
Na manh� desta ter�a-feira (12/9), a reportagem do Estado de Minas esteve no local e presenciou trabalhadores da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) escavando a rua para mexer no encanamento. At� chegar, de fato, �s interven��es para resolver o problema, os moradores reclamam de um "empurra empurra" de responsabilidade entre PBH e Copasa. "Eles demoraram, demoraram. Voc� vai conversar com a prefeitura, a responsabilidade � da Copasa. A� a Copasa, fala que � com a prefeitura. Ningu�m assume", reclama Lygia Calil, moradora da rua Panam�.
O mesmo trecho onde o cano estourou passou por obras h� cerca de dois meses. "� a segunda vez que isso acontece. J� estava asfaltado, come�ou a abrir um buraco. Percebemos que estava tendo uma rachadura lateral, o buraco foi aumentando", relata Lygia. O jornalista Roberto Blank mora em um pr�dio quase na esquina da rua Col�mbia com a Panam� e confirma a recorr�ncia do problema: "Isso que est� acontecendo � 're-servi�o'. Estava pronto at� semana passada e o asfalto come�ou a afundar. Se aconteceu isso, � porque foi mal feito", afirma.
Em abril, quando come�aram as obras, moradores demonstraram insatisfa��o depois que a prefeitura instalou o canteiro de obras no entorno da Pra�a Miguel Chiquiloff. O espa�o havia sido revitalizado pela pr�pria popula��o e revivido como ponto de encontro, eventos e descanso para os trabalhadores da regi�o. Os equipamentos foram desmontados ap�s os moradores pendurarem faixas de rep�dio no local.
Com custo de R$ 2,1 milh�es, provenientes do Fundo Municipal de Saneamento, a obra na rua Panam� � uma solicita��o antiga dos pr�prios moradores, que j� tiveram problemas com alagamentos na regi�o e sofreram preju�zos em decorr�ncia das chuvas. O projeto inclui a implanta��o de bocas de lobo, rede tubular em concreto armado e po�os de visita, com direcionamento para a rua Panam�, e lan�amento � jusante na rede existente da rua Costa Rica, nos arredores da Pra�a Miguel Chiquiloff.

Transtornos para os moradores
O pr�dio de Lygia tamb�m est� com um vazamento na garagem e a suspeita � de que tenha sido causado pelos problemas na obra, devido a press�o da �gua vinda da rua. "Eles disseram que v�o olhar depois que acabar a obra", relata a moradora. Tr�nsito, barulho e poeira viraram rotina na vida dos moradores no entorno da obra, que cobram uma solu��o da PBH. "Eu sei que obra tem poeira mesmo, mas que no final da tarde lavassem. Ou, se n�o pode ser todo dia, mas que pelo menos duas vezes por semana, lavassem. Isso aqui hoje t� at� limpo", completa Roberto Blank.
"A obra come�a muito cedo. Antes das 7h j� tem barulho. Eu t� dormindo com protetor auricular porque eu sei que vou ser acordada", acrescenta Lygia. Com a proximidade do per�odo chuvoso, previsto para iniciar a partir de outubro, moradores temem novos transtornos das interven��es, que deveriam conter justamente as chuvas. Lygia tamb�m reclama que as obras est�o concentradas na Pra�a Miguel Chiquiloff. "Faz mais de um m�s que est� desse jeito. T� abandonado. N�o tem ningu�m trabalhando nessa �rea", observa.
O principal erro, na avalia��o dos moradores, � a falta de comunica��o com a popula��o. Os moradores tamb�m n�o receberam um parecer sobre a previs�o de dura��o da obra. "A gente sabe da import�ncia dessa obra. N�o existe comunica��o. Isso aqui est� atrapalhando a nossa vida. A gente fica inseguro, e estamos sendo deixados no escuro. Todo aquele drama que rolou da pra�a foi em fun��o disso. De repente, come�aram a colocar tapumes, cercar a pra�a, ningu�m conversou com s�ndicos, moradores, nada. E tem sido assim desde ent�o", aponta Lygia.
Procurada pelo Estado de Minas, a Prefeitura de Belo Horizonte disse que as obras de drenagem na regi�o seguem de acordo com o cronograma programado e "com todas as provid�ncias necess�rias para reduzir ao m�ximo os transtornos para a popula��o". "Ocorreu no local um abatimento em rede da Copasa, que j� est� atuando no local", disse por meio de nota.
� reportagem, os moradores informaram que a Copasa come�ou a trabalhar nos buracos pela manh�. Agora, no fim da tarde, o cano estourou novamente. O EM procurou a companhia para um posicionamento e aguarda retorno.