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Estado de Minas PAMPULHA - 80 ANOS

Pampulha: Maior cart�o-postal de BH enfrenta muitos desafios

Patrim�nio Mundial, conjunto arquitet�nico projetado por Niemeyer tem programa��o especial de anivers�rio


16/05/2023 04:00 - atualizado 16/05/2023 05:22
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A antiga Casa do Baile
A antiga Casa do Baile, uma da atra��es da Pampulha, � hoje o Centro de Refer�ncia de Arquitetura Urbanismo e Design e promove exposi��es, workshops e outras atividades (foto: leandro Couri/em/d.a press)
 
Uma data especial para receber aplausos dos brasileiros, merecer total aten��o dos mineiros e, de forma especial, encher de orgulho os belo-horizontinos. O Conjunto Moderno da Pampulha, em Belo Horizonte, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012) e reconhecido como Patrim�nio Mundial, completa hoje 80 anos, com programa��o especial de longa dura��o. A abertura oficial ser� �s 17h, com exposi��o na Casa do Baile. Formado por �cones e cart�es-postais de BH – Igrejinha de S�o Francisco, que se tornou santu�rio, Museu de Arte (MAP), Casa do Baile e Iate –, o conjunto arquitet�nico se encontra em regi�o de grande crescimento, enfrentando desafios, a exemplo da polui��o da lagoa, e buscando se firmar como polo atrativo para o turismo. A �ncora desse objetivo est� nos monumentos, pois, como define o arquiteto e professor Fl�vio Carsalade, “o conjunto moderno � a raz�o de ser da Pampulha”.
 
As �guas da lagoa se transformam em espelho do tempo aos olhos de Rosa Am�lia dos Santos, de Belo Horizonte. Conhecedora da Regi�o da Pampulha, onde reside e come�ou a trabalhar em 1977, a servidora p�blica federal aposentada se lembra de quando as lanchas circulavam puxando os esquis aqu�ticos, de bares que sa�ram de cena e das poucas habita��es pr�ximas ao Conjunto Moderno da Pampulha. Em d�cadas, a regi�o cresceu, (re)apareceu, abre-se a novos empreendedores e enfrenta desafios hist�ricos, sendo o maior deles a despolui��o do reservat�rio.
 
 Rosa (C) levou a sobrinha Lucilene e sua filha Kerolayne (E) para conhecer os jardins do Museu de Arte da Pampulha
Rosa (C) levou a sobrinha Lucilene e sua filha Kerolayne (E) para conhecer os jardins do Museu de Arte da Pampulha (foto: leandro Couri/em/d.a press)
 
 
“Como eu andei de lancha na Lagoa da Pampulha! Tinha um namorado, dono de um modelo 13 p�s, substitu�do depois por um 16 p�s, que sempre me convidava para um passeio. Lembro muito do bar Redondo, houve muitas mudan�as”, conta Rosa Am�lia, que, na manh� de sexta-feira, apresentava os jardins do Museu de Arte da Pampulha (MAP, antigo cassino), fechado h� tr�s anos e oito meses, � sobrinha Lucilene Napole�o, costureira, e � filha dessa, Kerolayne Napole�o de Abreu, de 26, moradora de Uberl�ndia, no Tri�ngulo Mineiro.
 
Citando a relev�ncia do Conjunto Moderno formado pelo MAP, Casa do Baile (atual Centro de Refer�ncia de Arquitetura, Urbanismo e Design), Iate T�nis Clube e a Igrejinha, rebatizada de Santu�rio Arquidiocesano S�o Francisco de Assis da Pampulha, Rosa Am�lia ainda se impressiona com o crescimento da regi�o, que re�ne 57 bairros, onde vivem 226,1 mil pessoas.
 
“Quando comecei a trabalhar na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), como desenhista de arquitetura, todo o entorno do c�mpus era um deserto. N�o tinha nada”, recorda-se Rosa Am�lia, vi�va, que tem dois enteados residentes na Austr�lia e nos EUA. “Estive aqui bem crian�a, e vejo como tudo mudou. Vale a pena essa visita”, comentou Lucilene, enquanto a filha, Kerolayne, vislumbrava a possibilidade de vir trabalhar na capital.

SAUDA��ES As oito d�cadas do conjunto moderno s�o saudadas por moradores e visitantes. Diante do Santu�rio Arquidiocesano S�o Francisco de Assis da Pampulha, a professora de geografia Marisa Roberta dos Santos, da Escola Municipal Milton Campos, no Bairro Mantiqueira, em Venda Nova, ressalta a import�ncia dos �cones arquitet�nicos, que, no caso da “Igrejinha”, al�m de Niemeyer, receberam marcas not�veis do paisagista Roberto Burle Marx (1909-1994), do artista pl�stico C�ndido Portinari (1903-1962), do escultor Alfredo Ceschiatti (1918-1989) e de Paulo Werneck (1903-1962), respons�vel, na parte externa, pelo revestimento em pastilha. Junto ao “valor universal excepcional”, considerado pelo Unesco, o conjunto da Pampulha � tombado pelo Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan), Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha-MG) e Conselho Deliberativo do Patrim�nio Cultural de Belo Horizonte.
 
