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Estado de Minas OPERA��O CONTRA O NOVO CANGA�O

Per�cia: cenas alteradas nos combates com morte de 26 suspeitos em Varginha

Laudos da per�cia cient�fica da Pol�cia Federal mostram que v�rios objetos e corpos foram removidos o que prejudicou a elucida��o dos fatos


08/10/2023 09:49 - atualizado 08/10/2023 11:31
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Policiais que participaram dos combates que resultaram em 26 mortes em Varginha mostram armas apreendidas PMMG Bope PRF
Policiais que participaram dos combates que resultaram em 26 mortes em Varginha mostram armas apreendidas (foto: Divulga��o)
Um “cen�rio ca�tico” com “adultera��es” que causaram “preju�zos � interpreta��o dos fatos” foi o que peritos criminais da Pol�cia Federal (PF) relataram em laudo terem encontrado ao examinarem as duas ch�caras da zona rural de Varginha (Sul de Minas) onde ocorreu, em 31 outubro de 2021, uma opera��o que terminou com 26 suspeitos mortos foi realizada pelas pol�cias Rodovi�ria Federal (PRF) e Militar de Minas Gerais (PMMG) contra o novo canga�o.

As revela��es foram feitas pela reportagem da Ag�ncia P�blica, que teve acesso, quase dois anos depois, ao laudo t�cnico de 449 p�ginas produzido a partir do trabalho de 20 peritos criminais.

De acordo com o descrito pela per�cia, os corpos ensanguentados foram arrastados sob o argumento de que deveriam ser socorridos, vest�gios foram retirados dos locais originais ou “misturados a elementos deliberadamente introduzidos na cena”, roupas e objetos foram “espalhados por todos os c�modos por cima das marcas de arrastamento”, colch�es foram transferidos “de um ambiente para outro”, carros e armamentos foram retirados dos locais onde se encontravam.

O exame pericial indicou que, em uma das ch�caras, os policiais dispararam pelo menos 216 vezes, contra oito efetuados pelos suspeitos de integrar a quadrilha – contudo, h� armas que n�o foram entregues para exames.

Em depoimento � PF, em junho de 2022, o policial lotado em Bras�lia no Comando de Opera��es Especializadas da PRF afirmou que “todos os infratores estavam atirando e atentando contra a vida dos policiais”.

O relato da PRF afirma que, por volta das 5h do dia 31 de outubro de 2021, uma quadrilha do chamado “Novo Canga�o” reagiu a tiros ao ser abordada por equipes da PRF e do Bope (Batalh�o de Opera��es Especiais) da PMMG. No confronto, 26 suspeitos foram mortos e nenhum policial se feriu.

A a��o ocorreu em duas ch�caras, nas quais a quadrilha estava reunida em dois grupos para planejar e partir para ataques a ag�ncias banc�rias no sul de Minas Gerais, segundo a PRF. A pol�cia apresentou um farto armamento apreendido, incluindo fuzis, escopetas, granadas, explosivos, coletes � prova de bala e at� uma metralhadora de calibre .50.

Segundo a reportagem, o inqu�rito da PF tenta esclarecer � se os agentes da PRF disseram a verdade ao afirmar que os 26 homens morreram durante uma grande troca de tiros, se a “investiga��o” que derivou para a matan�a foi conduzida de forma legal; se houve uso desproporcional da for�a e outras circunst�ncias, como a morte de um motorista da quadrilha que fora rendido pela pol�cia numa estrada em Muzambinho (MG) e depois apareceu morto na ch�cara; e a morte do caseiro Adriano Garcia, um morador de Varginha (MG) com problemas alco�licos que trabalhava h� cerca de dois anos no s�tio (na ocasi�o, alugado). Seus familiares dizem que ele n�o tinha qualquer rela��o com a quadrilha e apenas cuidava de uma das propriedades.

Os peritos tamb�m n�o localizaram perfura��o nos 12 ve�culos que deveriam estar nos s�tios. Um grupo de seis policiais rodovi�rios federais matou, cada um, tr�s suspeitos (18 ao todo). Outros quatro mataram, cada um, de um a dois. Por�m, como todos os corpos e as armas foram retirados dos locais de origem, a per�cia n�o conseguiu reconstituir onde estava e o que fazia cada um dos mortos e cada um dos policiais.

Um dos agentes da PRF disparou 38 vezes. Outro, 33 vezes. Pelo menos 21 dos 26 suspeitos foram mortos por agentes da PRF e tr�s, pelos agentes do Bope. O inqu�rito aberto pela PF para investigar as mortes n�o tem prazo para ser conclu�do.

Dos 26 mortos, oito eram mineiros de Uberaba, cidade que em 2019 foi dominada pelos criminosos do Novo Canga�o, que espalharam explosivos pelas ruas, usaram pessoas como escudos humanos presas a ve�culos e transformaram as esquinas em campos de batalha, matando uma mulher de 21 anos duas feridas.


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