(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas AUMENTO NOS CASOS

N�mero de casos de coinfec��o de dengue e chikungunya cresce em 2023

Dados foram obtidos pela UFMG, que constatou um aumento de 7 vezes no n�mero de casos de chikungunya este ano e 3 vezes no n�mero de diagn�sticos na dengue.


01/09/2023 17:38 - atualizado 01/09/2023 18:32
432

Aedes aegypti
O estudo focou na vigil�ncia epidemiol�gica das arboviroses, doen�as transmitidas causadas por v�rus transmitidos, principalmente por mosquitos (foto: AFP PHOTO / Courtesy of Shinji KASAI)
 
Inspirados pelo aumento de casos de dengue e chikungunya, pesquisadores do Instituto de Ci�ncias Biol�gicas (ICB) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Laborat�rio Hermes Pardini/Grupo Fleury, conduziram um estudo de vigil�ncia epidemiol�gica das arboviroses, doen�as transmitidas causadas por v�rus transmitidos, principalmente por mosquitos. O objetivo  � acompanhar o cen�rio da distribui��o e dos determinantes das doen�as e emitir alertas para o sistema p�blico de sa�de. 

Os n�meros obtidos s�o alarmantes. S� em Minas Gerais, a quantidade de casos de chikungunya em 2023 j� � quase sete vezes maior do que o registrado em 2022, acumulando cerca de 62 mil diagn�sticos. No caso da dengue, os registros foram 3 vezes mais numerosos que no ano anterior. 

Al�m disso, a constata��o � que o aumento significativo de uma epidemia de arboviroses n�o � exclusivo de Minas Gerais, tendo atingindo diversos outros estados brasileiros. Mas, em terras mineiras, houve tamb�m aumento expressivo no n�mero de ocorr�ncias de coinfec��o das duas doen�as, ou seja, da ocorr�ncia simult�nea de dengue e chikungunya. 
 

Durante os picos da epidemia a taxa de coinfec��o esperada � de 2% a 3% e, neste ano, saltou para 11%. Os dados foram coletados a partir da compara��o da taxa de positividade para arboviroses nos intervalos de 1º de janeiro a 29 de julho nos anos de 2022 e de 2023, quando ocorreram picos de casos de arboviroses. Foram usadas amostras positivas para arboviroses, em exames de diagn�stico sorol�gico (IgM) e molecular (ant�geno e PCR), de 14 estados de todas as regi�es do Brasil, incluindo os quatro mais populosos: S�o Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia.

Qual a motiva��o para o aumento? 

De acordo com a bi�loga Danielle Zauli, coordenadora de Pesquisa e Desenvolvimento do Hermes Pardini/Grupo Fleury, uma poss�vel explica��o para o destaque  nos n�meros de diagn�sticos em Minas Gerais � a exist�ncia de fronteira com estados de outras regi�es. Segundo Danielle, o monitoramento nas �reas de divisas estaduais � de extrema import�ncia.

“Nossos resultados refor�am que a dengue � uma doen�a end�mica no Brasil, circula em todo o territ�rio. Quanto aos casos de chikungunya, diferentemente do que ocorre com a dengue, a pesquisa concluiu que eles est�o associados a eventos mais recentes de importa��o desse v�rus de estados do nordeste”, afirma. 

Sobre o aumento do n�mero de coinfec��o, os pesquisadores citam os altos �ndices de chuvas em 2022 e 2023 como poss�vel motivador. O crescimento do n�mero de mosquitos que utilizam �gua parada para reprodu��o, al�m da interrup��o das campanhas de preven��o e controle de vetores decorrentes da pandemia de covid-19, s�o causas prov�veis para o cen�rio. 

O  coordenador do Laborat�rio de Biologia Integrativa do Instituto de Ci�ncias Biol�gicas (ICB) da UFMG, Renato Santana, defende a manuten��o dos programas e medidas de preven��o e controle das arboviroses no Brasil. “� necess�rio acompanhar os sintomas e a evolu��o cl�nica dos casos de coinfec��o e refor�ar o controle dos vetores Aedes aegypti no Brasil”, recomenda. 
 
 

Import�ncia do diagn�stico

Melissa Valentini, infectologista do Hermes Pardini, acredita que o resultado da pesquisa mostra a necessidade de alertar a popula��o para a import�ncia da testagem para arboviroses. De acordo com ela, as doen�as transmitidas pelo Aedes Aegypti, como zila, chikungunya e dengue, t�m quadros cl�nicos semelhantes e, em sua maioria, a diferencia��o s� pode ser confirmada com testes laboratoriais. 


“Em casos suspeitos de dengue ou chikungunya, como os sintomas s�o agudos e semelhantes, deve-se recomendar ao paciente fazer o diagn�stico diferencial, que favorece acompanhamento e conduta cl�nica adequados. Existem testes espec�ficos para dengue, zika v�rus e chikungunya. O diagn�stico correto � importante para que as autoridades de sa�de possam tomar as medidas necess�rias para controle da doen�a e para que os m�dicos possam dar o tratamento apropriado ao paciente”, enfatiza a m�dica.

O estudo utilizou um teste molecular doados pelo instituto de tecnologia em imunobiologia Biomanguinhos e que � capaz de detectar simultaneamente v�rios v�rus. Al�m disso, a pesquisa contou tamb�m com recursos do Instituto Todos pela Sa�de (ITPs) e do Minist�rio da Ci�ncia e Tecnologia, que ampliou a rede dedicada � covid-19 para vigil�ncia de outros v�rus.

