
"Depois do jantar, �amos para um sal�o no subsolo, onde acontecia a bunga-bunga", relata Karima El Mahroug, dan�arina marroquina que ficou conhecida pelo apelido "Ruby Rouba Cora��es" e cujo depoimento para os investigadores que apuram o caso teve trechos vazados e publicados no jornal La Repubblica.
"Todas as garotas ficavam nuas durante o bunga-bunga, e eu tinha a sensa��o de que elas estavam competindo umas com as outras para fazer com que Berlusconi as notasse, com performances sexuais cada vez mais ousadas", lembra Ruby, citada no di�rio italiano.
Ela � pe�a-chave do processo que corre na justi�a italiana contra Berlusconi, acusado de contratar seus favores sexuais quando Ruby ainda era menor de idade - embora tanto ela quanto ele neguem.
Berlusconi tamb�m � acusado de abuso de poder, por um epis�dio em que obrigou a pol�cia a libertar Ruby, detida por roubo.
O julgamento do primeiro-ministro, que declarou n�o estar nem um pouco preocupado com o processo, come�ar� no dia 6 de abril.
Id�ia do Kadhafi
Em outro trecho do depoimento, Ruby descreve como foi seu primeiro encontro com o premier italiano.
"Naquela noite, Berlusconi me disse que a bunga-bunga era um har�m, o que ele copiou de seu amigo (o ditador l�bio Muamar) Kadhafi, e que consistia de garotas tirando a roupa e concedendo-lhe 'prazeres sexuais'".
"O primeiro-ministro me levou at� seu escrit�rio, e me fez entender que minha vida mudaria completamente se eu participasse do bunga-bunga", acrescenta a jovem.
"Participei, mas n�o tirei a roupa"
Ela conta ter se recusado em uma primeira ocasi�o, mas acabou se unindo ao "har�m" de Berlusconi da segunda vez em que o visitou, em mar�o - mas garantiu que sua condi��o era manter-se vestida.
"Eu n�o tirava a roupa e n�o tinha rela��es sexuais", afirma. "Eu era a �nica garota vestida, e apenas para ter algo para fazer eu levava para o primeiro-ministro um Sanbitters de vez em quando", contiua, referindo-se a um popular drink n�o alco�lico vendido na It�lia.
N�o h� men��o no relat�rio sobre o que Berlusconi usava nessas ocasi�es.
N�o houve acusa��es judiciais relacionadas com as festas "bunga bunga", que, no entanto, se tornaram motivo de in�meras piadas na It�lia nos recentes meses.
Berlusconi admitiu que � "um pecador, como todo mundo", mas acusou os ju�zes moralistas e advers�rios puritanos de orquestrarem uma campanha contra ele.