“Viemos com alunos de 10 e 11 anos, atualmente dedicados ao estudo dos espa�os de BH. A Igrejinha e outros monumentos constru�dos na d�cada de 1940 representam muito para a cidade, e a turma pesquisa tamb�m o adensamento urbano, o crescimento da regi�o da Pampulha em oito d�cadas”, diz a professora. Perto dali, o advogado Cl�udio Malta, residente em Macei� e curtindo as f�rias em BH, n�o se cansava de fazer fotos da igrejinha. “Estou na cidade pela primeira vez, e realmente fascinado com o conjunto da Pampulha, que s� valoriza a cultura nacional”, disse o turista.
Tamb�m do Nordeste, dessa vez de Recife, o casal Henrique Ara�jo, professor e tradutor, e Pollyana Ramalho, empreendedora com atua��o no setor de moda, celebrava, na sexta-feira, o anivers�rio dela, com passeio de bicicleta na orla. Procedentes do circuito das cidades hist�ricas, os dois ficaram hospedados num hotel na Pampulha. “Esta � a segunda vez em BH e primeira neste lugar que transmite tranquilidade”, disse o marido. “� de grande beleza”, completou Pollyana, que n�o p�de visitar a Casa do Baile, por estar fechada.
 
Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), o fechamento tempor�rio da Casa do Baile, atual Centro de Refer�ncia de Arquitetura, Urbanismo e Design, decorreu da montagem da exposi��o comemorativa dos 80 anos, que ser� aberta hoje, �s 17h, “Lugar imaginado, lugar vivido: 80 anos da Casa do Baile”, j� aberta ao p�blico, com curadoria de Guilherme Wisnik e Marina Fr�goli. Para facilitar a vida de brasileiros e estrangeiros, a PBH vai implantar o Projeto Executivo da Sinaliza��o Interpretativa Tur�stica, atualizando e ampliando o atual sistema existente com o dos patrim�nios da humanidade no Brasil.
 
Museu fechado para restaura��o
 
Muitos turistas d�o com “o nariz na porta” ao chegar ao Museu de Arte da Pampulha (MAP) e encontr�-lo fechado, restando visitar os belos e bem-cuidados jardins planejados por Burle Marx e ver as esculturas de August Zamoyski, Alfredo Ceschiatti e Jose Pedrosa. A Prefeitura de Belo Horizonte informou, em nota, que, al�m do anivers�rio, comemora tamb�m a aprova��o do Projeto b�sico de restaura��o/interven��o do edif�cio do MAP, pelos �rg�os de prote��o do patrim�nio nas tr�s inst�ncias, “importante passo que permitir� o desenvolvimento dos projetos executivos e, em seguida, a licita��o para o in�cio das obras de restaura��o”. E mais: “O projeto de restaura��o � altamente especializado e foi desenvolvido a partir de prospec��es, pesquisas e an�lises t�cnicas de materiais e dos sistemas construtivos”.
 
Tamb�m �cone do conjunto moderno, o Iate T�nis Clube, particular, � alvo de uma pendenga, entre o Minist�rio P�blico e a PBH, que se arrasta h� anos. O pomo da disc�rdia est� no anexo, popularmente chamado de “puxadinho”, constru�do na d�cada de 1970 sem autoriza��o dos �rg�os de defesa do patrim�nio cultural. Sobre o impasse, a prefeitura informa que a diretoria do Iate apresentou estudo preliminar para a requalifica��o do edif�cio anexo ao clube, e, durante o processo de elabora��o desse estudo, a equipe de consultoria contratada pelo Iate fez consulta aos �rg�os de prote��o do patrim�nio cultural a fim de obter diretrizes de interven��es na �rea, “para que a proposta pudesse contribuir e se apresentar como uma solu��o de concilia��o no lit�gio que envolve a requalifica��o da paisagem do Conjunto Moderno da Pampulha e a demoli��o do anexo”.
 
O estudo preliminar foi previamente analisado pelas equipes t�cnicas dos �rg�os e pelo Conselho Deliberativo do Patrim�nio Municipal de BH, os quais consideraram que a proposta apresentada tem m�ritos e � relevante. Em nota, a PBH informou que o estudo preliminar ser� enviado pelo Iphan ao Comit� do Patrim�nio Mundial da Unesco, para avalia��o. “Importante ressaltar que o referido estudo preliminar n�o se enquadra como um projeto arquitet�nico executivo. Esse, caso venha a ser elaborado no futuro, dever� passar pela aprova��o dos �rg�os de patrim�nio nacionais e da Unesco.” 


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