
Monitoras que trabalham no transporte de crian�as para escolas municipais de Paracatu, Regi�o Noroeste de Minas Gerais, vivem um impasse em rela��o aos sal�rios. A reportagem do Estado de Minas apurou que, em alguns casos, as profissionais tiveram seus contracheques zerados ou com valores muito pequenos.
Uma reuni�o entre as profissionais e a empresa Novo Tempo Transporte que presta o servi�o para a Prefeitura de Paracatu, com a media��o do Minist�rio do Trabalho est� previsa para a manh� desta quinta-feira (20/7). De acordo com a Secretaria de Educa��o do munic�pio, 137 monitoras atuam nesses servi�os, sendo 112 na �rea rural da cidade e outras 25 na zona urbana
A monitora Eleonice Gonzaga, de 64 anos contou � reportagem que come�ou o v�nculo com a Novo Tempo neste ano e que a prefeitura tinha contratado essa empresa antes do in�cio das aulas em 2023. A profissional conta que a empresa ofereceu um contrato com um sal�rio menor do que um sal�rio m�nimo.
"A princ�pio, eles tinham pedido para a gente assinar um contrato de oitocentos e poucos reais, que n�s n�o aceitamos. A�, eles aumentaram para R$ 1.086. S� que fizeram uma press�o na gente [monitoras] para assinar o contrato, sen�o ningu�m receberia pagamento. E todo mundo assinou", relata Eleonice.
Segundo ela, somente ap�s muita press�o, inclusive de vereadores, a empresa passou a pagar um sal�rio m�nimo no valor de R$ 1.320.
Agora, as profissionais cobram da empresa uma explica��o sobre o pagamento de banco de horas. segundo Eleonice, a Novo Tempo especificou como seria a maneira de contabilizar essas horas.
"Eles vinham pagando direitinho, mas chegou agora, no pagamento de julho, referente a junho, n�s recebemos os nossos contracheques, muitos deles zerados, outros receberam R$ 3, e, no meu caso, R$ 4. N�s fomos questionar qual era o motivo. Eles disseram que estavam descontando o banco de horas que n�s est�vamos devendo", afirmou.
A monitora conta que a rotina de trabalho come�a antes das 5h da manh� e vai at� por volta das 14h. Eleonice explica que a empresa alega que as horas que as monitoras ficaram devendo s�o os momentos em que elas ficam nas portas das escolas esperando as crian�as para voltar para casa.
"Segundo eles, as horas que n�s ficamos devendo para eles, n�s que somos monitoras da zona rural, s�o o per�odo que a gente fica, por exemplo, na porta da escola, porque voc� entrega as crian�as �s 7 horas da manh� e a� n�o tem como voltar para casa. Voc� tem que ficar l� aguardando at� 11 e meia para que as crian�as retornem", afirmou.
O que diz a empresa
O advogado Ricardo Sousa, que representa a empresa Novo Tempo Transportes, afirmou � reportagem que, no in�cio das negocia��es com as profissionais que prestam esse servi�o, n�o era a favor da implementa��o desse banco de horas e que teria sido inclusive um reivindica��o das trabalhadoras.
"O cen�rio �: voc� tem as que trabalham vinte e poucas horas e tem as que trabalham 44 horas semanais, tem as [trabalhadoras] rurais, urbanas, tem as que ficam na escola e as que n�o ficam, s�o v�rias as situa��es. No final do ano [passado], chegou-se a um acordo de que seria fixado um banco de horas. No fim do semestre, com a chegada do per�odo de f�rias, verificou-se um n�mero de horas negativas", afirmou.
O representante relatou que consultou o Minist�rio do Trabalho de Paracatu, que vai mediar essa reuni�o entre as trabalhadoras, a empresa que presta servi�o ao munic�pio e tamb�m representantes da Secretaria de Transportes da cidade.
O que diz a prefeitura de Paracatu
A administra��o do munic�pio de Paracatu, por meio da Secretaria de Educa��o, se diz solid�ria �s monitoras, no entanto, afirma que n�o teve responsabilidade pelo ocorrido e, desde o in�cio, exigiu da empresa uma resolu��o do impasse.
Ainda no comunicado emitido, a pasta informou que estar� empenhada em buscar uma solu��o que contemple ambas as partes na pr�xima reuni�o.