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Estado de Minas censo 2022

Migra��o expande periferia de cidades da Regi�o Metropolitana de BH

Fam�lias de menor renda adensam �reas afastadas do centro de munic�pios como Esmeraldas, 3� no ranking de crescimento populacional no entorno da capital


16/07/2023 04:00 - atualizado 15/07/2023 21:45
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Vista do Bairro São Pedro, em Esmeraldas, que praticamente duplicou com a construção de moradias do Minha Casa, Minha Vida
Vista do Bairro S�o Pedro, em Esmeraldas, que praticamente duplicou com a constru��o de moradias do Minha Casa, Minha Vida (foto: Fotos: Ed�sio Ferreira/EM/d.a press)

Fruto do mesmo movimento de migra��o da capital que come�ou em 1970 e colocou Lagoa Santa no topo do crescimento populacional na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte nos �ltimos 12 anos, o avan�o no n�mero de moradores de Esmeraldas – o terceiro maior nesse grupo de munic�pios, segundo o novo Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) – tra�ou uma rota que se afasta do Centro da cidade. A chegada de moradores cria novos polos de moradia e com�rcio, num movimento de periferiza��o que vem ocorrendo nos �ltimos anos principalmente pr�ximo ao limite com Ribeir�o das Neves.

O deslocamento para �reas mais afastadas do Centro de Esmeraldas foi facilmente percebido pelos moradores. Danielle Cristina Vieira, nasceu no munic�pio, mora na regi�o central da cidade e tem uma loja no Bairro Santa Cec�lia, vizinho do Bairro S�o Pedro, que cresceu tanto nos �ltimos anos que, n�o oficialmente, foi dividido em dois: S�o Pedro 1 e S�o Pedro 2. A empres�ria explica que o adensamento aconteceu em pouco tempo e principalmente em �reas de constru��o de moradias do programa federal Minha Casa, Minha Vida”.

“Eu tenho uma loja em um bairro, que est� a 18km do Centro e praticamente fazemos divisa com Ribeir�o das Neves. Por l� � not�rio o adensamento de pessoas em uma “pequena” escala de tempo. Aquela regi�o foi um dos lugares que teve maior boom das constru��es do projeto Minha Casa, Minha Vida. Foram centenas de casas e apartamentos. Muitos dos que moram ali compraram pelo fato de estar em uma cidade que tem um custo de vida baixo e em um bairro que tem f�cil acesso a Belo Horizonte, por exemplo”, explica Danielle.

De acordo com Irineu Rigotti, do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Faculdade de Ci�ncias Econ�micas (Cedeplar-UFMG), em geral, no Brasil, existe um padr�o de periferiza��o de �reas urbanas. O fen�meno, normalmente, parte de pessoas com menor poder aquisitivo, em busca de custos de vida mais acess�veis.  Na Grande BH, o evento j� havia sido constatado na d�cada de 1970, durante a migra��o para Ribeir�o das Neves.

Para a empresária Danielle Vieira, a expansão na direção dos limites com Belo Horizonte é notória e se explica pelo fácil acesso à capital
Para a empres�ria Danielle Vieira, a expans�o na dire��o dos limites com Belo Horizonte � not�ria e se explica pelo f�cil acesso � capital


“Por l�, as pessoas se mudaram � procura de lotes mais acess�veis e tinham uma renda mais baixa. E claro que n�o � s� esse munic�pio. Naquela �poca Esmeraldas j� crescia, e cresceu ainda mais na �ltima d�cada. Mas n�s ainda n�o podemos fazer essa an�lise econ�mica, porque os dados mais detalhados do Censo ainda ser�o divulgados. O importante � que, at� agora, a movimenta��o tem sido semelhante � que ocorreu em Neves”, disse o especialista.

Apesar da intensa migra��o para a cidade, a Prefeitura de Esmeraldas, conforme os moradores, n�o tem feito nenhum movimento para acompanh�-la. Para Danielle, parte da falta de investimento pode ser explicada pelo tamanho territorial da cidade, 909.592km², bem maior do que Belo Horizonte. Mesmo assim, ela afirma que n�o viu nenhum “esfor�o” do poder p�blico.

“Por se tratar de uma cidade extensa territorialmente e com meios de arrecada��o bem prim�rios, acredito ser um dos motivos de o Executivo municipal n�o conseguir dar conta de tudo. Sabemos que � complicado, mas tamb�m n�o � vis�vel esfor�o por parte deles para tal quest�o”, lamentou.

