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Estado de Minas PRESERVA��O

A rar�ssima harpia, ave mais forte do mundo, � fotografada em MG

Gavi�o 'fantasma' aparece para uma fam�lia durante passeio no Vale do Jequitinhonha; diante do registro, projeto de conserva��o espera por mais achados


04/07/2023 04:00 - atualizado 04/07/2023 17:58
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Uma harpia jovem e relativamente pequena para a espécie 'posa' para a foto
A harpia � um indicador biol�gico. Como um enorme predador, a sua presen�a indica uma floresta bem preservada, segundo (foto: Oswaldo Rezende/Arquivo Pessoal)
O Programa de Conserva��o do Gavi�o-Real (PCGR), tamb�m chamado de Projeto Harpia, vinculado ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amaz�nia (INPA) e integrado por pesquisadores parceiros, volunt�rios, estudantes e bolsistas, passou a buscar, neste ano, por aves de rapina no Parque Estadual do Rio Doce (Perd), em Minas Gerais.

A chegada dos pesquisadores no estado ocorre 26 anos depois da cria��o do PCGR, em 1997, quando um ninho de gavi�o-real (Harpia harpyja) foi encontrado em uma floresta perto de Manaus.

Coincid�ncia ou n�o, enquanto os especialistas fazem as buscas, a cerca de 500 quil�metros do parque, um fot�grafo de aves encontra um esp�cime da harpia em Almenara, no Vale do Jequtinhonha, em 25 de junho de 2023.

O gavi�o-real � considerado por especialistas como o p�ssaro mais forte que existe. � gigante, com 2m de envergadura, 1m de comprimento, a f�mea da esp�cie pode chegar a at� 8kg e eles t�m garras de at� 7cm, maiores do que a do urso pardo americano, que 'arrancam' bichos-pregui�a ou macacos de �rvores.

Mesmo com todo esse 'poderio b�lico', a esp�cie � amea�ada de extin��o, sendo dif�cil de ser encontrada na Mata Atl�ntica, territ�rio que antes dominava, e serve como um identificador biol�gico de uma floresta bem estabelecida. Segundo o bolsista Henrique Mariano, que atua no Projeto Harpia, onde h� um gavi�o-real todo o ecossistema est� em boa consolida��o.
 
 
Em Minas Gerais, o avistamento da esp�cie, al�m de raro, � subnotificado. O �ltimo registro, antes do domingo (25/6), foi feito em 2016, no munic�pio de Bandeira, no Jequtinhonha, e o anterior, em 2006, numa regi�o de cerrado no munic�pio de Tapira, no Tri�nguilo Mineiro. Minas n�o possui nenhum ninho notificado, segundo Henrique.

Em conversa com o Estado de Minas, ele explica que os h�bitos da ave, que � silenciosa, em conjunto com o desconhecimento de sua raridade pela popula��o, s�o respons�veis pela subnotifica��o de avistamentos. 
 

Como o Parque do Rio Doce j� havia documentado um esp�cime em 1977, sendo um dos pouqu�ssimos registros no estado, o grupo de pesquisadores do Projeto Harpia come�ou a atuar no local agora, em 2023, junto com outros projetos de preserva��o como o do tatu-canastra.

Eles percorreram o territ�rio por dias e, mesmo n�o encontrando um gavi�o-real, est�o esperan�osos, j� que h� relatos de moradores, e o ambiente parece ser favor�vel. Duas outras aves de rapina, um jovem de gavi�o-de-penacho (Spizaetus ornatus) e um adulto da mesma esp�cie, foram encontrados em locais diferentes no parque, indicando duas poss�veis �reas de nidifica��o – forma��o de ninhos – da esp�cie.

Ambientalistas com uniformes de camuflagem
Equipe do Projeto Harpia durante a expedi��o de campo no Parque Estadual do Rio Doce. (foto: Reprodu��o / Facebook)

Para Rodrigo Machado, morador local, que cresceu frequentando o parque, a busca do projeto carrega uma grande carga emocional. M�dico intensivista, Rodrigo ca�ava p�ssaros quando crian�a. Agora, adulto, ele � um grande entusiasta da ecologia, usa parte de seu tempo livre para ouvir o Uru Podcast, especialista em aves, e mant�m uma boa rela��o com a comunidade de fot�grafos.

Em simult�neo e de maneira inusitada, uma fam�lia se deslumbrou ao se ver diante da harpia. Oswaldo Rezende, consultor ambiental que tem o hobby de ‘passarinhar’ – fotografar aves –, passeava com a sua mulher, o filho e o sobrinho em uma ro�a perto de Almenara, quando o sobrinho exclamou: “olha, um gavi�o!”.

Oswaldo, seu filho e o sobrinho fotografando
A surpresa fez a fam�lia de Oswaldo interromper o passeio para registrar a poderosa ave de rapina (foto: Arquivo Pessoal/Oswaldo Rezende)

“Estava l�, uma harpia tranquila, s� observando e olhando pro lado. Com a m�quina fotogr�fica na m�o, tirei 86 fotos. Sabia que era rar�ssimo e sabia que, para Minas Gerais, era um achado precioso. O meu filho e sobrinho tamb�m registraram. Parece que ela estava at� esperando por n�s. A visualiza��o estava dif�cil e ela simplesmente mudou de posi��o no galho, fez pose para foto”, conta Oswaldo.

Gavião-real demonstra suas garras ao apoiar em galho
A harpia estava tampada por um galho, observando a fam�lia e toda a regi�o a sua volta (foto: Arquivo Pessoal/ Oswaldo Rezende)

O consultor ambiental postou as tr�s imagens que mais gostou em um site destinado a registro de aves e a comunidade de fot�grafos de p�ssaros ficou bastante emocionada e empolgada, adicionando coment�rios, parabenizando o feito e fazendo elogios �s imagens.  

Para o Projeto Harpia, o achado de Oswaldo representa o papel fundamental da ci�ncia civil na preserva��o ambiental. “Quem nos auxilia na conserva��o da esp�cie � a popula��o”, avalia o bolsista Henrique Mariano. Por isso, h� o apelo para que a comunidade em geral n�o mate animais silvestres. 
Ainda existem muitas perguntas abertas sobre o gavi�o-real e, apesar de mais registros serem necess�rios para que Almenara ou o Parque do Rio Doce se tornem �reas de prote��o desses grandes predadores, cada contribui��o � um passo para a preserva��o.

Caso algu�m encontre gavi�es de grande porte, o Projeto Harpia pede para que seja notificado por meio de uma mensagem ao Instagram @projetoharpiabrasil, principalmente se a suspeita for a de um gavi�o-real.

Tamb�m � recomendado que, assim como Oswaldo, n�o marque o local do achado, para que o animal n�o seja amea�ado por ca�adores. 
 
“Quando vi a foto do Oswaldo, me deu uma palpita��o, n�. O parque tem chances de encontrar uma harpia tamb�m. Mas a sensa��o � de estarmos procurando uma ave fantasma, ela nos observa a todo tempo, mas a gente n�o consegue v�-la", afirma Rodrigo Machado, empolgado com a possibilidade de ainda ver o gavi�o-real em Minas Gerais.
 
 


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