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Estado de Minas PADRE EUST�QUIO

Hist�ria de f� imortalizada

Museu que ser� inaugurado hoje, marco dos 80 anos da morte do religioso que deixou seu nome gravado em BH


30/08/2023 04:00 - atualizado 30/08/2023 05:39
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Acervo que será aberto à visitação oficialmente hoje reúne roupas e objetos usados pelo religioso de origem holandesa
Acervo que ser� aberto � visita��o oficialmente hoje re�ne roupas e objetos usados pelo religioso de origem holandesa (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Parte da hist�ria do beato Padre Eust�quio (1890-1943), reverenciado hoje nas cerim�nias que lembram os 80 anos do seu falecimento, est� � disposi��o de belo-horizontinos e visitantes no museu inaugurado, na manh� desta quarta-feira (30/08), no complexo do Santu�rio Arquidiocesano da Sa�de e da Paz, mais conhecido como Igreja Padre Eust�quio, na Regi�o Noroeste da capital. Est�o � mostra no Centro Cultural/A��o Social Padre Eust�quio roupas e objetos usados pelo religioso holand�s em processo de canoniza��o, al�m de fotos e v�deos da cerim�nia de beatifica��o, em 15 de junho de 2006.

Misto de teatro e museu, o espa�o ao lado do templo foi visitado domingo por 12 parentes de Padre Eust�quio que vieram da Holanda especialmente para as homenagens ao beato. O prefeito Fuad Noman, nascido e criado no Bairro Padre Eust�quio, deve estar presente � abertura oficial, marcada para as 8h30. Ao longo do dia, haver� programa��o intensa no santu�rio, com missas �s 6h, 7h, 9h, 11h, 13h, 15h e 17h. �s 19h, a celebra��o ser� solene, seguida de prociss�o luminosa. O Dia de Padre Eust�quio contar� ainda com a participa��o do postulador da causa de canoniza��o, o padre polon�s Andrezej Lukawski, da Congrega��o dos Sagrados Cora��es, a mesma � qual pertenceu o beato.

� frente das homenagens ao l�der religioso, cujos restos mortais repousam no memorial do templo, est� o reitor do santu�rio, padre Vin�cius Maciel, vice-postulador da causa de canoniza��o e mestrando em ci�ncia da religi�o na PUC Minas. Em entrevista ao EM, ele fala sobre o andamento do processo de canoniza��o de Padre Eust�quio, o crescimento da devo��o no beato e da espera pelo reconhecimento de um milagre para que Padre Eust�quio se torne santo e ganhe amplitude mundial entre crist�os.

Entrevista/Padre Vin�cius Maciel, vice-postulador da causa de canoniza��o do Beato Padre Eust�quio

“Uma mensagem de paz e sa�de”

Qual o legado de Padre Eust�quio para o mundo, que acabou de sair de uma pandemia e assiste � guerra na Ucr�nia?
A for�a do testemunho do Padre Eust�quio � justamente sua fidelidade a Jesus Cristo, e seu lema, Sa�de e Paz, a forma de ler e de comunicar o Evangelho de Jesus Cristo: o Evangelho da Sa�de e da Paz. Padre Eust�quio traz para n�s a mensagem da paz, a mensagem da sa�de em sentido bem amplo. Assim, seguir seu exemplo �, para n�s, tamb�m ser mulheres e homens de paz, de reconcilia��o, de amor e de justi�a.

Especificamente para o Brasil, onde o Beato Padre Eust�quio morou por 17 anos, quais os ensinamentos mais importantes?
Padre Eust�quio teve, nessa perspectiva que acabo de descrever, aten��o e atitude totalmente voltadas para as pessoas, os sofredores, os doentes, os pobres. Isso, inclusive em sentido amplo, para aqueles que careciam de sa�de f�sica, do p�o material, da casa para morar, de sa�de e paz. Padre Eust�quio foi acolhedor, cuidadoso com as pessoas que necessitavam tamb�m da paz do cora��o, da convers�o para conhecer Jesus e mudar seu caminho de vida.
H� fatos not�veis sobre a presen�a do Padre Eust�quio, como a convers�o do presidente da Rep�blica (de 1919 a 1922), Epit�cio Pessoa (1865-1942), ou do jeito simples e humilde com que ele atendia cada crian�a � porta de sua casa paroquial. � um homem da humildade, da simplicidade, da escuta dos costumes e das pr�ticas populares ligadas � sa�de. Cultivou ervas medicinais e atendeu pessoalmente a quantas pessoas o procuraram.

Como est� o processo de canoniza��o do Padre Eust�quio na Santa S�?
Em fase final. Toda a parte hist�rica, documental, j� foi feita, e agora estamos pedindo a Deus que, pela intercess�o do Padre Eust�quio, seja concedida a gra�a de um milagre, o que finalizaria o processo para ele ser declarado santo.

O senhor poderia adiantar se h� registro de algum milagre?
N�o que eu n�o possa adiantar, mas h� casos que est�o em estudo. Ent�o, n�s precisamos ter algum dado mais concreto para que possa ser apresentado � comunidade.

