(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas BELO VALE

Restaurada, Capela de Santana ser� reaberta com festa amanh�

Templo do s�culo 18 em Belo Vale demandou um ano de servi�os nos elementos art�sticos


04/05/2023 04:00 - atualizado 04/05/2023 05:29
432

fhfhd
Vista externa e altar no templo do s�culo 18, que demandou um ano de servi�os para a restaura��o dos elementos art�sticos ap�s a reforma estrutural (foto: Fotos: Felipe Teixeira/Prefeitura de Belo Vale/Divulga��o)


De volta �s missas, aos batizados e casamentos, sob as b�n��os da padroeira e aplausos dos moradores. A Capela Santana, na comunidade de Santana do Paraopeba, em Belo Vale, na Regi�o Central de Minas, reabre as portas aos fi�is amanh�, �s 19h, com celebra��o eucar�stica solene seguida de barraquinhas e shows. Totalmente restaurado, o templo do s�culo 18 demandou um ano de servi�os nos elementos art�sticos – a parte estrutural foi contemplada em 2020, em outra etapa. “A popula��o est� emocionada e feliz com a conclus�o das obras”, disse, ontem, o administrador paroquial da Par�quia S�o Gon�alo, padre J�nior Luiz de Azev�do.
 
Ao entrar na capela consagrada a Santana, m�e da Virgem Maria e av� de Jesus, moradores e visitantes ter�o dupla e grata surpresa, pois, junto ao restauro primoroso do templo, poder�o ver o memorial dedicado � padroeira implantado na sacristia. O espa�o agora inaugurado, com parte interativa e pe�as, conta a hist�ria de devo��o a Santana ou Sant'Ana. “Queremos dinamizar o turismo religioso na regi�o, que tem uma capela t�o importante como a da Senhora Santana”, diz a secret�ria Municipal de Cultura e Turismo, Eliane dos Santos.
 
O servi�o, custeado pela Prefeitura de Belo Vale, no valor de R$ 1,8 milh�o, e realizado pelo Instituto Cultural Fl�vio Gutierrez (empresa contratada), contemplou o restauro dos elementos art�sticos (ret�bulo-mor, ret�bulo colateral, presbit�rio da capela-mor, pinturas parietais da capela-mor e arco cruzeiro) e o memorial. Esse espa�o foi planejado e implantado pelo instituto cultural, pelas m�os da sua presidente, a empres�ria Angela Gutierrez. “Al�m de estar � frente de todo o processo de implanta��o do memorial, Angela Gutierrez doou pe�as de seu acervo particular”, contou a secret�ria Municipal de Cultura e Turismo.
 
hdhdhd
 
 
O memorial – na verdade, um minimuseu, que s� pode ser visitado por 15 pessoas de cada vez – abriga uma lojinha para venda de objetos religiosos referentes � padroeira. “A comercializa��o ser� de grande import�ncia para mantermos a capela sempre preservada”, diz o padre J�nior. Ele explica que estar� sempre captando recursos para evitar o estado de degrada��o ao qual o templo chegou. “A situa��o era prec�ria, e agora, para valorizar o trabalho feito aqui, na estrutura e nos elementos art�sticos, devemos nos empenhar ao m�ximo.”
 
Satisfeito, o administrador paroquial avisa que haver� missa todo domingo, �s 15h, ficando a capela aberta de ter�a a sexta-feira, das 8h �s 12h, e aos s�bados e domingos, das 9h �s 17h. “Para este s�bado, j� tem casamento marcado, e os batizados ser�o no dia 27 deste m�s”, adianta o padre.

RESTAURO

No comando do trabalho de restauro da capela vinculada � Arquidiocese de Belo Horizonte, o especialista Adriano Ramos, do Grupo Oficina de Restauro, de Belo Horizonte (contratado pelo Instituto Cultural Fl�vio Gutierrez), cita as v�rias descobertas durante os meses de servi�o, incluindo a retirada de camadas de tinta branca, na mesa do altar, que fez ressurgir as cores originais. “Desde o in�cio das obras no templo de 1735, foram encontradas outras pinturas.”
 
No altar, do lado esquerdo de quem entra no templo, localizado na zona rural, com uma vis�o de 360 graus de montanhas, as pinturas encantam pela delicadeza. Est�o l� os motivos fitomorfos (flores e rocalhas) e animais, chamando a aten��o o desenho do pelicano alimentando os filhotes, s�mbolo crist�o do sacrif�cio e da doa��o. “Esta igreja � muito importante para a regi�o e apresenta v�rias etapas na sua decora��o, perfazendo cerca de 200 anos. Temos do altar-mor, de meados do s�culo 18, a pain�is da d�cada de 1940. Estamos, portanto, respeitando todas as fases e mantendo as caracter�sticas originais”, ressalta Adriano Ramos.
 
