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Estado de Minas SA�DE

Mercado Central nega riscos de gripe avi�ria

Minist�rio P�blico pediu, ontem, a retirada de todos os animais comercializados no Mercado Central de BH por risco de gripe avi�ria


28/06/2023 12:15 - atualizado 28/06/2023 12:30
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gaiolas de aves no Mercado Central
Lojistas do Mercado Central de BH se sentem perseguidos pelo Minist�rio P�blico, ap�s pedido de retirada de animais do espa�o (foto: Jair Amaral/EM/D.A.Press)

O Mercado Central de Belo Horizonte negou nesta quarta-feira (28/6) a possibilidade do local virar foco de dissemina��o da gripe avi�ria, ap�s o Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG) acionar a Justi�a para a retirada imediata de todos os animais comercializados no local. O centro afirma n�o ter sido notificado sobre a a��o, divulgada na noite dessa ter�a-feira (27/6).

Atualmente, nove lojas atuam nesse ramo no Mercado Central, sendo cinco especializadas na venda de aves. Ricardo Campos Vasconcelos, presidente do Mercado, sustenta que n�o h� justificativa para a a��o, j� que nenhum caso de gripe avi�ria foi confirmada em aves dom�sticas.


"Sabemos que houve casos em aves migrat�rias marinhas no Esp�rito Santo e Rio de Janeiro. Sem embasamento t�cnico, fica muito dif�cil", afirma.

Ele questiona se a proibi��o ser� estendida a outros estabelecimentos que comercializam animais e destaca, ainda, os cuidados sanit�rios no local, que � limpo diariamente e tem sistema de climatiza��o pr�prio. "H� casas de bichos nos bairros, leil�es de gado, de cavalo, mas os animais do Mercado � que n�o podem. Acho um pouco radical essa decis�o", declara. Os animais tamb�m passam por acompanhamento com um veterin�rio.

Sentimento de persegui��o

Lojistas do Mercado Central se dizem perseguidos pelo Minist�rio P�blico. H� 50 anos, Devanir Ant�nio Ferreira de Souza comercializa aves e roedores no Mercado Central. Segundo ele, muito al�m de uma fonte de renda, os animais s�o sin�nimo de amor. "A gente tem carinho com eles. Eles que nos ajudam, cuidamos deles, temos veterin�rio", contou emocionado � reportagem do Estado de Minas.

As gaiolas dos animais s�o higienizadas diariamente, mais de uma vez por dia, e eles recebem �gua e comida fresca tr�s vezes ao dia. "Isso � por pirra�a. N�o tem inconveniente nenhum para tirar a gente daqui. N�o tem problema nenhum. Eu como aqui dentro, passo mais tempo aqui. Pode fazer exame em mim que eu t� todo sadio, com for�a, energia, e passei minha vida toda aqui dentro", brinca.

O comerciante Josu� Barbosa Filho est� no Mercado Central h� mais de tr�s d�cadas, e v� as investidas do Minist�rio P�blico como persegui��o. "Eles s�o contra animais presos, enquanto tivermos lojas aqui eles continuar�o nos perseguindo", declara. "S�o aves criadas em cativeiro, sim, mas que recebem todo carinho. A gente cuida dos bichinhos, eles que nos sustentam", completa.

Lojista Devanir Antônio Ferreira de Souza
Lojista Devanir Ant�nio Ferreira de Souza defende a perman�ncia dos animais no Mercado Central (foto: Jair Amaral/EM/D.A.Press)


Tentativas frustradas


A novela para tentar proibir a venda de animais no Mercado Central j� se arrasta h� quase sete anos. Em 2016, o Minist�rio P�blico ajuizou uma a��o civil contra a comercializa��o de animais no Mercado. Derrubada dois anos depois, a medida manteve a venda, mas proibiu a abertura de novas lojas do tipo no local.

Na liminar enviada pelo Minist�rio P�blico nessa ter�a-feira (27/6), as promotoras de Justi�a Fernanda H�nigmann e Luciana Imaculada de Paula afirmaram que "n�o h� d�vida sobre a intensa aglomera��o de aves" no Mercado Central. Al�m disso, as advogadas explicam que a manuten��o de animais e alimentos no mesmo ambiente tamb�m traz preocupa��es.

"Haja vista a poss�vel propaga��o de zoonoses e doen�as, especialmente a Influenza Avi�ria, tendo em vista o atual surto mundial, � imprescind�vel que a situa��o dos animais abrigados no Mercado Central seja revista, n�o somente pelo bem-estar deles, mas tamb�m como medida de sa�de p�blica", afirmam.

As representantes do MPMG afirmam ainda que "a maior preocupa��o, neste momento, � evitar que a gripe avi�ria chegue nas granjas e na cria��o de aves para a alimenta��o pr�pria, j� que a doen�a se espalha rapidamente entre os animais. Caso ela se dissemine, os animais precisar�o ser sacrificados".

Contamina��o humana


De acordo com o Ministro da Agricultura e Pecu�ria (MAPA), a infec��o de humanos pelo v�rus acontece, principalmente, por meio do contato direto com aves infectadas, vivas ou mortas. Assim, a pasta refor�a o pedido para que, caso aves doentes sejam encontradas, a popula��o acione o servi�o veterin�rio local. "N�o se deve tocar nem recolher aves doentes. A doen�a n�o � transmitida pelo consumo de carne de aves e nem de ovos."

No dia 22 de maio, o �rg�o decretou estado de emerg�ncia zoossanit�ria devido ao aumento de contamina��es de aves silvestres pelo v�rus H5N1. A medida � v�lida at� o meio de novembro deste ano, 180 dias. O texto ainda prorroga, por tempo indeterminado, a suspens�o de exposi��es, torneios, feiras e outros eventos com aglomera��es de aves.

At� o momento, conforme dados do MAPA, nenhum caso da doen�a foi confirmado em Minas Gerais. Onze poss�veis infec��es de aves foram descartadas. No entanto, 53 contamina��es j� foram confirmadas em todo o pa�s. Os estados atingidos s�o: Esp�rito Santo, 28, Bahia, 3, Rio de Janeiro, 13, Paran�, 3, e S�o Paulo, 4, Santa Catarina, 1, e Rio Grande do Sul, 1.


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