Padre Eust�quio viveu em S�o Paulo e Minas Gerais, com destaque para Romaria (antiga �gua Suja) e Patroc�nio, na Regi�o do Alto Parana�ba, e Belo Horizonte. A devo��o ao beato � algo restrito a esse passado ou avan�a por novas gera��es?
� muito impressionante isto: como a juventude e as crian�as n�o s� recebem dos pais e dos av�s essa tradi��o, como h� o encontro com a vida do Padre Eust�quio, com a sua hist�ria, com o seu testemunho... Isso tem motivado muitos jovens no seguimento de Jesus Cristo.

Em outros estados brasileiros h� devo��o ao Padre Eust�quio em comunidades de f�?
Sim, n�s temos par�quia, por exemplo, no Esp�rito Santo. H� tamb�m comunidades em outros estados, como nas regi�es Nordeste e Centro-Oeste, onde temos cada vez mais, em v�rias cidades, as missas do dia 30 de agosto.

O que vai mudar com a poss�vel canoniza��o do Padre Eust�quio? O senhor est� confiante no t�rmino do processo nos pr�ximos anos?
Bom, esse � sempre nosso sonho, nosso desejo, que quando Deus julgar oportuno, realize o que � necess�rio para a canoniza��o. O que muda � que, pelo fato de ser declarado santo, o culto se torna para todo o mundo, para toda a Igreja, ent�o isso vai favorecer que o Evangelho da Sa�de e da Paz seja conhecido por mais pessoas.

O senhor fez recentemente uma viagem com peregrinos brasileiros � cidade holandesa onde Padre Eust�quio nasceu. H� a expectativa entre a comunidade cat�lica holandesa de ter um conterr�neo santo?
Entre a comunidade cat�lica da regi�o onde Padre Eust�quio nasceu, sim. Inclusive, nos �ltimos anos, a jun��o de v�rias par�quias da regi�o formou uma nova par�quia com o nome do Beato Padre Eust�quio. Ent�o, a gente percebe que h� esse desejo. Na Holanda, a situa��o religiosa e social � muito diferente da que temos aqui, no Brasil, mas existe um grupo de pessoas muito interessadas, tanto que estamos recebendo 12 holandeses para as celebra��es em torno dos 80 anos da Morte de Padre Eust�quio.

No Brasil, Padre Eust�quio passou momentos dif�ceis, sendo obrigado at� mesmo a se esconder em uma propriedade particular, no estado de S�o Paulo. Por que ele causou tanta como��o p�blica? A fama de “milagreiro” incomodou seus superiores na Igreja Cat�lica?
O fato de Padre Eust�quio ter se refugiado em Rio Claro (SP) � algo que mostra o grande afluxo de pessoas atr�s dele. A gente precisa compreender que o Padre Eust�quio levava para os lugares onde estava uma enorme multid�o de pessoas, e isso provocava n�o apenas um problema religioso, mas um problema de sa�de p�blica, por que n�o havia �gua, instala��es sanit�rias e comida para a quantidade de pessoas que queria a b�n��o dele. Por esse motivo, teve que ser feito um controle e at� a retirada dele de lugares de grande afluxo, por que n�o havia como controlar tudo isso.

O senhor, que vem estudando h� anos a vida e a obra do Padre Eust�quio, o considera santo? Por qu�?
Eu acredito que Padre Eust�quio re�ne exatamente aquelas prerrogativas que a Igreja Cat�lica prev� para proclamar como santa uma pessoa. E creio nisso com firme convic��o, por que o Padre Eust�quio � um homem que viveu profundamente sua f�, um homem que viveu as virtudes crist�s de forma exemplar, um homem que, pela sua prega��o, pelo seu testemunho, mais do que pelas gra�as que alcan�ava por meio do dom de cura, levou muitas pessoas para Jesus. Ele ajudou muitas pessoas na reconcilia��o com Deus e no retorno para a f� cat�lica em nossa querida Igreja.

Mem�ria

Jornada de f�

Em abril, um grupo de 26 peregrinos mineiros, de Belo Horizonte e Patroc�nio, no Alto Parana�ba, cumpriu uma jornada orientada pela f�. Tendo como guia o reitor do Santu�rio Arquidiocesano da Sa�de e da Paz, em BH, padre Vin�cius Maciel, vice-postulador da causa de canoniza��o de Padre Eust�quio, homens e mulheres estiveram na terra natal do beato, Aarle-Rixtel (foto), no Sul da Holanda. O roteiro contemplou ainda a B�lgica: as cidades de Tremelo, onde nasceu S�o Dami�o de Molokai (1840-1889), que cuidou de doentes desprovidos de assist�ncia material e espiritual, e foi o mission�rio inspirador de Padre Eust�quio, e Lovaina, onde o belga foi sepultado. Em Tremelo, Padre Eust�quio fez seu noviciado. Em Paris, Fran�a, na Igreja Saint-Sulpice, o grupo assistiu � beatifica��o de cinco m�rtires, quatro da Congrega��o dos Sagrados Cora��es e um da Congrega��o dos Religiosos de S�o Vicente de Paulo. Eles foram fuzilados em 26 de maio de 1871, durante o sangrento desfecho da Comuna de Paris.


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