Considerado um dos monumentos mais queridos dos moradores do Alto Rio Paraopeba, a capela, que fica a nove quil�metros do Centro de Belo Vale, � ponto de peregrina��o de visitantes de todo canto, recebendo cerca de 10 mil pessoas a cada 26 de julho, data consagrada � padroeira. O prefeito de Belo Vale, Waltenir Liberato Soares ( Nequinha), demonstra sua alegria. "Existe um pensamento que diz: ‘Um sonho sonhado sozinho � apenas um sonho, mas um sonho sonhado junto � realidade’. Esse foi mais um grande passo e fica a certeza de que n�o mediremos esfor�os para continuarmos investindo na cultura e no turismo de nossa cidade, para que, a cada dia, a cultura local seja mais reconhecida, preservada e mais respeitada".

HIST�RIA

Pesquisa do Memorial da Arquidiocese de Belo Horizonte, coordenado por Goretti Gabrich, que acompanhou os servi�os de restaura��o, mostra que o Vale do Paraopeba foi entrada rumo aos sert�es das Minas pela bandeira de Fern�o Dias Paes Leme. Ao longo do caminho, v�rios integrantes da bandeira estabeleceram povoamentos que se tornaram, com o tempo, pontos de abastecimento e hospedagem para viajantes.
 
A bandeira conduzida por Paes Leme, acompanhado do mestre de campo Matias Cardoso, do genro Manoel de Borba Gato e do filho Garcia Rodrigues Paes, chegou � regi�o em 1675, como relata Diogo de Vasconcelos: “Passada a esta��o das chuvas, em mar�o do ano seguinte, dirigiram-se os bandeirantes em dire��o � Serra da Borda e atravessaram a regi�o do campo, entrando na do Paraopeba (Piraipeba, rio do peixe chato), onde fundaram o segundo arraial (Santana)”.
 
O estudo diz ainda que “em cada n�cleo de povoamento foi colocada uma pessoa de confian�a do chefe bandeirante. Seu filho, Garcia Rodrigues Paes, administrou a feitoria de S�o Pedro do Parahypeba (atual Santana do Paraopeba). Em seguida � funda��o da feitoria, Manuel Teixeira Sobreira e seu s�cio Manuel Machado fizeram pedido de concess�o de sesmaria em S�o Pedro de Parahypeba, e, em 1735, ergueram a Capela de Santana, conforme provis�o de 4 de mar�o de 1750”.
 
“Em 1823, a capela era filial de Congonhas, tendo como capel�o o padre Domingos Ribeiro de Sousa. Em 1865, foi elevada a freguesia pela Lei 1.254, de 25 de novembro, tornando-se ent�o sede da par�quia. At� 1880, devido a raz�es pol�ticas, a sede da par�quia alternou-se sucessivas vezes entre Santana do Paraopeba e S�o Gon�alo, vinculando-se, ent�o, definitivamente, a S�o Gon�alo. O terreno onde se ergueu o templo foi doado legalmente, conforme escritura passada em 2 de setembro de 1925 por Ant�nio Vieira dos Santos e sua mulher, N�vea da Concei��o Braga”, prossegue o levantamento.
 
O templo apresenta fases distintas: barroca (de 1735 ao final do s�culo 18) e ecl�tica (de 1920 a 1929). Nesse �ltimo per�odo, foram feitas reformas substanciais, divididas em dois anos cr�ticos, sendo 1920 o primeiro, de acordo com o Livro de Tombo, quando a capela foi retocada. Em 1929, houve uma grande interven��o, “que transformou a fachada original, abriu os arcos e inseriu ornatos contrastantes nas fachadas, embora inscri��o refeita ainda mostre a data de constru��o, 1735”.

Mem�ria - INFESTA��O DE CUPINS

Em agosto de 2018, equipe do Estado de Minas esteve na Capela Santana, e, guiada pelo ent�o titular da Par�quia de S�o Gon�alo, padre Wellington El�dio Nazar� Faria, viu a situa��o ent�o prec�ria do templo, especialmente quanto � infesta��o de cupins, respons�veis, em grande parte, pela deteriora��o da constru��o dos tempos coloniais. Na �poca, o p�roco falou sobre a necessidade do restauro e enalteceu o envolvimento dos moradores no “chamado” � restaura��o. J� em 11 de abril do ano passado, o clima era outro, com as obras iniciando e dando esperan�a � comunidade.



receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)