Quais s�o as campanhas realizadas pela Prefeitura? 

� reportagem do Estado de Minas, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), informa que realiza a��es de combate e preven��o ao mosquito Aedes aegypti durante todo o ano. Algumas das iniciativas incluem a vistoria de im�veis e orienta��es sobre os riscos de ac�mulo de �gua, que podem se tornar potenciais criadouros do mosquito. De acordo com a PBH, em 2023, foram realizadas cerca de 3 milh�es de vistorias com instru��es de como eliminar focos e aplica��o de biolarvicidas. 

Em nota, o �rg�o ainda afirmou que a Secretaria Municipal de Sa�de realiza a aplica��o de inseticida para o combate a mosquitos adultos em �reas com casos suspeitos de transmiss�o local, al�m da utiliza��o de drones para a aplica��o de larvicida diretamente nos pontos de risco de dif�cil acesso. 

Al�m disso, a Secretaria Municipal de Sa�de realiza a aplica��o de inseticida a Ultra Baixo Volume (UBV) para o combate a mosquitos adultos em �reas com casos suspeitos de transmiss�o local e tamb�m utiliza drones para a aplica��o de larvicida diretamente nos pontos de risco, quando estes s�o de dif�cil acesso.

O �rg�o municipal destacou a utiliza��o do m�todo Wolbachia desde 2020, que consiste na libera��o de mosquitos que carregam a bact�ria e t�m capacidade reduzida de transmitir os v�rus para a popula��o. 

“Outra a��o continuada da Prefeitura � o monitoramento do Aedes aegypti, por meio de cerca de 1.800 armadilhas para coloca��o de ovos (ovitrampas), que s�o instaladas quinzenalmente e recolhidas ap�s sete dias. O acompanhamento permanente desses resultados permite identificar os locais com maior n�mero de ovos do vetor e, indiretamente, maior n�mero de mosquitos adultos. Al�m disso, auxilia no direcionamento das a��es de intensifica��o, a exemplo dos mutir�es de limpeza, em parceria com a Superintend�ncia de Limpeza Urbana (SLU).”, finalizou a nota. 

E pela Secret�ria de Estado de Sa�de de Minas Gerais? 

Quando procurada pela reportagem, a SES-MG destacou as seguintes a��es de enfrentamento � dengue, chikungunya, zika e febre amarela:

  • In�cio das obras da biof�brica que produz mosquitos com Wolbachia (bact�ria) que ajudam no controle das arboviroses, doen�as causadas por v�rus transmitidos pelo Aedes aegypti.
  • Realiza��o de reuni�es do Comit� Estadual de Enfrentamento das Arboviroses (CEEA) a fim de deliberar sobre as a��es a serem realizadas.
  • Reuni�es com as equipes t�cnicas municipais e regionais
  • Repasse financeiro via Resolu��o Estadual para os 853 munic�pios fortalecerem atividades de enfrentamento �s Arboviroses;
  • Envio de equipes t�cnicas de mobiliza��o, assist�ncia, vigil�ncia e controle vetorial que apoiar�o os trabalhos de campos em munic�pios com situa��es mais cr�ticas e libera��o de inseticidas para serem distribu�dos para os munic�pios pelas URS, a fim de auxiliar no controle vetorial.
  • Distribui��o de inseticidas e equipamentos para realiza��o das atividades de controle vetorial.
  • Realiza��o de a��es educativas para aprimoramento do processo de trabalho na preven��o e controle das Arboviroses, como o curso de Capacita��o de Supervisores de Campo elaborado pela SES, dentre outros.
  • Monitoramento e execu��o das a��es previstas no Plano Estadual de Conting�ncia, bem como o suporte para elabora��o e acompanhamento dos Planos Municipais de Conting�ncia (PMC);
  • Realiza��o de a��es de educa��o em sa�de e comunica��o com o objetivo de informar sobre as medidas de preven��o das Arboviroses ;
  • Monitoramento constante dos casos e dos n�veis de infesta��o do vetor Aedes, como das epizootias de Primatas N�o Humanos (PNH) para identificar altera��es no comportamento das Arboviroses e assim iniciar as a��es em momento oportuno.
  • Elabora��o de uma pol�tica estadual sobre arboviroses e atua��o do Plano de Estadual de Conting�ncias das Arboviroses para o pr�ximo per�odo sazonal.
  • Al�m dessas a��es, divulga��o do Levantamento R�pido de �ndices para Aedes Aegypti (LIRAa/LIA).[LS1]  O indicador traz informa��es detalhadas da infesta��o do mosquito nos munic�pios mineiros e dos reservat�rios que acumulam �gua parada onde a larva do mosquito teve maior recorr�ncia.

A secretaria ainda afirmou em nota que: “a perspectiva � de redu��o no n�mero de casos, uma vez que o per�odo de sazonalidade do mosquito Aedes Aegypti compreende os meses de dezembro a maio. Apesar disso, � muito importante que a popula��o mantenha os cuidados na preven��o e combate ao mosquito dentro de suas casas”.
 
*Estagi�ria com supervis�o do subeditor Diogo Finelli.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)