sem contar os empregos indiretos que s�o gerados, restaurantes da regi�o, motoboys. Nesse tipo de trabalho voc� n�o sai de um emprego e entra em outro, porque n�o tem”.
O empres�rio disse que a Associa��o Voa Prates ainda est� em contato com autoridades para tentar um adiamento do fechamento, mas que no momento s� podem aguardar. “N�s n�o somos contra fechar o Prates. N�s somos contra fechar sem ter uma alternativa, que � um aeroporto na Grande BH. A� n�s sa�mos daqui e vamos para l�, mas o argumento que aqui � um lugar perigoso n�o se sustenta. Todas as estat�sticas mostram o contr�rio. � tudo vontade pol�tica”.
Funcion�rios do aeroporto dividiram suas atividades ontem entre fazer manuten��o nas aeronaves e guardar pe�as que seriam levadas para outros locais. Rafael Paranhos, de 29 anos, � auxiliar de manuten��o de aeronaves e teme n�o conseguir se reinserir no mercado de trabalho ap�s o fechamento do Aeroporto Carlos Prates. “Eu estou iniciando agora minha carreira e com o aeroporto e minha empresa fechando, vou perder meu emprego, o que vai interromper minha carreira. Eu pe�o para olharem para a parte tecnol�gica do aeroporto. Quando fecha o Prates, encerra �reas tecnol�gicas avan�adas. S�o �reas muito espec�ficas e t�cnicas”.
Marcos dos Santos, de 47 anos, trabalha como t�cnico em pintura de aeronaves. Com um filho que passa por problemas de sa�de em casa, o profissional relatou muita preocupa��o e sentimento de desamparo em rela��o ao futuro de sua fam�lia. “Muita tristeza. N�o sei o que vou fazer mais. Estou, praticamente, saindo da avia��o. Estamos esperando dar 17h para largar servi�os, sem saber o que vamos fazer na segunda-feira”.
Um lugar bastante citado para ser destino das aeronaves � o Aeroporto Carlos Drummond de Andrade, mais conhecido como aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte. Apesar da sugest�o de local, a solu��o n�o � t�o f�cil. De acordo com a Associa��o Voa Prates, a Pampulha passa longe de ter a capacidade de comportar a quantidade de aeronaves provenientes do Aeroporto Carlos Prates. Procurada pela reportagem do Estado de Minas, a administra��o do aeroporto da Pampulha afirmou que decis�es sobre mudan�as na opera��o do aeroporto dependem do governo federal e que n�o h� mudan�as no funcionamento e movimenta��o do local.

Pedido de prorroga��o � negado
O governador Romeu Zema esteve em Bras�lia nesta semana para tentar negociar a prorroga��o da retirada do material das empresas, mas n�o obteve �xito. “Apesar dos esfor�os empreendidos, o Governo de Minas respeita a decis�o do governo federal de manter o plano de desmobiliza��o e se coloca � disposi��o da Prefeitura de Belo Horizonte e dos cidad�os para contribuir no processo de desmonte, observando as limita��es legais”, disse o governo do Estado, em nota.
De acordo com a administra��o estadual, “o pedido levou em conta a complexidade da opera��o, que envolve diferentes atores atuantes no aeroporto, bem como a necessidade de um adequado planejamento para minimizar os impactos sociais, incluindo poss�veis perdas de empregos e a n�o execu��o de servi�os j� contratados”. A ideia era, segundo o governo estadual, “realizar e implementar um planejamento a respeito do aer�dromo de maneira mais adequada, organizada e segura e com tempo h�bil para reorganiza��o de todos os envolvidos”.
A s�cia-propriet�ria da VelAir, escola de avia��o civil, Caroline Vel�squez disse que nenhuma informa��o em rela��o a um adiamento foi repassada aos usu�rios. “A prorroga��o n�o aconteceu, at� o momento. Estamos aguardando. Temos feito algumas tentativas com autoridades, mas n�o tivemos retorno neste prazo t�o curto. Estamos esperando algo acontecer, mas n�o sabemos de onde, nem de quem”.
MORADORES
Se entre empresas e funcion�rios do Carlos Prates h� tristeza e temor com o fechamento do terminal, entre a maioria dos moradores o sentimento � de al�vio, embora tenha que seja contra a desativa��o. Vin�cius dos Santos, de 30 anos, morador do Bairro Jardim Montanh�s, na Regi�o Noroeste de Belo Horizonte, afirmou que o fechamento do aeroporto trar� mais seguran�a � popula��o. “N�o fica uma data boa sem cair um avi�o. Passa um tempo, vai e cai outro. O medo de todo mundo � que chegue um dia que o avi�o caia em cima de um na rua”.
Se entre empresas e funcion�rios do Carlos Prates h� tristeza e temor com o fechamento do terminal, entre a maioria dos moradores o sentimento � de al�vio, embora tenha que seja contra a desativa��o. Vin�cius dos Santos, de 30 anos, morador do Bairro Jardim Montanh�s, na Regi�o Noroeste de Belo Horizonte, afirmou que o fechamento do aeroporto trar� mais seguran�a � popula��o. “N�o fica uma data boa sem cair um avi�o. Passa um tempo, vai e cai outro. O medo de todo mundo � que chegue um dia que o avi�o caia em cima de um na rua”.
Maria de Lourdes Pinto, de 66 anos, tamb�m moradora do Jardim Montanh�s, comemorou a sa�da do aeroporto. “O que eu j� vi de avi�o caindo aqui, meu Deus do c�u. Tem dia que nem televis�o d� para assistir por causa do barulho, muito cedo j� come�a as decolagens. A gente tem que ser firme, mas fico com medo”. Marta Rodrigues, por sua vez, tamb�m moradora da regi�o do aeroporto, afirma que � contra o fechamento, por causa do desemprego que ser� causado em decorr�ncia da desativa��o dos servi�os. “Esse neg�cio de cair s�o acidentes, igual tem de carro. Eu s� n�o concordo porque os funcion�rios do aeroporto v�o trabalhar onde? S�o 500 pessoas empregadas”.