Desde o dia 4 de julho, a reportagem tenta contato com a Prefeitura de Esmeraldas, por meio de sua assessoria de imprensa, para saber quais investimentos foram feitos na cidade na �ltima d�cada e que acompanharam o crescimento de moradores. No entanto, at� o fechamento desta edi��o n�o obtivemos nenhuma resposta.


Vista de Sarzedo, emancipada em 1995: com 36,8 mil moradores, cidade já tem água, luz e asfalto em 99% de sua área urbana
Vista de Sarzedo, emancipada em 1995: com 36,8 mil moradores, cidade j� tem �gua, luz e asfalto em 99% de sua �rea urbana

Crescimento puxado por oportunidades


A segunda cidade da Grande BH com maior percentual de crescimento nos �ltimos 12 anos foi Sarzedo. Criada, como diversos outros munic�pios mineiros, em torno da explora��o mineral, a cidade � relativamente nova, j� que foi oficialmente emancipada de Betim em 1995. Hoje com 36.844 moradores,  o munic�pio j� tem 99% de seu territ�rio urbano asfaltado e com fornecimento regular de luz e �gua.

O secret�rio de Governo da cidade, Ot�vio Pinheiro, explica que grande parte da migra��o para o territ�rio resultou do avan�o da minera��o na regi�o e, por isso, o crescimento populacional tem sido esperado e planejado. O acompanhamento da administra��o � confirmado em n�meros.

Instalação de indústrias de diversos segmentos vem sustentando a migração para Juatuba não apenas de antigos moradores de BH mas também de pessoas vindas do Nordeste
Instala��o de ind�strias de diversos segmentos vem sustentando a migra��o para Juatuba n�o apenas de antigos moradores de BH mas tamb�m de pessoas vindas do Nordeste


No quesito sa�de, o munic�pio j� conta com 15 unidades de sa�de, sendo 11 UBS, uma cl�nica odontol�gica, uma cl�nica de especialidades m�dicas, e um centro de apoio psiqui�trico. “Tamb�m estamos construindo o primeiro hospital municipal da cidade, que tem previs�o para ficar pronto no fim de 2024. Ele ficar� ao lado de um antigo hospital filantr�pico que t�nhamos aqui, mas que faliu em 2006”, explica Pinheiro.

Desde 1995, a quantidade de escolas da rede municipal tamb�m aumentou, passando de tr�s para 18, que incluem ensino infantil, fundamental e m�dio. Al�m disso, Sarzedo conta tamb�m com tr�s institui��es administradas pelo governo de Minas.

Mas, assim como em Lagoa Santa, a popula��o de Sarzedo tamb�m sofre com a mobilidade urbana. A cidade ainda n�o tem sistema de transporte municipal, conta apenas com o intermunicipal. O secret�rio de Governo explica que entende as afli��es dos moradores devido � demora e qualidade do transporte p�blico, mas que a responsabilidade pela administra��o das linhas � do governo estadual.

Jorge Nobor aponta evoluções e deficiências nos serviços prestados aos juatubenses
Jorge Nobor aponta evolu��es e defici�ncias nos servi�os prestados aos juatubenses


“A principal reclama��o que recebemos � em rela��o ao transporte que sai do munic�pio e, pelo que eu vejo, esse � o problema de todas as cidades da regi�o metropolitana, principalmente as pequenas, que precisam que seus moradores se desloquem para trabalhar. Mas, infelizmente, a gente fica ref�m do transporte intermunicipal, j� que 70% dos usu�rios usam os �nibus para sair da cidade”, diz.

A procura por melhores oportunidades tamb�m est� entre os motivos que levaram muitas pessoas a escolher migrar para Juatuba, tamb�m na Grande BH. A 49km de dist�ncia da capital, a cidade, assim como Sarzedo, come�ou a virar “alvo” dos mineiros na esteira da instala��o de ind�strias de diversos segmentos.

Jorge Nobor mora em Juatuba h� 64 anos.  Ele conta que, al�m da chegada de pessoas da pr�pria regi�o metropolitana, nos �ltimos dois anos entre os novos moradores est� uma grande parcela de pessoas vindas do Norte e Nordeste do pa�s, devido, tamb�m, � atividade de mineradoras.

Apesar da evolu��o e da busca por oportunidades, os moradores da cidade n�o escapam dos problemas causados pelo crescimento populacional, como a falta de escolas de ensino m�dio, uma vez que as institui��es da cidade atendem apenas at� o 9º ano do Ensino Fundamental, sendo necess�rio as crian�as se deslocarem para munic�pios vizinhos.  “O poder p�blico, assim como em grande maioria das cidades, passa por diversas dificuldades. Em rela��o a 20 anos atr�s, com certeza o transporte p�blico melhorou, mas a sa�de continua prec�ria”. (CM)


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