
Da rela��o entre a obra e o museu, surgiu o reconhecimento do c�nsul, que visita o escultor todos os anos no dia 14 de junho, data que comemora o nascimento de Peter Lund, uma das figuras mais importantes da ci�ncia brasileira e dos pa�ses da Escandin�via.
Celso Vieira conta que a casa onde mora e funciona o atelier do escultor ser� o local de visita que tamb�m receber� a embaixadora da Dinamarca no Brasil, Eva Pedersen, e o diretor do Museu de Hist�ria Natural da Dinamarca, Peter C. Kjaesgaard.
La�os entre a arte e a ci�ncia
A rela��o come�ou em 2010, quando o c�nsul-geral da Noruega, que na �poca tamb�m era embaixador da Dinamarca, foi a Lagoa Santa para tratar da constru��o do Museu Peter Lund, inaugurado dois anos depois. Vieira conta que, ao saber da visita, quis presentear o Museu de Hist�ria Natural da Dinamarca com uma obra que tratasse a rela��o afetiva criada por Peter Lund durante as quatro d�cadas que viveu no cerrado mineiro, entre 1801 a 1880.
“Comprei uma tora de pequi, que me custou muito dinheiro na �poca, mas tinha que ser essa madeira porque o pequi � a hist�ria da rela��o de Lund com o cerrado brasileiro. Ele gostava muito de pequi e at� pediu que fosse enterrado na sombra de um pequizeiro. Foi assim que, em homenagem, fiz o doutor Lund carregando um pequi maduro em uma m�o e na outra carregando um cr�nio”.
Ap�s a obra pronta, Vieira conta que fez a documenta��o de doa��o ao Museu de Hist�ria Natural da Dinamarca. O secret�rio de cultura na �poca comunicou ao c�nsul-geral que ao saber, foi at� � casa do escultor. “Quando ele viu a obra at� se emocionou” lembra.
Desde ent�o, todos os anos os la�os entre a arte e a ci�ncia s�o renovados. O escultor conta que Jeans Olesen vai a Lagoa Santa todo dia 14 de junho para tomar um caf� em sua cozinha e apreciar os trabalhos manuais feito pelo escultor.
“Com a rela��o que criamos, o c�nsul todos os anos quando n�o vem na minha cozinha a gente encontra no cemit�rio onde est� o t�mulo do Dr. Lund, um local escolhido pelo pr�prio naturalista para abrigar seus restos mortais”.

Exposi��o
Neste ano, o escultor vai levar o c�nsul-geral da Noruega, Jeans Olesen, e a comitiva para conhecer a exposi��o “Vida, arte e sensibilidade entalhada em madeira” que re�ne mais de 20 obras feitas pelo artista. As esculturas est�o expostas no Mercad�o Internacional de Lagoa Santa at� o dia 9 de julho e a visita��o gratuita est� aberta ao p�blico.
A produtora de arte e curadora da exposi��o, Lucilene Bredoff, conta que � a primeira vez que o artista exp�e em uma galeria de arte em Lagoa Santa. “O trabalho dele � riqu�ssimo de detalhes, s�o obras maravilhosas, elas nascem e tomam formas, contam hist�rias e emocionam. Tem uma escultura que est� encantando os visitantes � do esp�rita Chico Xavier”.
Da necessidade ao dom

Filho de carpinteiro e autodidata, Celso Vieira afirma que tudo que conquistou foi devido ao apoio da esposa, Neusa Vieira, que por meio de um pedido dela, descobriu o dom de esculpir em madeira.
O lagoa-santense conta que se casou aos 24 anos e diante da necessidade da esposa em ter um pil�o para socar o alho, desenvolveu um socador de forma intuitiva e disse � esposa quando viu pronto: “descobri o meu dom.’’
O pil�o tem a mesma idade da carreira do artista mineiro e o trabalho talhado em madeira vindo da necessidade di�ria pode ser visto na exposi��o que tamb�m vai mostrar obras a partir de perobas, jequitib�s, Jacarand�s e Ip�s.