
A chegada dos pesquisadores no estado ocorre 26 anos depois da cria��o do PCGR, em 1997, quando um ninho de gavi�o-real (Harpia harpyja) foi encontrado em uma floresta perto de Manaus.
Coincid�ncia ou n�o, enquanto os especialistas fazem as buscas, a cerca de 500 quil�metros do parque, um fot�grafo de aves encontra um esp�cime da harpia em Almenara, no Vale do Jequtinhonha, em 25 de junho de 2023.
O gavi�o-real � considerado por especialistas como o p�ssaro mais forte que existe. � gigante, com 2m de envergadura, 1m de comprimento, a f�mea da esp�cie pode chegar a at� 8kg e eles t�m garras de at� 7cm, maiores do que a do urso pardo americano, que 'arrancam' bichos-pregui�a ou macacos de �rvores.
Mesmo com todo esse 'poderio b�lico', a esp�cie � amea�ada de extin��o, sendo dif�cil de ser encontrada na Mata Atl�ntica, territ�rio que antes dominava, e serve como um identificador biol�gico de uma floresta bem estabelecida. Segundo o bolsista Henrique Mariano, que atua no Projeto Harpia, onde h� um gavi�o-real todo o ecossistema est� em boa consolida��o.
Mesmo com todo esse 'poderio b�lico', a esp�cie � amea�ada de extin��o, sendo dif�cil de ser encontrada na Mata Atl�ntica, territ�rio que antes dominava, e serve como um identificador biol�gico de uma floresta bem estabelecida. Segundo o bolsista Henrique Mariano, que atua no Projeto Harpia, onde h� um gavi�o-real todo o ecossistema est� em boa consolida��o.
Em Minas Gerais, o avistamento da esp�cie, al�m de raro, � subnotificado. O �ltimo registro, antes do domingo (25/6), foi feito em 2016, no munic�pio de Bandeira, no Jequtinhonha, e o anterior, em 2006, numa regi�o de cerrado no munic�pio de Tapira, no Tri�nguilo Mineiro. Minas n�o possui nenhum ninho notificado, segundo Henrique.
Em conversa com o Estado de Minas, ele explica que os h�bitos da ave, que � silenciosa, em conjunto com o desconhecimento de sua raridade pela popula��o, s�o respons�veis pela subnotifica��o de avistamentos.
Como o Parque do Rio Doce j� havia documentado um esp�cime em 1977, sendo um dos pouqu�ssimos registros no estado, o grupo de pesquisadores do Projeto Harpia come�ou a atuar no local agora, em 2023, junto com outros projetos de preserva��o como o do tatu-canastra.
Eles percorreram o territ�rio por dias e, mesmo n�o encontrando um gavi�o-real, est�o esperan�osos, j� que h� relatos de moradores, e o ambiente parece ser favor�vel. Duas outras aves de rapina, um jovem de gavi�o-de-penacho (Spizaetus ornatus) e um adulto da mesma esp�cie, foram encontrados em locais diferentes no parque, indicando duas poss�veis �reas de nidifica��o – forma��o de ninhos – da esp�cie.
Eles percorreram o territ�rio por dias e, mesmo n�o encontrando um gavi�o-real, est�o esperan�osos, j� que h� relatos de moradores, e o ambiente parece ser favor�vel. Duas outras aves de rapina, um jovem de gavi�o-de-penacho (Spizaetus ornatus) e um adulto da mesma esp�cie, foram encontrados em locais diferentes no parque, indicando duas poss�veis �reas de nidifica��o – forma��o de ninhos – da esp�cie.

Para Rodrigo Machado, morador local, que cresceu frequentando o parque, a busca do projeto carrega uma grande carga emocional. M�dico intensivista, Rodrigo ca�ava p�ssaros quando crian�a. Agora, adulto, ele � um grande entusiasta da ecologia, usa parte de seu tempo livre para ouvir o Uru Podcast, especialista em aves, e mant�m uma boa rela��o com a comunidade de fot�grafos.
Em simult�neo e de maneira inusitada, uma fam�lia se deslumbrou ao se ver diante da harpia. Oswaldo Rezende, consultor ambiental que tem o hobby de ‘passarinhar’ – fotografar aves –, passeava com a sua mulher, o filho e o sobrinho em uma ro�a perto de Almenara, quando o sobrinho exclamou: “olha, um gavi�o!”.
Em simult�neo e de maneira inusitada, uma fam�lia se deslumbrou ao se ver diante da harpia. Oswaldo Rezende, consultor ambiental que tem o hobby de ‘passarinhar’ – fotografar aves –, passeava com a sua mulher, o filho e o sobrinho em uma ro�a perto de Almenara, quando o sobrinho exclamou: “olha, um gavi�o!”.

“Estava l�, uma harpia tranquila, s� observando e olhando pro lado. Com a m�quina fotogr�fica na m�o, tirei 86 fotos. Sabia que era rar�ssimo e sabia que, para Minas Gerais, era um achado precioso. O meu filho e sobrinho tamb�m registraram. Parece que ela estava at� esperando por n�s. A visualiza��o estava dif�cil e ela simplesmente mudou de posi��o no galho, fez pose para foto”, conta Oswaldo.

O consultor ambiental postou as tr�s imagens que mais gostou em um site destinado a registro de aves e a comunidade de fot�grafos de p�ssaros ficou bastante emocionada e empolgada, adicionando coment�rios, parabenizando o feito e fazendo elogios �s imagens.
Para o Projeto Harpia, o achado de Oswaldo representa o papel fundamental da ci�ncia civil na preserva��o ambiental. “Quem nos auxilia na conserva��o da esp�cie � a popula��o”, avalia o bolsista Henrique Mariano. Por isso, h� o apelo para que a comunidade em geral n�o mate animais silvestres.
Ainda existem muitas perguntas abertas sobre o gavi�o-real e, apesar de mais registros serem necess�rios para que Almenara ou o Parque do Rio Doce se tornem �reas de prote��o desses grandes predadores, cada contribui��o � um passo para a preserva��o.
Caso algu�m encontre gavi�es de grande porte, o Projeto Harpia pede para que seja notificado por meio de uma mensagem ao Instagram @projetoharpiabrasil, principalmente se a suspeita for a de um gavi�o-real.
Tamb�m � recomendado que, assim como Oswaldo, n�o marque o local do achado, para que o animal n�o seja amea�ado por ca�adores.
“Quando vi a foto do Oswaldo, me deu uma palpita��o, n�. O parque tem chances de encontrar uma harpia tamb�m. Mas a sensa��o � de estarmos procurando uma ave fantasma, ela nos observa a todo tempo, mas a gente n�o consegue v�-la", afirma Rodrigo Machado, empolgado com a possibilidade de ainda ver o gavi�o-real em Minas Gerais.