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Estado de Minas BELO HORIZONTE

Mulher morre com suspeita de infarto e fam�lia acusa Samu de omitir socorro

Ela acordou com fortes dores no bra�o esquerdo e falta de ar. A m�e solicitou ajuda, mas a equipe recomendou um psiquiatra e n�o encaminhou ambul�ncia


11/06/2023 18:57 - atualizado 11/06/2023 19:16
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ambulância
Samu s� foi ao local depois que a mulher amanheceu morta (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press.)
Uma mulher de 33 anos morreu na madrugada de sexta-feira (9/6), ap�s a fam�lia entrar em contato com o Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu) por suspeita de infarto. Apesar da liga��o, a ambul�ncia foi negada e Camila Donato Gomes da Silva amanheceu morta. 

Segundo a m�e da mulher, R�bia Donato, h� menos de um m�s seu filho (irm�o de Camila) faleceu. Desde ent�o, a filha apresentava dificuldade para dormir e tomava rem�dio para ajudar. 

Assim ela fez naquela noite, mas acordou por volta de 1h10, gritando a m�e, pois estava com dor muito forte no bra�o esquerdo e falta de ar. "Cheguei no quarto correndo e ela me disse que queria ir ao banheiro. Ela chegou a sentar na cama, falando que bra�o do lado do cora��o estava doendo demais, al�m de muita falta de ar". 

Poucos minutos depois, � 1h27, R�bia ligou para o Samu e solicitou uma ambul�ncia. Explicando o que estava acontecendo, ela foi redirecionada para uma m�dica. "Eu sabia que ela n�o estava bem, n�o ia ligar para a urg�ncia se n�o fosse preciso. Mas a m�dica falou comigo 'minha senhora, a sua filha precisa de um psiquiatra, n�o � do Samu'. Eu disse que n�o era isso, ela precisava de ir para a UPA", conta R�bia Donato. 

No meio da liga��o, que segundo a m�e durou nove minutos, a filha teria gritado por ajuda, pedindo �gua e afirmando que ia morrer. "A Camila pediu �gua com a��car, ela estava gritando que ia morrer. A m�dica ouviu e falou que podia dar e quando amanhecesse, era para lev�-la ao psiquiatra. Expliquei de novo a situa��o e tamb�m contei que n�o dava para ir � UPA sozinha, porque n�o tinha dinheiro para pagar ou carro", continua. 

Ainda assim, a ambul�ncia n�o foi at� a casa, que fica no Bairro Ribeiro de Abreu. A m�e afirma que se tranquilizou quando a m�dica disse que a falta de ar era devido ao medicamento que Camila estava tomando e mant�-la hidratada ajudaria. Al�m disso, teria reafirmado a necessidade de um psiquiatra, para ajudar com a perda recente do irm�o. 

"Sou diarista, n�o tenho estudo direito. A m�dica me tranquilizou falando que essa dor era por causa do rem�dio. Acreditei que de manh� dava para levar ela no posto e resolver o problema. N�o omiti socorro hora nenhuma, eu tentei lev�-la, mas n�o tinha dinheiro. Se tivesse mandado o Samu na hora que liguei, havia salvado a vida da minha filha", diz R�bia. 
Ap�s a liga��o, ela se deitou ao lado da filha e ficou conversando at� as 3h. Em seguida, ambas dormiram. Quando acordou, �s 7h10, chamou Camila para ir ao hospital. Sem resposta, ela balan�ou o bra�o da filha e percebeu que a boca dela j� estava esbranqui�ada e a testa gelada. 

"Eu desesperei. Liguei para o Samu de novo, �s 7h30, expliquei como que ela estava e a m�dica mandou fazer massagem card�aca. Ela foi falando pelo telefone como fazia, at� a ambul�ncia chegar. Quando a equipe apareceu, constataram o �bito. Eu n�o queria acreditar", afirma a m�e. 

Camila Donato deixou um filho de 11 e outro de 3 anos. "Fico muito chateada, como a gente paga imposto de tudo, era obriga��o mandar um Samu. N�o interessava se eu tinha dinheiro ou n�o. Estou arrasada. Nenhuma m�e merece perder dois filhos com menos de um m�s. Dinheiro n�o trar� minha filha de volta, mas quero que outras n�o passem pelo mesmo que eu", finaliza.
 

Nota da PBH 


Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), respons�vel pelo Samu, n�o houve relato que pudesse levantar suspeita sobre infarto. Veja a nota na �ntegra: 

"A Prefeitura de Belo Horizonte lamenta o ocorrido e informa que os chamados ocorreram em tr�s momentos muito distintos.


1h30 da madrugada de sexta-feira, dia 9 - Na primeira oportunidade, n�o houve relato ou nenhum dado que levantasse suspeita sobre infarto. At� por tratar se de v�tima de 33 anos, o que reduz muito a probabilidade de ocorr�ncia deste tipo. Os relatos iniciais tratavam de v�tima desorientada e doen�a sem agravo emergencial que justificasse o envio de ambul�ncias. Ainda assim, a solicitante foi orientada sobre cuidados e encaminhamento ao servi�o de urg�ncia, se necess�rio


7h40 de sexta-feira, dia 9 - Houve um grande espa�o tempo at� que a fam�lia solicitasse um novo atendimento, j� pela manh�, estando a v�tima, depois de uso de medicamento, em parada card�aca que evoluiu a �bito. Nesta oportunidade, houve o envio de duas ambul�ncias do SAMU. Foi constatado o �bito no local.


23h46 de sexta-feira, dia 9 - A fam�lia voltou a ligar, questionando de forma incisiva o trabalho do SAMU.


Os detalhes e diagn�sticos prov�veis est�o protegidos por sigilo de prontu�rio m�dico.


� importante esclarecer que os atendentes do SAMU repassaram a solicitante orienta��es e informa��es a respeito de um tempo de espera maior para o envio da ambul�ncia, considerando o empenho das ambul�ncias em outras ocorr�ncias."


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