
Uma mulher de 29 anos foi at� uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) em Ribeir�o das Neves, na Grande BH, com sintomas de dengue, mas acabou com um nervo lesionado durante um exame de sangue. Poliane Felix Soares relata ter sido liberada da unidade ainda sob efeitos de medicamentos. "Fui liberada rapidamente depois do exame, mas ainda estava meio zonza por causa dos rem�dios e tamb�m n�o sentia dor no bra�o por causa deles, eu achei que ia passar."
A paciente foi � UPA Joanico, no centro de Ribeir�o das Neves, em 23 de mar�o, sentindo sintomas de dengue. Enquanto esperava por atendimento, Poliane conta que desmaiou e a equipe m�dica a direcionou para a realiza��o de um exame de sangue. Quando acordava, e ainda meio sonolenta, uma t�cnica de enfermagem pediu para colher uma amostra do sangue.
No entanto, no momento em que ela enfiou a agulha, Poliane percebeu que havia algo errado: "Senti uma dor muito forte e um choque no dedo indicador. Eu alertei a t�cnica que a agulha tinha ido no nervo, mas ela simplesmente saiu da sala e escondeu o crach� para n�o ser identificada".
LEIA: Bairros de BH, Vespasiano e Ribeir�o das Neves ficar�o sem �gua no feriado
Desde ent�o, Poliane relata ter dificuldades relacionadas � les�o no nervo. "At� hoje sinto muita dor e n�o consigo mexer meu bra�o direito. Desde aquele dia foi s� preju�zo, sou servidora p�blica, mas fui afastada do trabalho, ent�o estou dependendo do INSS e meu plano de sa�de foi cortado."
A mulher, que tem um filho de 2 anos com Transtorno do Espectro Autista, relata as dificuldades que tem tido para cuidar do filho. "N�o consigo mais segur�-lo quando ele tem uma crise, nem dar banho nele por causa das dores fortes. Eu estou tentando me virar, mas est� sendo muito dif�cil."
Al�m disso, a crian�a n�o tem frequentado mais a terapia ocupacional, pois Poliane n�o consegue arcar com os custos. "Ele tem ficado muito agitado pela falta de terapia, o que tem sido complicado", relata.
Falta de aux�lio
Al�m das dores ocasionadas pela les�o do nervo, Poliane relata dificuldades em busca de tratamento. "Primeiro, meus pedidos de tratamento n�o foram aceitos pela Secretaria de Sa�de, o encaminhamento foi feito por um cl�nico geral, mas precisava que tivesse sido por um neurologista, o que atrasou ainda mais o tratamento. Demorei a ter retorno, a conseguir marcar o neurologista pela Secretaria. Me informaram que a lista de espera era de tr�s anos. Quando consegui, a m�dica me informou que � necess�rio um exame para saber a extens�o da les�o, mas � muito caro, estou aguardando retorno da Secretaria sobre esse exame ainda, pois n�o consigo arcar com esse custo agora."
LEIA: Motorista que bateu porsche em outros carros � indiciado por quatro crimes
Poliane ainda destaca a preocupa��o que tem com a demora do tratamento e dos exames. "Demorei um m�s para conseguir tratamento e fisioterapia, o neurologista me informou que eu posso ter sequelas da les�o e se demorar ainda mais para tratar posso precisar de uma cirurgia. Al�m dos altos custos, tem sido dif�cil conseguir ajuda."
Procura por justi�a
Diante de toda essa situa��o, a v�tima agora deseja repara��o por tudo que tem passado. "Inicialmente � cab�vel uma indeniza��o para reparar o dano sofrido at� o presente momento e paralelamente uma apura��o mais detalhada em uma a��o penal para que seja feita justi�a neste caso de imper�cia e neglig�ncia da t�cnica de enfermagem. A les�o corporal sofrida que at� o presente momento se enquadra no tipo grave, uma vez que a v�tima est� incapacitada de realizar suas tarefas habituais, caso n�o receba a assist�ncia necess�ria poder� agravar para o tipo grav�ssimo que � configurado pela incapacidade permanente de acordo com o C�digo Penal Brasileiro", explicam Djulia Camila e Jonathan Maia, advogados de Poliane.
A reportagem tentou contato com a Prefeitura de Ribeir�o das Neves, mas at� o momento da publica��o n�o teve retorno.