
O movimento reivindica o direito � moradia e o cumprimento da fun��o social de im�veis que est�o sem utilidade na capital. S� em Belo Horizonte, segundo o MLB, existem mais 107 mil im�veis vazios, enquanto quase 9 mil pessoas est�o nas ruas.
"Nossa constitui��o prev� que a propriedade n�o � absoluta, ela tem que cumprir fun��o social. E o que � essa fun��o? � ter uma moradia com gente morando dentro, ter uma empresa funcionando. A fun��o mais sagrada de uma propriedade �, na nossa opini�o, ter moradia", Leonardo P�ricles, um dos l�deres do MLB.
O grupo � formado por fam�lias sem teto, que foram despejadas depois de n�o conseguirem pagar o aluguel ou que moram de favor, pessoas em situa��o de rua e moradores de �reas de risco. Com faixas e bandeiras, os manifestantes, que chegaram ao local por volta das 4h30, cobram que o im�vel se torne moradia para quem n�o tem casa. "N�s viemos para ficar. As pessoas que tem casa n�o precisam ter medo. N�o temos objetivo nenhum de ocupar lugar que j� est� habitado. Nosso foco � a grande propriedade que est� abandonada", afirma P�ricles.
O movimento, segundo ele, tamb�m � uma luta pela mem�ria, justi�a e repara��o ao povo negro da cidade. A ocupa��o recebeu o nome de Maria do Arraial, uma mulher negra que morava onde hoje est� o Pal�cio da Liberdade e teria sido a primeira a resistir a despejos. "O povo negro estava aqui, e foi expulso. Hoje estamos tratando essa ocupa��o como se fosse uma retomada. � o povo negro voltar para um lugar de onde nunca deveria ter sa�do", disse.
Eulene Fernandes, de 57 anos, mora, h� seis anos, na ocupa��o Maria Carolina de Jesus, tamb�m no Centro de BH. Nesta manh�, ela esteve na porta do pr�dio na Rua da Bahia para prestar apoio aos colegas, que tamb�m lutam pelo direito � moradia. "As pessoas acham que a gente vem pra ocupa��o porque n�o tem mais o que fazer. � o nosso �ltimo recurso, n�o temos mais para onde ir. Hoje eu vim apoiar. Assim como eu consegui, tamb�m � direito deles", contou � reportagem do Estado de Minas.
O que diz o Senac
Em nota, o Senac Minas, propriet�rio do pr�dio, afirma que: "O pr�dio n�o est� abandonado. Em fun��o da necessidade de adequa��es em sua infraestrutura para abrigar as atividades da institui��o, o edif�cio n�o estava sendo utilizado. Vale destacar que est� em andamento um plano de an�lise para implementa��o das adequa��es necess�rias no im�vel e retorno das atividades no local.
Ressaltamos que j� est�o sendo tomadas as medidas cab�veis para que a desocupa��o ocorra de forma pac�fica e respeitosa com as pessoas que est�o no local neste momento."
Al�m do Senac, a Pol�cia Militar (PM) est� no local. A manifesta��o � pac�fica, mas o pr�dio est� bloqueado para entrada e sa�da de pessoas. Lideran�as do MLB tentam negociar a entrada de 20 fam�lias que est�o do lado de fora da ocupa��o e de itens suprimentos b�sicos, como �gua.