Corpus Christi: multid�o participa de celebra��o em Belo Horizonte

Nem a queda da temperatura abalou a f� de quem acompanhou, nesta quinta-feira (8/6), a missa de Corpus Christi na Igreja da Boa Viagem, no bairro de mesmo nome, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte. 

Com in�cio �s 17h, a tradicional celebra��o foi acompanhada por milhares de pessoas que, ap�s uma hora e meia no jardim da igreja, seguiram em prociss�o pelos tapetes decorados da Avenida Afonso Pena at� chegar ao Santu�rio de S�o Jos�.

Maria C�ndida, de 87 anos, � veterana da cerim�nia eucar�stica e afirma que o retorno ap�s a pandemia � uma ben��o. Ela, que estava acompanhada da filha Rosemary Santana, veio da Regi�o de Venda Nova para participar de todo o ritual. “Vamos acompanhar a prociss�o todinha. S� vou embora quando der a ben��o final, na igreja de S�o Jos�. Me sinto muito bem estando aqui”, diz.

O casal formado por Alonso Nolasco e Claudileile Chaves levantaram a filha Cec�lia Maria para acompanhar o costume que eles tamb�m carregam. Naturais de Itabirito, na Regi�o Metropolitana de BH, eles contam que esta � a primeira vez que passam o feriado na capital.

 

 

“A �ltima missa e prociss�o do Corpus Christi que acompanhamos foi em 2019. � uma oportunidade e felicidade muito grande estar aqui hoje. Especialmente porque n�o sa�mos durante a pandemia para exercer um costume de tantos anos”, afirma Claudileile. 

O momento � duplamente aproveitado para Edson Magalh�es. Ele, que vende artesanato na Feira Hippie, leva flores feitas de garrafa Pet para os fi�is comprarem durante a celebra��o.

 

“Sou cat�lico e aproveito para garantir meu sustento enquanto rezo. Estou desde a primeira missa, �s 7h. Cada flor custa R$ 5”. Ele trabalha h� 17 anos vendendo artesanato e participa de diversas festas da igreja, fazendo diferentes artes. Desta vez, a escolha foi uma flor para os fi�is “levarem para aben�oar e colocarem em casa”, conclui.

 

A Prociss�o 

Depois da comunh�o, numa data que celebra a eucaristia, a prociss�o � o momento mais aguardado. Logo na sa�da da Igreja da Boa Viagem, dona Maria L�cia marcou seu lugar em frente ao tapete. Ano ap�s ano, ela confere a tradi��o de perto e afirma sentir-se mais revitalizada. “Fui criada no Bairro Padre Eust�quio e l� eram feitas muitas prociss�es, aquilo alimentou a minha f�. Na minha rua, eram as crian�as que faziam as bandeirinhas para enfeitar. Tenho 80 anos e, desde pequena, acompanho as tradi��es. Me sinto gratificada, revitalizada e vejo que o costume permanece toda essa multid�o presente”, diz.

 

A turma era mesmo grande e entoando can��es t�picas da igreja cat�lica, j� na Avenida Afonso Pena, os fi�is pararam o tr�nsito, literalmente. Um esquema de tr�fego cuidou da passagem e agentes da BHTrans, al�m da Pol�cia Militar, cercaram o entorno do tapete.

 

Pr�ximo ao Pal�cio das Artes, Leandro Jesus contemplava os desenhos feitos de serragem colorida. “Durante a pandemia, n�s n�o pudemos compartilhar com nossos irm�os este momento que � t�o espec�fico. Agora, d� aquela borboletinha no interior da gente, por estar de volta uma express�o de f� t�o valorosa”, conta. Durante os tr�s anos de suspens�o na capital, ele participou da celebra��o em Ouro Preto e Mariana, mas o retorno � “um momento �nico e gratificante”.

 

Ao final da caminhada de 1 km, acontece a t�o esperada chegada ao Santu�rio de S�o Jos�, no Centro da cidade. A sensa��o de renova��o tomou conta, como disse Ana Cardoso. “H� seis anos participo. Acredito que preenche, � contemplativo, renova a f� e esperan�a. Lembramos de toda a jornada de vida e sentimos essa f�, pedindo, agradecendo e sendo agraciado”, finaliza.