Per�cia realizada pela Pol�cia Civil mineira comprovou falta de freios no ve�culo, que bateu um barranco antes de virar. Naquela regi�o ocorreram 67 acidentes em um ano.
Instaladas em locais de longos trechos de serra e altos �ndices de acidentes, essas sa�das de escape conseguem parar ve�culos pesados com problemas de freios, como ocorreu com o �nibus de corintianos, falta de manuten��o, excesso de peso ou mesmo por inabilidade do motorista.
"� uma �ltima chance", afirma Antonio C�sar Ribas Sass, diretor da Arteris, concession�ria que administra a pr�pria Fern�o Dias e que mant�m tr�s desses equipamentos em outras estradas, um na serra do Cafezal, no trecho paulista da R�gis Bittencourt, e as demais, em sequ�ncia, na BR-376, em Guaratuba (PR).
Segundo ele, os tr�s locais "salvaram" 993 vidas, que � a soma dos ocupantes do total de ve�culos que pararam nestas sa�das.

O equipamento conta com uma sa�da paralela � pista da rodovia, que direciona o ve�culo a uma caixa cheia de cinasitas —bolinhas de argila expandidas.
Essa caixa come�a rasa e chega a mais de 1 metro de profundidade, como em uma piscina. Conforme o ve�culo afunda, � dissipada sua energia e ele para.
Al�m da argila, segundo a Ecovias, as rampas de escape da Anchieta permitem a parada completa de ve�culos, mesmo os mais pesados e em alta velocidade, gra�as � sua inclina��o da rampa, contr�ria � da pista.

Elas contam ainda com sistema de drenagem e armazenamento, que impede que vazamento de carga l�quida perigosa no solo.
Em m�dia, dependendo do n�mero de acessos, a cada ano � feita a troca de todas as pedras.
No caso da �rea do km 667,3 da BR-376, h� dois p�rticos rolantes que i�am os ve�culos atolados na argila —em m�dia, o resgate total leva 45 minutos.
Em todas elas, h� vasta sinaliza��o sobre o recurso para quem est� em perigo e monitoramento em tempo real por c�meras.
No Brasil n�o h� uma norma t�cnica para constru��o das �reas, segundo a Ag�ncia Nacional de Transporte Terrestre, mas a do km 667,3 tem sido usada como modelo para novos projetos, conforme a ANTT.
No fim de abril passado foi l� que o �nibus dirigido por Odimar Ferreira Rocha, 45, foi parar ap�s o estouro de uma mangueira do freio traseiro.
"N�o deu para eu entrar na primeira �rea de escape, mas na segunda Deus salvou 28 passageiros", afirma ele, que conduzia o ve�culo que ia do Par� para Santa Catarina. Ningu�m se feriu com gravidade.
De acordo com ANTT, atualmente h� 13 �reas de escape em estudos para serem instaladas em locais com alta quantidade de acidentes, a partir de novos contratos de concess�es.
"Desde 2019, esses projetos se transformaram em uma esp�cie de pol�tica p�blica", diz Luciano Louren�o, diretor da ag�ncia.
Um desses locais previstos � na pr�pria Fern�o Dias, no km 373, regi�o central mineira. Mas n�o h� data para sair do papel.
Em Minas Gerais foi sancionada em 2022 uma lei que torna obrigat�ria a implanta��o de rampas de escape em rodovias estaduais a serem constru�das ou duplicadas diretamente pelo governo do estado. Ela entra em vigor maio de 2024.
Na capital Belo Horizonte, uma rampa foi constru�da pela prefeitura no anel vi�rio da cidade. Em menos de um ano, o local foi acessado nove vezes por ve�culos pesados desgovernados.
Oo trecho onde houve o acidente com os torcedores corintianos � um dos que tem estudos preliminares para novas rampas de acesso, diz a Arteris. Ainda n�o h� projeto protocolado na ANTT.
A concession�ria diz que a serra de Igarap� recebeu melhorias como refor�o de sinaliza��o com alerta luminoso, placas indicando curva acentuada, placas de contagem regressiva antes de curva e ranhuras no acostamento para alerta a motoristas em caso de sonol�ncia.
Tramita na C�mara dos Deputados um projeto de lei que prev� a instala��o de rampas de escape em estradas federais com longos trechos de descida. Atualmente ele est� na Comiss�o de Via��o e Transportes da Casa.
Em sua justificativa, o deputado Jos� Nelto (PP-GO) cita no projeto um estudo que analisou 497 acidentes graves com caminh�es em rodovias americanas. Ele apontou que 16 % deles foram resultados da perda de controle em descidas fortes.