
"Por um pa�s laico", cantavam os manifestantes convocados atrav�s do Facebook. "Parem com seus atos extremistas", "Por uma Tun�sia laica", "Laicidade = liberdade e toler�ncia", diziam alguns dos cartazes carregados pela multid�o, que se concentrou na avenida Habib Burghiba, epicentro dos protestos que em janeiro culminaram com a ren�ncia do presidente Zine El Abidine Ben Ali.
"Convocamos esta manifesta��o para mostrar que a Tun�sia � um pa�s tolerante que rejeita o fanatismo e para refor�ar a laicidade na Tun�sia, tanto na pr�tica quanto na lei", declarou um blogueiro de 29 anos, Sofian Churabi.
A pol�cia foi mobilizada em torno dos manifestantes, apoiada por helic�pteros do ex�rcito que sobrevoavam a �rea.
Na sexta-feira, dezenas de radicais isl�micos tentaram incendiar uma rua de T�nis conhecida como ponto de prostitutas.
Na semana anterior, um grupo de radicais se manifestou gritando slogans antissemitas em frente � Grande Sinagoga de T�nis.
Sem citar diretamente os islamitas, as autoridades tamb�m atribu�ram aos "extremistas" o assassinato de um sacerdote polon�s encontrado morto na sexta-feira perto de T�nis.
"O minist�rio de Assuntos Religiosos condena este ato criminoso e pede aos homens de f� e membros da sociedade civil que condenem estes atos e ajam com determina��o para evitar que voltem a acontecer", escreveu o minist�rio em um comunicado, publicado pela ag�ncia TAP.
Morte do sacerdote polon�s
Marek Rybinski, de 34 anos, foi encontrado decapitado na sexta-feira na garagem de uma escola religiosa particular na regi�o de Manuba, perto de T�nis. Ele trabalhava como tesoureiro da institui��o, segundo uma fonte pr�xima ao minist�rio do Interior tunisiano.
O minist�rio destacou que "a Tun�sia sempre foi um lugar de coexist�ncia entre ra�as e nacionalidades e de di�logo entre civiliza��es, religi�es e culturas".
Entretanto, o principal movimento islamita tunisiano condenou neste s�bado a morte do religioso, afirmando que n�o se pode "colocar todos os islamitas no mesmo plano".
O movimento Ennahda pediu ao governo "que descubra as verdadeiras circunst�ncias deste homic�dio e encontre aqueles que o cometeram para esclarecer as coisas perante a opini�o p�blica", disse � AFP um de seus dirigentes, Ali El Ariath.
O regime Ben Ali combatia os radicais isl�micos, e prendeu milhares deles nos anos 90.
Neste sentido, preocupa a anistia geral para os presos pol�ticos que come�ou a vigorar neste s�bado na Tun�sia, depois que o presidente do governo de transi��o promulgou o decreto lei, informou neste s�bado uma fonte oficial.
"O presidente interino assinou neste s�bado um decreto lei relativo � anistia geral, que permitir� a todos aqueles que foram presos ou julgados por crimes de direito comum em fun��o de suas atividades pol�ticas ou sindicais beneficiarem-se da anistia", indicou a TAP.
O primeiro governo de transi��o havia adotado um projeto de lei de anistia geral para os prisioneiros pol�ticos no dia 20 de janeiro, seis dias ap�s a queda do regime autorit�rio do presidente Zine El Abidine Ben Ali.
Na semana passada, a Assembleia Nacional e o Senado tunisianos adotaram uma lei que autorizada o presidente interino Fued Mebaza a governar por decretos lei, sem a necessidade de passar pela aprova��o do Parlamento bicameral herdado do antigo regime.
Na quarta-feira, o ministro da Justi�a Lazhar Karui Chebi indicou que a liberta��o condicional j� havia sido acordada com 3.000 prisioneiros.