
As interven��es acontecem no trecho da Avenida Vilarinho e Rua Dr. �lvaro Camargos, com a fun��o de conter as inunda��es recorrentes na regi�o. Essa � a terceira etapa das obras no sistema de macrodrenagem dos c�rregos Vilarinho, Nado e Ribeir�o Isidoro.
O prefeito destacou a import�ncia da obra para a capital. “� um complexo de obras que estamos fazendo para eliminar os riscos de morte e inunda��o da �rea do Vilarinho, que tem sido uma praga h� muitos anos”, afirma.
Noman lembra das etapas j� conclu�das. “A Lareira Marimbondo j� est� pronta, uma obra que deve acumular 70 milh�es de litros de �gua. Essa daqui est� bem avan�ada. A expectativa � que, at� o segundo semestre do ano que vem, esta obra j� esteja totalmente pronta e operacional.”
Apesar de n�o ficar pronta at� o in�cio do per�odo chuvoso, o prefeito ressalta que as etapas j� conclu�das dar�o al�vio para a regi�o da Vilarinho. “Essa � a terceira. Temos duas etapas prontas. N�o resolve o problema, mas j� minimiza muito. E no ano que vem, se Deus quiser, o risco, a menos que venha uma cat�strofe novamente, ser� eliminado.”
Segundo o prefeito, o investimento no complexo � de R$ 300 milh�es. Ele destaca que h� obras em outros pontos da capital, com o mesmo objetivo. “O reservat�rio do Nado, na �rea da Tereza Cristina, uma bacia no Olaria pronta e operacional no C�rrego do Ferrugem. A nossa expectativa � que para que na Tereza Cristina, esse ano, n�o tenhamos tantos problemas quanto nos �ltimos anos.”
H� ainda previs�o de obras na Avenida Cristiano Machado, no Bairro Primeiro de Maio. “Ali tem um problema de inunda��o permanente. A obra j� est� contratada, a Pra�a das �guas fica pronta no ano que vem. Nos C�rrego Pampulha e Cachoeirinha estamos abrindo um novo canal, que deve ficar pronto em 2025. Estamos atacando tr�s grandes �reas de inunda��o em Belo Horizonte.”
Perguntado sobre a Avenida Prudente de Moraes, o prefeito diz que a situa��o � um pouco mais complexa. “Estamos fazendo um projeto e quando estiver pronto, vamos buscar recursos.”
Resolver o problema
O superintendente da Sudecap, Henrique Castilho, detalha o trabalho feito at� ent�o para resolver os problemas de enchentes na regi�o. “A �gua do Nado quando desce... a velocidade � t�o grande que primeiro � barrada na primeira etapa, do Lareira Marimbondo. L� ficam retidos 70 milh�es de litros de �gua. Ela est� pronta e funcionando. A �gua continua descendo na canaliza��o com grande velocidade”, explica.
Segundo Castilho, no local foi feita uma caixa de capta��o que ret�m 10 milh�es de litros de �gua. “Agora estamos na terceira etapa, com dois reservat�rios: Vilarinho 2 e Nado 1, cada um vai armazenar 115 milh�es de litros de �gua. Quando a �gua chegar acima de 55 metros c�bicos, ela vai cair no reservat�rio. Quando a chuva para, come�amos a bombear a �gua.”
O reservat�rio ter� cinco bombas, quatro em funcionamento e uma reserva. “As bombas ir�o levar a �gua para o canal, que est� limpo e liberado, funcionando perfeitamente.”
Desconfian�a e esperan�a
Os comerciantes e moradores da Avenida Vilarinho ainda est�o receosos com a efetividade das obras para conter as enchentes.
Alisson Gon�alves, de 41 anos, � dono de uma loja de tecidos localizada a poucos metros das obras do reservat�rio Vilarinho 2. Ele lamenta que as autoridades nunca apareceram na regi�o ap�s as inunda��es, nos �ltimos anos.
“Que pena que o prefeito n�o veio visitar a gente quando inundava aqui. Visitar agora que a bacia est� ficando pronta � muito f�cil”, reclama. O comerciante conta que sempre amarga preju�zos no per�odo chuvoso. “Barro aqui dentro da loja, preju�zo atr�s de preju�zo. Em 2021, tivemos tr�s inunda��es seguidas em janeiro. Nunca tivemos uma visita ou abatimento de IPTU.”

Ele calcula cerca de R$ 6 mil em preju�zos por causa das chuvas. Apesar disso, espera que as obras resolvam o problema definitivamente. “Desde que as obras come�aram, tivemos uma enchente esse ano. Entrou uns tr�s metros de �gua dentro da loja, mas sem preju�zo. Espero que resolva de vez esse problema, mas estou descrente porque toda vida a Vilarinho foi isso”, diz se referindo �s inunda��es constantes.
Por causa delas, o comerciante teve que adotar estrat�gias para evitar a perda de produtos. “A loja � mais alta, o material sempre exposto de 50 a 60 cm acima do ch�o e torcer para a chuva vir at� esse n�vel.” Ele lembra que j� perdeu muito tecido por causa da lama e da sujeira trazidas pela enchente. “Se contar ningu�m acredita. S� quem � comerciante aqui tem a no��o do que � uma enchente nessa avenida. � uma coisa alarmante”, afirma.
Gon�alves tem a loja na avenida h� 18 anos e perdeu a conta de quantas enchentes presenciou. “In�meras. Per�odo de chuva aqui � um ‘Deus nos acuda’. Voc� j� sabe que vai chegar de manh� aqui e ter� que limpar a loja”, desabafa.
Leandro Silva, de 38 anos, � gerente de uma auto pe�as na avenida e tamb�m est� desconfiado da efetividade das obras. Ele ainda reclama da demora.
“Est� tendo uma morosidade na entrega da obra. Possivelmente vai ser um novo paliativo. N�o acreditamos que vai resolver o problema, n�o. O volume de �gua � muito intenso aqui em dias de chuva.”

O gerente reclama ainda da falta de manuten��o e limpeza das bocas de lobo antes do per�odo chuvoso. “A manuten��o deve ser preventiva e n�o corretiva. A Prefeitura e a limpeza urbana, infelizmente, s� v�m depois que acontece o caos e o problema.”
Ele conta que a primeira bacia de conten��o feita na regi�o conseguiu conter as enchentes. “Por�m, no ano passado, ela n�o foi suficiente. Em poucos minutos de chuva tivemos uma inunda��o que arrastou carros e motos. Um preju�zo enorme.”
A loja tem uma conten��o na porta para tentar barrar a chuva. Silva destaca que todos os estabelecimentos ao longo da avenida t�m estrat�gias parecidas. “Quem n�o colocou a conten��o fez a eleva��o do passeio ou das entradas. Mas dependendo do volume de �gua � s� barro que sobe e limpeza para os comerciantes.”
Ele ressalta que os preju�zos n�o s�o apenas materiais. “Temos preju�zo psicol�gico, social. Amea�ou chover, os clientes n�o passam pela avenida. Isso faz com que o faturamento ca�a.”